
‘Brasil vai dobrar o número de concessões rodoviárias’, diz presidente de grupo do setor

O número de concessões de rodovias deve continuar a crescer mesmo quando o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva retornar ao cargo em 1º de janeiro.
A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias ABCR espera que o número de contratos de concessão dobre nos próximos cinco a seis anos, como seu líder Marco Aurélio Barcelos diz à BNamericas nesta entrevista.
BNamericas: Qual a expectativa de que novas concessões rodoviárias sejam oferecidas no Brasil nos próximos anos?
Barcelos: No Brasil temos atualmente um pouco mais de 26 mil km de rodovias operando sob contratos de concessão e a projeção para os próximos cinco ou seis anos é que um volume similar de 26 mil, 27 mil km de rodovias adicionais serão oferecidos. Vamos dobrar o número de rodovias sob concessão.
O segmento rodoviário é robusto e já possui um histórico consolidado de concessões com marco regulatório bem definido.
Poucos lugares no mundo apresentam tantas oportunidades de negócios no segmento rodoviário quanto o Brasil, por isso atraiu e continuará atraindo investidores globais e locais.
Há uma diversificação de grandes ativos, desde rodovias com grandes extensões até trechos médios e pequenos, com menor capex.
BNamericas: Em termos de investimentos, quanto podem gerar as novas concessões que serão oferecidas?
Barcelos: É difícil dar um valor exato de investimento, mas é razoável falar em uma estimativa de investimento de cerca de R$ 150 bilhões (US$ 29,7 bilhões).
BNamericas: As rodovias a serem ofertadas são de propriedade do governo federal ou dos estaduais?
Barcelos: Tanto o governo federal quanto o estadual têm rodovias que serão ofertadas, mas o governo federal provavelmente continuará sendo o protagonista. Nossa estimativa é que do total das novas concessões projetadas, cerca de 17 mil km sejam de rodovias federais.
Mas também esperamos avanços na concessão de rodovias em estados como Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo, entre outros.
BNamericas: O setor rodoviário está consolidado em termos de players ou você espera que haja novos entrantes?
Barcelos: O mercado ainda está aberto a novos entrantes e temos visto uma diversificação de players nos últimos leilões.
É verdade que as maiores são a CCR e a Ecorodovias (operadoras de rodovias) com posições dominantes, mas também temos players relevantes como a Pátria (empresa de investimentos), além de empresas internacionais como as chinesas CCCC e CRCC entrando no setor. E também empresas de investimento como a Perfin e outras de médio porte que estão consolidando (o segmento).
Com isso, nossa visão é que o mercado continuará atraindo players locais e estrangeiros, com diferentes perfis.
BNamericas: Há alguma mudança prevista para o segmento rodoviário pelo próximo governo federal?
Barcelos: O que pudemos perceber durante as eleições, durante a campanha do candidato vencedor (Luiz Inácio Lula da Silva), é que vai ter continuidade. Não espero mudanças no plano, os leilões previstos para 2023 devem ocorrer porque é bastante claro que as concessões representam um instrumento fundamental para o desenvolvimento econômico e social.
BNamericas: Quais questões regulatórias devem ser abordadas pelo próximo governo referentes a rodovias?
Barcelos: Há duas questões que devem ser abordadas pelo próximo governo.
A primeira está relacionada aos passivos de alguns contratos de concessão anteriores que apresentam problemas e aguardam nova oferta.
A outra que deve ser abordada pelo próximo governo é a adoção de mecanismos para abrir espaço nos contratos existentes para novos projetos, possibilitando a inserção de obras nesses contratos para aumentar os investimentos projetados e gerar mais empregos. É preciso criar segurança jurídica para fazer aditivos aos contratos mais antigos existentes, pois isso aumentaria os investimentos.
BNamericas: Você espera mudanças no Ministério da Infraestrutura?
Barcelos: Apesar da mudança de alguns nomes, nossa expectativa é que a contratação de pessoas com formação técnica continue.
BNamericas: Com relação aos investimentos no setor, você espera mudanças nas fontes de financiamento ou no papel do BNDES?
Barcelos: O que vimos nos anúncios de campanha do presidente eleito é que o papel do BNDES será reforçado como fonte de financiamento, mas precisamos entender como isso vai acontecer.
É óbvio que financiamento barato é sempre bom para o avanço dos projetos, mas precisamos entender se isso pode ter grandes impactos no mercado financeiro. Temos que refletir se ter um BNDES com maior participação pode gerar distorções; precisamos ver se vale a pena.
BNamericas: A pressão de custos ainda é um problema para as empresas do segmento rodoviário?
Barcelos: A questão dos preços dos insumos ainda é uma dor de cabeça. Por mais que se diga que houve deflação no Brasil nos últimos meses, a verdade é que muitas compras de insumos foram feitas quando a inflação estava muito alta. Além disso, a inflação ainda não voltou aos patamares de dois anos atrás, e isso tem impactado o fluxo de caixa das empresas e o fluxo de caixa dos projetos.
Todos os setores da economia sofrem com a inflação, mas quando estamos falando de um varejista, por exemplo, o dono do supermercado pode repassar o custo adicional para o preço final do produto. No caso das rodovias, as mudanças são determinadas pelo contrato e muitas vezes o preço dos insumos supera em muito a inflação, havendo uma grande desconexão.
Diante disso, devemos ver as empresas solicitando aos reguladores ajustes nos contratos nos próximos meses.
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