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Perguntas e Respostas

A estratégia de crescimento da Turner & Townsend na América Latina

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A estratégia de crescimento da Turner & Townsend na América Latina

A empresa global de serviços profissionais Turner & Townsend tem se posicionado para atender às demandas de diversos setores na maior parte dos países da América Latina.

Nesta entrevista por e-mail com a BNamericas, Luis Del Cistia, diretor de infraestrutura, energia e recursos naturais da Turner & Townsend Brasil, discute as estratégias da empresa, os fatores que impulsionam o crescimento das atividades e os desafios que estão por vir.

BNamericas: De que maneira a Turner & Townsend tem se posicionado no Brasil e na América Latina para atender às demandas dos clientes na região e gerar novos negócios?

Del Cistia: Turner & Townsend é uma empresa global de serviços profissionais com mais de 75 anos de experiência operacional e líder reconhecida em gerenciamento de megaprojetos. Iniciamos nossa trajetória na América Latina há 35 anos no Chile e, desde então, expandimos nossas operações para incluir Brasil, México, Colômbia, Argentina, Peru e Uruguai.

Nos últimos três anos, registramos um crescimento expressivo no Brasil, com atuação em diversos setores, incluindo infraestrutura, aeroportos, portos, ferrovias, rodovias, saneamento, energia e recursos naturais. Nosso foco principal é na gestão de grandes projetos, utilizando tecnologia e ferramentas digitais para garantir um desempenho ideal, com um claro compromisso de contribuir para a redução das emissões de carbono.

Nosso portfólio completo de serviços inclui preparação e revisão de capex e opex, gerenciamento de custos, PMO, gerenciamento de projetos e programas, gerenciamento de contratos e reivindicações, aquisições, planejamento e controle de projetos, análise e gerenciamento de riscos.

BNamericas: Quais segmentos de negócios você prevê uma maior demanda atualmente?

Del Cistia: O mercado latino-americano é predominantemente impulsionado por commodities, com empresas de mineração, petróleo e gás atuando como grandes investidores no setor de infraestrutura. Esperamos um aumento no investimento em infraestrutura no Peru, Chile, Colômbia, México e Brasil até 2025.

Para nos adaptarmos às necessidades de nossos clientes e promover uma integração eficaz, nossa estratégia consiste em estar presentes onde eles mais necessitam de nosso suporte. Como resultado, expandimos recentemente nossa presença ao abrir novos escritórios em Belém, São Luís e Vitória, totalizando seis no Brasil, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

BNamericas: Considerando os países da região, onde você vê o maior potencial de crescimento nas operações?

Del Cistia: Brasil e México são, atualmente, o motor da economia latino-americana, seguidos por Chile, Colômbia, Peru e Uruguai. Prevemos que a Argentina recuperará seu status econômico e reconquistará sua posição como uma potência na América do Sul, apoiada por sua infraestrutura educacional e força de trabalho qualificada.

A Colômbia também é um país a ser observado, com planos de investimento interessantes para o próximo ano, de acordo com o departamento nacional de planejamento (DNP) da Colômbia, particularmente em metrôs, aeroportos e portos, com o aeroporto El Dorado sendo um projeto de destaque.

No Brasil, a Vale, uma instituição nacional, está agora sob nova gestão, deve recuperar sua posição de destaque no mercado, incluindo envolvimento em projetos globais significativos.A Aena desempenha um papel vital na aviação tanto para o Brasil quanto para o México, e atualmente temos a oportunidade de apoiar suas iniciativas no Brasil.

O Grupo Cosan está consolidando seu status como um grande investidor nacional em vários setores, incluindo energia renovável, ferrovias e gás natural. Além disso, empresas como a Brookfield estão contribuindo significativamente para o mercado latino-americano em múltiplos setores, como ferrovias, rodovias, energia e saneamento.

BNamericas: Como você analisa o atual ambiente de negócios – as principais oportunidades e os maiores riscos – no Brasil e na América Latina, em comparação com outras regiões do mundo?

Del Cistia: Os riscos são consistentes em toda a região. O Brasil, em particular, tem enfrentado dificuldades na gestão de suas finanças públicas e despesas, levando a expectativas de inflação crescente se os gastos não forem contidos. Além disso, os conflitos geopolíticos em andamento entre Israel e Irã, e Rússia e Ucrânia criam uma incerteza global contínua, que tem efeitos econômicos indiretos.

Ao contrário de outros países latino-americanos, o Brasil se afastou de sua postura política neutra, o que introduz riscos elevados para a nação.

Prevemos que a economia argentina continuará se recuperando, enquanto Chile, Colômbia e Uruguai manterão suas atuais trajetórias de crescimento. Além disso, o México mostra potencial promissor para atrair investimentos dos EUA nos próximos anos, uma tendência que já está em andamento.

