WOM Chile pode sair fortalecida da recuperação judicial

A chilena WOM pode sair fortalecida do seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos.

A empresa anunciou no início deste mês que recebeu uma oferta envolvendo um investimento de US$ 500 milhões, que avaliava a empresa em US$ 1,6 bilhão.

Agora, a empresa informou que recebeu uma oferta vinculante aprimorada do mesmo proponente e que pretende fechar as negociações nos próximos dias.

A proposta vinculante, estruturada como “stalking horse”, foi apresentada pelos próprios detentores de títulos da empresa, liderados pelo ex-CEO da WOM, Chris Bannister, segundo a imprensa local.

“A WOM Chile continua avançando na negociação da proposta vinculante para formalizá-la em sua versão definitiva, o que espera alcançar nos próximos dias”, afirmou a empresa em um comunicado.

Como a WOM não recebeu outras ofertas qualificadas para aquisição da empresa, a realização de um processo de leilão não está prevista.

Anteriormente, a América Móvil e a Telefónica anunciaram que apresentariam uma oferta conjunta para os ativos da WOM, que incluem uma rede 4G, uma rede 5G com 60% a 70% de implantação, fibra ótica e espectro. Outros licitantes, como KKR e DigitalBridge, também teriam se manifestado.

Se esta operação for concretizada, a consolidação do mercado, considerada necessária tanto pelas empresas rivais quanto por analistas, não acontecerá, e o Chile manterá a concorrência no mercado móvel com quatro operadoras de rede.

Com a Claro (América Móvil) assumindo o controle da joint venture com a Liberty Latin America, espera-se que haja uma revitalização da concorrência, já que a América Móvil tentará melhorar sua posição no mercado.

Neste contexto, se a transação for concluída, a WOM sairá fortalecida para manter sua posição no mercado e continuar com a implantação da rede 5G.

A tábua de salvação permitiria que a empresa mantivesse seus contratos de concessão, que foram ameaçados pelo descumprimento dos compromissos assumidos para a implantação do 5G.

Diferentemente da operação na Colômbia, onde a WOM nunca alcançou uma participação de mercado relevante, no Chile a empresa detinha 20,5% do mercado em junho, atrás da líder Entel (30,8%) e da Movistar (28,1%). A Claro vinha na sequência, com 18,6%.