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Análise

Visita de chefe militar dos EUA à Argentina revela interesse no lítio e preocupação com a China

Bnamericas
Visita de chefe militar dos EUA à Argentina revela interesse no lítio e preocupação com a China

A visita de Laura Richardson, chefe do Comando Sul do Exército dos Estados Unidos, à Argentina visa fortalecer as relações bilaterais nas áreas de defesa e segurança e também está ligada ao interesse dos norte-americanos no lítio.

Richardson afirmou em diversas ocasiões que os investimentos chineses em minerais críticos na América Latina, especialmente no Triângulo do Lítio (formado por Chile, Argentina e Bolívia), representam um risco para a segurança internacional.

“Gosto de dizer que o que a República Popular da China faz parece investimento, mas na realidade é extração, na minha opinião”, afirmou ela em um evento no centro de estudos estratégicos e internacionais (CSIS), em agosto.

Richardson, que durante sua visita supervisionou a doação de uma aeronave Hércules, de US$ 30 milhões, à Força Aérea Argentina, reuniu-se com a ministra de Relações Exteriores, Diana Mondino, e o ministro da Defesa, Luis Petri, entre outras autoridades governamentais e militares. Ela também iria se encontrar com o presidente Javier Milei em Ushuaia, na província de Terra do Fogo, extremo sul do país.

Nesta mesma cidade, a estatal chinesa Shaanxi Chemical Industry Group está construindo um porto multiúso para enviar produtos como ureia, amônia sintética e glifosato, entre outros.

Richardson manifestou preocupação com a instalação de uma base espacial chinesa na província de Neuquén, enquanto Petri prometeu se esforçar para garantir que as atividades sejam realizadas apenas para fins científicos, e não militares.

INTERESSE DOS EUA NO LÍTIO

O embaixador argentino nos Estados Unidos, Gerardo Werthein, reconheceu que o governo Milei pretende assinar um acordo comercial com Washington para enviar lítio e minerais críticos, além de promover o intercâmbio tecnológico, informou a imprensa local em março.

Por sua vez, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, confirmou o interesse do governo de Joe Biden em cooperar com a extração mineral em uma reunião com Milei em fevereiro, onde foram abordados assuntos como a governança democrática e a dolarização da Argentina.

Na ocasião, Blinken reafirmou o interesse dos Estados Unidos em contribuir para a estabilização da economia argentina e promover o desenvolvimento de setores como energia e mineração.

O principal diplomata de Washington destacou que os EUA estão criando uma associação para a segurança dos minerais, na qual “a Argentina pode desempenhar um papel fundamental como fornecedor”, afirmou o chanceler em um relatório divulgado durante a visita de Blinken.

Christian Rudloff, advogado do escritório Hunton Andrews Kurth em Nova York, disse à BNamericas que o fornecimento de minerais críticos é um tema importante para a política dos Estados Unidos devido à falta de “capacidade interna de produção” e que, por esse motivo, há uma estratégia para aumentar a competitividade dos fabricantes de veículos elétricos na economia nacional.

Até 2032, a demanda por carbonato de lítio equivalente nos EUA será de cerca de 340.000 toneladas por ano devido ao aumento nas vendas de veículos elétricos, de acordo com um estudo do Conselho Internacional de Transporte Limpo.

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