Sheinbaum reduz concorrência pelo comando da Pemex

Ao tornar Lázaro Cárdenas seu chefe de gabinete, a presidente eleita do México, Claudia Sheinbaum, retirou um candidato da disputa para dirigir a petroleira estatal Pemex.

A mídia local especulou que Cárdenas poderia substituir o CEO Octavio Romero Oropeza quando Sheinbaum assumir o cargo, em outubro.

Seu avô, também chamado Lázaro Cárdenas, nacionalizou a indústria petrolífera em 1938, quando era presidente, um movimento que definiu a política energética mexicana desde então.

Se Cárdenas se tivesse tornado CEO da Pemex, Sheinbaum teria cimentado um compromisso com o nacionalismo energético do atual Presidente Andrés Manuel López Obrador (AMLO), cujo governo barrou a maior parte do investimento privado.

Não dar a Cárdenas o cargo mais importante na Pemex “é uma boa notícia, no sentido de que precisamos de alguém realmente técnico para o cargo”, comentou à BNamericas Miriam Grunstein, sócia fundadora da Brilliant Energy Consulting.

A decisão sugere que Sheinbaum adotara uma abordagem mais pragmática ao setor energético do que AMLO, acrescentou.

Cárdenas é ex-deputado, senador e governador e foi conselheiro próximo do atual governo.

Restaurar a Pemex estará entre os primeiros desafios enfrentados pelo governo Sheinbaum. A estatal tem uma dívida de mais de US$ 100 bilhões e a sua produção de petróleo bruto está em queda.

Para Grunstein, é difícil encontrar candidatos fortes para o cargo.

“O pessoal do petróleo está envelhecendo e não pensa fora da caixa. Já os novos não têm experiência, por isso estamos numa verdadeira situação difícil”, afirmou.

Sheinbaum nomeou a especialista em finanças públicas Luz Elena González como secretária de Energia.

Gabriel Yorio, vice-secretário da Fazenda, é outro possível candidato à gestão da Pemex.

Grunstein acredita que o próximo CEO da Pemex não deveria ser apenas um cortador de custos, mas uma pessoa com o conhecimento do setor necessário para retornar o crescimento da empresa.