Statkraft mira primeiro leilão de baterias do Brasil

A norueguesa Statkraft considera participar do primeiro leilão exclusivo de armazenamento de energia do país.

“Vamos avaliar as condições do leilão e, eventualmente, participar. É uma tecnologia que temos desenvolvido em outros países”, disse à BNamericas Fernando de Lapuerta, CEO e diretor-presidente da Statkraft.

Em setembro, o Ministério de Minas e Energia (MME) abriu uma consulta pública para discutir as regras do certame, cuja realização foi recomendada para 2025. 

O leilão de reserva de capacidade incorpora sistemas de armazenamento de energia, que oferecem uma resposta instantânea e flexibilidade operacional, com disponibilidade máxima de energia de quatro horas por dia e potência de 30 MW.

A Statkraft é uma das maiores geradoras de energia eólica no Brasil, com mais de 2,2 GW de capacidade instalada, entre construções e operações.

Hoje, a empresa conta com 24 plantas de geração hidrelétrica e eólica em operação nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste.

“Estamos construindo dois projetos solares, que serão híbridos. Eles vão se conectar aos dois empreendimentos eólicos que inauguramos este ano na Bahia: Ventos de Santa Eugênia e Morro do Cruzeiro”, informou De Lapuerta.

Juntos, eles terão capacidade de 274 MWp solares e 678 MW eólicos. Quando concluídos, os dois complexos híbridos chegarão a quase 1GW de potência instalada. As obras já foram iniciadas e têm previsão de conclusão para o segundo semestre de 2025.  
 A empresa ainda está construindo o Complexo Serrita, parque solar em Salgueiro, a 518 km do Recife (PE).

Curtailment

Em relação aos cortes na geração eólica e solar (curtailment) impostos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico ONS, Lapuerta acredita se tratar de um problema conjuntural que será resolvido.

“Temos uma visão positiva de longo prazo para o Brasil, que é um país com muitos recursos e oportunidades. Esperamos que haja uma solução satisfatória para todas as partes envolvidas”, disse o executivo.

As associações que representam os setores solar (Absolar) e eólico (Abeeólico) entraram com uma ação na justiça brasileira para garantir compensações financeiras pelos cortes.

Segundo a assessoria de imprensa da Abeeólica, o julgamento que estava marcado para a última semana foi retirado de pauta e ainda não teve nova data marcada.