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A estratégia onshore para garantir a autossuficiência de gás da Colômbia

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A estratégia onshore para garantir a autossuficiência de gás da Colômbia

A NG Energy International, listada em Toronto, planeja aumentar a produção de gás natural de suas operações na Colômbia para mais de 130 MMf³/d (milhões de pés cúbicos por dia) dentro de 18 meses, a partir do nível atual de cerca de 20 MMf³/d. O diretor financeiro Jorge Fonseca explica à BNamericas por que a empresa está otimista em relação às suas perspectivas de crescimento na Colômbia e como planeja oferecer uma solução para a iminente crise no fornecimento de gás do país. Esta entrevista é a continuação de uma série dividida em duas partes. A primeira pode ser lida aqui.

BNamericas: A empresa obteve uma linha de crédito de US$ 100 milhões aprovada pelo Macquarie Group para o período de 2024-2025. Como a NG Energy pretende utilizar esses recursos? Podemos esperar um aumento significativo no capex de 2025 em comparação com o valor previsto para este ano de US$ 23 milhões a US$ 27 milhões?

Fonseca: Planejamos utilizar US$ 10 milhões adicionais da nossa linha de crédito, o que aumentará nossa dívida de US$ 40 milhões para US$ 50 milhões. Felizmente, as nossas operações atuais na Colômbia estão gerando lucros consideráveis. Estamos vendendo gás a um preço médio de US$ 7,50 a US$ 9,50 por milhão de pés cúbicos, o que é um negócio muito lucrativo. À medida que a nossa produção aumenta, prevemos um fluxo de caixa livre expressivo e maior flexibilidade financeira, proporcionando uma base sólida para o nosso crescimento futuro.

Olhando para o futuro, as nossas futuras despesas de capital serão em grande parte autofinanciadas por meio da nossa própria geração de caixa. O investimento deste ano está focado, principalmente, em dois poços chave: Aruchara 4 em María Conchita e Hechicero em Sinu-9. Após a conclusão, teremos um total de três poços produtores em María Conchita e três poços produtores em Sinu-9.

BNamericas: Qual seria a projeção aproximada de capex para 2025, se você puder compartilhar conosco?

Fonseca: Se perfurarmos de três a quatro poços no próximo ano, nosso capex será em torno de US$ 50 milhões, sem dúvida. Outra coisa que devo mencionar é que o Macquarie é um banco muito especializado. Ele se concentra em infraestrutura e energia. Nunca vi uma due diligence tão completa e detalhada conduzida por uma empresa. E para mim, isso é um selo de qualidade. O fato de um banco como o Macquarie não apenas ter analisado a empresa, mas também ter emitido um cheque e agora ser nosso parceiro é um certificado de excelência.

Também temos a Sproule como certificadora de reservas. A Sproule é uma empresa renomada internacionalmente. Eles analisaram todos os dados e refizeram o relatório de reservas. Conversaram com nossa equipe técnica e realizamos uma diligência em conformidade legal, ambiental e social. Esta é mais uma validação do plano de negócios da empresa e, para mim pessoalmente, muito gratificante.

BNamericas: Em uma apresentação corporativa recente, a empresa disse que seu plano de longo prazo era produzir mais de 200 MMf³/d. Como você planeja atingir essa meta? Será por meio de crescimento orgânico ou inorgânico, ou ambos? E a NG Energy está buscando oportunidades além da Colômbia?

Fonseca: Todas as opções acima. No momento, temos muito que fazer, mas quando falamos da meta de até 200 MMf³/d de gás, que é o plano de negócios que elaboramos com a Sproule, isto cobre apenas cerca de 35% de Sinu-9. Ainda não exploramos totalmente o Sinu-9. Além disso, temos o Tiburón em La Guajira, que também é outro bom prospecto para a empresa.