BNamericas: Quais são os principais desafios para o desenvolvimento de projetos nos setores em que a Turner & Townsend opera atualmente? 

Del Cistia: Certos setores, particularmente o de energia, exigem que os quadros regulatórios sejam modernizados. Embora esse desafio afete todas as indústrias, acreditamos que o setor de energia merece maior atenção.

A privatização no Brasil produziu resultados positivos, e estamos otimistas quanto ao desenvolvimento da Sabesp, a empresa de saneamento recentemente privatizada no estado de São Paulo. As parcerias público-privadas (PPPs) continuam sendo um mecanismo eficaz para avançar em megaprojetos de capital, promovendo colaboração produtiva entre os setores público e privado.

No entanto, ainda observamos uma falta de maturidade no mercado latino-americano quando se trata de colaboração. As empresas, muitas vezes, priorizam seus interesses individuais em detrimento do sucesso coletivo do projeto.

No Brasil, temos promovido ativamente contratos colaborativos, aproveitando nossa expertise global para facilitar o engajamento entre concorrentes, parceiros e clientes por meio de debates e eventos.

Nosso objetivo é cultivar um ambiente em que todas as partes possam deixar de lado seus objetivos econômicos individuais em favor do benefício coletivo do projeto, melhorando assim a integração e o desempenho.

BNamericas: Falando especificamente sobre o setor de mineração. O que a empresa faz atualmente e como o crescente interesse das empresas de mineração e novos investidores nos chamados minerais críticos impacta as soluções que vocês oferecem para projetos nessa área? 

Del Cistia: Na Turner & Townsend, estamos comprometidos em auxiliar nossos clientes em sua jornada rumo à transição energética. Atuamos globalmente, auxiliando empresas líderes de mineração com projetos de grande escala, oferecendo uma gama abrangente de serviços, incluindo revisão de capex, garantia de capex, gerenciamento de custos, aquisição, PMO, gerenciamento de projetos e programas, controles de projetos, administração contratual e proteção contra reivindicações.

Na América Latina, estamos ativamente envolvidos no setor de mineração no Chile, Brasil, Colômbia e Peru, oferecendo os mesmos serviços de alta qualidade e facilitando a troca de experiências e lições aprendidas em nossos mais de 75 anos de experiência.

Nossos profissionais locais possuem profundo conhecimento de mercado e a capacidade de integrar insights de projetos globais em contextos locais, ao mesmo tempo em que incorporam conhecimento local e lições aprendidas em nossos empreendimentos internacionais.

BNamericas: Na sua visão, quais são as principais fronteiras de crescimento no setor de infraestrutura no Brasil e na América Latina, e como a Turner & Townsend se posiciona para atender a essas demandas?

Del Cistia: A tecnologia continua a crescer a uma taxa exponencial e não há sinais de que isso vá diminuir. Há apenas algumas semanas, testemunhamos o lançamento de um foguete no espaço, com seus propulsores retornando com sucesso à base e pousando precisamente no local de lançamento. À medida que a vida se torna cada vez mais digital, a inteligência artificial está se tornando mais integrada às operações comerciais e à vida pessoal.

Acreditamos que os processos sempre podem ser aprimorados, e fizemos avanços significativos para atingir um nível louvável de maturidade enquanto avançamos nossa capacidade digital. Como empresa, queremos capacitar indivíduos para reduzir o tempo gasto em tarefas manuais rotineiras em favor do pensamento criativo e crítico, a fim de melhorar continuamente o desempenho dos projetos.

Um exemplo notável é o QuanTTum, desenvolvido pela Turner & Townsend, nossa ferramenta digital de custo e desempenho comercial que utiliza tecnologia de ponta com controles preditivos robustos e métodos estruturados para impulsionar um melhor desempenho em projetos complexos nos setores de energia e recursos naturais. Ele garante que as quantidades, medições e custos do projeto sejam avaliados com precisão.

O QuanTTum utiliza tecnologia de ponta para observar, analisar e relatar o progresso do projeto. À medida que o design evolui, as mudanças são codificadas por cores e representadas visualmente no modelo digital, permitindo a gestão eficaz das implicações de custo e cronograma associadas às mudanças em quantidades e escopo. Isso economiza tempo na análise e possibilita a tomada de decisões antecipadas com confiança.

Acreditamos que a colaboração é essencial para promover um mundo mais verde e inclusivo, permitindo que projetos e programas alcancem maior produtividade. Essa visão é apoiada por indivíduos bem treinados e motivados, que trabalham ao lado de processos maduros, lições aprendidas e tecnologias avançadas.

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