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Avançando para um futuro sustentável: a transição da Norsk Hydro para energia limpa

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Avançando para um futuro sustentável: a transição da Norsk Hydro para energia limpa

A norueguesa Norsk Hydro, que opera minas de bauxita e uma refinaria de alumínio no Brasil, está em busca de novas iniciativas e tecnologias para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.

A empresa pretende atingir uma redução de 30% nas emissões de CO₂ até 2030 e chegar a zero emissões até 2050. Ela já investiu em iniciativas para substituir todo o consumo de petróleo em suas operações por gás natural e também está utilizando energia solar e eólica.

Atualmente, a empresa é a maior consumidora individual de gás do Brasil e, devido às suas grandes demandas por energia, também procura soluções em novas áreas, como o  hidrogênio verde.

Anderson Baranov, CEO da Norsk Hydro no Brasil e presidente do Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral), conversa com a BNamericas sobre as iniciativas da empresa no país e o atual ambiente de negócios.

BNamericas: Quais são as iniciativas da Norsk Hydro para a descarbonização de suas atividades?

Baranov: Esta tarefa é uma jornada para a Norsk Hydro, e nosso objetivo é estar na vanguarda das ações.

Entendemos que o mercado de longo prazo vai exigir cada vez mais produtos descarbonizados. Diante disso, temos uma agenda forte para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, com a meta de atingir um nível zero emissões até 2050.

Temos orgulho dessa jornada, porque hoje somos considerados um benchmark nessas iniciativas.

Estamos investindo muito pesado na descarbonização e não nos preocupa se no curto prazo tais investimentos não sejam remunerados, porque vemos que, no longo prazo, a sociedade caminha para exigir, de forma geral, produtos de empresas comprometidas com a descarbonização.

BNamericas: O segmento de mineração e metais é considerado sensível em relação às questões ambientais, especialmente para aqueles que operam no norte do Brasil, onde a floresta amazônica está localizada. Como esses riscos podem ser mitigados?

Baranov: É interessante notar que o impacto da mineração industrial na floresta é muito pequeno.

Há uma série de exemplos que mostram que onde há mineração há políticas estabelecidas de proteção ambiental, obrigações de reflorestamento, contato das empresas com autoridades e com a sociedade e a construção de uma relação de confiança entre empresa e stakeholders.

É verdade que a confiança entre os stakeholders ainda não atingiu o nível de 100%, devido a diversos problemas da mineração no passado, mas, no nosso caso, estamos engajados nessa busca por uma confiança maior entre os agentes.

BNamericas: Qual é o programa de investimentos da empresa em iniciativas de descarbonização?

Baranov: Nossos investimentos são feitos em etapas, visando uma redução de 30% das emissões de CO₂ até 2030 e zero emissões até 2050.

Desde 2022, foram investidos R$ 8,8 bilhões em projetos associados à descarbonização da nossa matriz energética.

Para se ter uma ideia, hoje a Norsk Hydro é a maior consumidora individual de gás natural do Brasil.

No ano que vem, o Brasil sediará a COP-30 [30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a ser realizada em novembro de 2025] em Belém, onde haverá muitos anúncios de projetos e iniciativas de diversas empresas. Nós já teremos exemplos concretos de já realizadas. Vamos mostrar a realidade e não planos.

Um exemplo disso é o que estamos fazendo na Alunorte, nossa refinaria, que é uma das refinarias mais eficientes no consumo de energia do mundo. Estamos substituindo óleo combustível por gás natural e investindo em novas caldeiras elétricas, o que deve gerar uma redução estimada de 35% nas emissões de CO₂ até o final deste ano.

Na COP-30, teremos a condição de apresentar 100% de nossos projetos de descarbonização das atividades finalizados, incluindo a substituição integral do óleo combustível por gás natural.

BNamericas: A Norsk Hydro investiu em iniciativas de energia renovável e em gás para reduzir emissões. Há planos para explorar outras fontes de energia, como hidrogênio verde, por exemplo?

Baranov: Acredito que novas tecnologias surgirão para auxiliar na descarbonização das operações.

De fato, nos somos ativos na busca e no uso de novas tecnologias em várias frentes.

Um exemplo disso é o nosso método inovador chamado Tailings Dry Backfill, que não gera barragem ao retornar a terra retirada para o mesmo local após a extração da bauxita.

Há tecnologias que ainda não surgiram, mas estão sendo discutidas por nós, pois queremos estar na vanguarda. É por isso que temos uma área de tecnologia no Brasil e no exterior, especializada na busca e criação de soluções inovadoras.

Em relação ao hidrogênio verde, estamos avaliando com atenção. Criamos uma empresa chamada Hydro Havrand no exterior, que está estudando tais iniciativas.

Quando olhamos para o mercado mundial de hidrogênio verde, vemos que os Estados Unidos saíram na frente, com incentivos governamentais para esse segmento. Mas, vejo o Brasil com potencial para se desenvolver nessa área.

No entanto, ainda é difícil ter uma visão clara de quando os projetos de hidrogênio verde podem começar realisticamente no Brasil, pois isso também envolve discussões regulatórias a serem feitas no Congresso.

BNamericas: Uma vez concluído os investimentos de R$ 8,8 bilhões em iniciativas de descarbonização, quais são os planos de investimentos futuros da empresa no Brasil?

Baranov: Esse valor de R$ 8,8 bilhões já foi investido, enquanto os investimentos futuros são anunciados por etapas, porque isso depende da consolidação e validação das iniciativas.

É sempre difícil falar em um valor planejado de investimento, porque determinadas iniciativas podem não avançar. E ao anunciarmos um plano de investimento isso se torna uma espécie de promessa para a execução. Então decidimos ser muito conservadores sobre anúncios de novos investimentos.

BNamericas: Qual é a sua percepção do ambiente de negócios no Brasil para o setor de mineração e metais?

Baranov: Acredito que a pegada ESG continuará mudando a mineração para melhor, e o Brasil tem a capacidade de se tornar mais competitivo, melhorando suas práticas de mineração, então estou otimista quanto a isso.

Agora, em termos econômicos, vejo o setor de mineração tentando reagir após dois anos complicados, gerados por questões geopolíticas globais, como guerras. Isso afetou de forma global os negócios. Os preços das commodities associadas aos nossos negócios caíram e só agora estão começando a se recuperar. Acredito que, daqui para frente, se tivermos outros problemas globais importantes, podemos caminhar em direção a uma recuperação [de preços].

BNamericas: Em relação às questões geopolíticas, as tensões na Venezuela preocupam vocês de alguma  forma, especialmente devido à proximidade do país com a região do Brasil onde estão localizadas suas unidades?

Baranov: Sempre afeta e é sempre ruim quando há possibilidades de conflito em um país próximo, mas prefiro basear nossas ações em fatos concretos em vez de previsões.

Geograficamente falando, a Venezuela está de fato perto do estado do Pará, onde temos nossas operações, e espero que toda essa situação seja resolvida por meio do diálogo.

Historicamente, a América do Sul não é uma região com tantos conflitos de potencial bélico como vemos acontecendo atualmente em outras regiões no mundo. Continuo otimista em geral; por exemplo, no Brasil, se olharmos para os últimos 15 anos, vemos um cenário de força institucional.

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