Além disso, estamos explorando ativamente oportunidades de colaboração com empresas menores e menos desenvolvidas na Colômbia, com o objetivo de, potencialmente, trabalharmos juntos para impulsionar o crescimento mútuo. E também estamos de olho em oportunidades fora da Colômbia na América Latina.

Mas com o que temos neste momento – e o que temos ainda é muito inicial – poderíamos chegar até 200 MMf³/d de gás por dia, o que nos tornaria o segundo maior fornecedor de gás do país.

BNamericas: A empresa estaria interessada em oportunidades offshore?

Fonseca: Offshore é um jogo para os grandes, sabe, para Exxons, BPs e Shells deste mundo. Ainda não estamos nesse nível. Sou um CFO muito conservador. Quero apenas focar na criação de valor para os nossos acionistas e na venda de gás por meio de contatos de longo prazo com os melhores offtakers do país.

A maioria dos nossos offtakers tem grau de investimento. E estamos assinando acordos de compra de três a cinco anos. Isso nos dá fluxos de caixa estáveis em um negócio muito lucrativo que está criando valor para os nossos acionistas. Queremos crescer? A resposta é sim. Queremos continuar neste caminho? A resposta é sim. Mas somos uma empresa muito jovem e ainda é cedo para começar a pensar em entrar no negócio offshore.

BNamericas: Já falamos sobre acordos de compra de longo prazo. Que porcentagem do gás da NG deve ser alocada ao mercado spot?

Fonseca: A política que estamos implementando é de ter 80-20. Oitenta por cento em contratos de médio e longo prazo e 20% no mercado spot.

BNamericas: Como você descreveria o atual clima de investimentos para o segmento de gás natural da Colômbia e onde a NG Energy se posiciona nesse panorama?

Fonseca: stamos comprometidos em fazer a diferença na Colômbia em um momento muito desafiador para a indústria de gás no país. Acreditamos que podemos ser uma parte significativa da solução. Temos uma equipe de gestão muito experiente, uma empresa bem capitalizada e excelentes parceiros como a Macquarie, a Sproule e nossos parceiros de infraestrutura, que nos ajudarão a desenvolver nossa empresa e a fazer a diferença no cenário energético da Colômbia.

BNamericas: Em relação à infraestrutura, a NG Energy tem interesse em construir gasodutos?

Fonseca: Nosso foco é a exploração e desenvolvimento de campos de petróleo e gás. Não vamos construir gasodutos. Por quê? Porque acredito que esse não é o nosso negócio principal. Encontramos fornecedores de serviços incríveis e estamos muito satisfeitos em trabalhar com eles, o que nos permite focar no que fazemos de melhor. A população e as empresas locais sabem como conduzir o processo de negociação com os proprietários e as comunidades. Eles têm o conhecimento para operar de forma eficaz no país. Por enquanto, esse é o modelo de negócios perfeito para a nossa empresa.

BNamericas: Finalmente, o Ministério de Minas e Energia da Colômbia está buscando maneiras de expandir o fornecimento de gás para evitar possíveis escassezes nos próximos anos. Além de aumentar a produção dos campos onshore, as opções incluem a expansão da capacidade de importação de GNL, o desenvolvimento de gás offshore – que são apostas de longo prazo – e as importações por dutos da Venezuela. Na sua opinião, qual é a melhor opção?

Fonseca: Todas as anteriores. Precisamos adicionar mais plantas de GNL no Pacífico ou no Caribe? A resposta é sim. Por quê? Porque, no momento, o governo enxerga o segmento offshore como a única solução. Mas isso vai levar tempo e vai ser um gás caro. Também é necessário construir infraestrutura para levar o gás até à costa e conectá-lo à infraestrutura existente. E isso vai levar tempo.

Portanto, sim, provavelmente somos a única empresa que tem um plano para aumentar a produção em até 200 MMf³/d nos próximos 24 meses. Não vejo nenhuma outra empresa fazendo isso, nem mesmo a Ecopetrol, porque seus planos offshore são de longo prazo.

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