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Perguntas e Respostas

BTG Pactual aponta onde estão as melhores oportunidades de project finance em 2024

Bnamericas

O maior banco de investimentos brasileiro, Banco BTG Pactual, já mapeou as áreas de maior atuação para project finance este ano no país.

Saneamento, rodovias e energia são os segmentos mais promissores no Brasil. O mesmo mapeamento também foi feito para os países da América Latina onde o banco opera.

Gustavo Fava, sócio da área de project finance do BTG Pactual, conversou com a BNamericas sobre os destaques de setores-chaves para o banco e também sobre os países da América Latina onde mais negócios serão gerados.

BNamericas: Qual tem sido a percepção do BTG Pactual para a atividade de project finance nos primeiros meses deste ano?

Fava: Estamos vendo um forte volume de operações aqui no banco nas áreas de saneamento, rodovias e energia elétrica também, principalmente na parte de transmissão, geração centralizada e renováveis.

O ano passado já havia sido um ano forte nestes setores e continua assim nesses primeiros meses do ano.

Na área de saneamento, tivemos operações de financiamento relevantes envolvendo a concessão do Rio de Janeiro.

Na área de transmissão também tivemos leilões no ano passado e a continuidade de leilões neste ano tende a movimentar o segmento.

Nas rodovias, esperamos um ano de 2024 e 2025 fortes em relação a novos leilões de concessão.

BNamericas: No final de março teremos o leilão de transmissão. Quais são suas expectativas?

Fava: Esses leilões de transmissão atraem grandes grupos já posicionados como Equatorial, Cteep, EDP, a própria Eletrobras, que são empresas que tendem também a participar deste próximo leilão, com posição dominante.

Mas também vejo a possibilidade de participação de empresas de construção especializadas em linhas de transmissão em lotes menores.

Já a participação de fundos de investimento deve ser mais tímida.

De maneira geral, vejo uma disputa entre empresas grandes e mais consolidadas em lotes maiores e empresas de construção especializadas no segmento, se interessando por lotes menores.

BNamericas: No segmento de saneamento, você acredita que o processo de privatização da Sabesp, que deve acontecer em junho, possa até lá tirar o apetite dos players do setor para outros potenciais contratos no segmento?

Fava: O saneamento tem se mostrado um mercado bastante competitivo, com muitos players envolvidos.

Não vejo risco de desinteresse nos contratos a serem oferecidos nesse setor, mesmo sendo oferecido durante o período de privatização da Sabesp.

Aqui, internamente, temos a expectativa de que esse ano teremos pelo menos seis leilões de contratos de saneamento, com cerca de R$ 30 bilhões (US$ 6 bilhões) de investimentos projetados. E há demanda e interesse suficiente de players para absorver esses contratos.

BNamericas: Na área de rodovias, o governo federal e o governo de alguns estados estão trabalhando para atrair mais concorrência para os leilões. Você vê esses esforços sendo bem-sucedidos?

Fava: Dado o tamanho dos leilões, a necessidade de investimentos, a concorrência na área rodoviária é um tanto limitada.

Mas há espaço sim para que os leilões aconteçam e atraiam mais interessados.

Nossa projeção interna é que teremos leilões de rodovias no Brasil este ano, o que gerarão pelo menos R$ 80 bilhões de investimentos nos próximos anos, o que é bastante dinheiro.

Faz sentido o governo implementar esforços para garantir proteção cambial nos contratos, tentando atrair mais empresas estrangeiras.

No dia 16 de abril teremos o leilão do lote Litoral Paulista, pelo governo do estado de São Paulo, e este provavelmente será um contrato que atrairá novas empresas para o setor.

BNamericas: Além dos segmentos já citados, onde a área de project finance do BTG Pactual pretende atuar ainda mais?

Fava: Temos clientes sinalizando interesse em investir em projetos de hidrogênio verde, mas esse ainda é um segmento que só deve gerar negócios no médio prazo. O mesmo vle para os projetos de energia eólica offshore. Não são segmentos ainda que atuamos no curto prazo, mas que deve gerar negócios no longo prazo.

BNamericas: O governo federal tem demonstrado interesse em promover contratos de PPPs sociais, como nas áreas de hospitais e educação. O que é necessário para que as PPPs desses segmentos ganhem tração no Brasil?

Fava: Há muito espaço para desenvolver PPPs sociais, dado o déficit na educação e saúde que existe no Brasil.

Isso é muito bem-vindo, mas ainda temos um problema para desenvolver no Brasil: a contraparte dessas PPPs.

As cidades e estados geralmente são responsáveis pelas PPPs e o histórico de crédito desses entes não é dos melhores, o que dificulta a materialização de um contrato.

O Chile tem um bom exemplo de como resolver este problema. Lá, o governo federal assumiu o contrato de PPPs para hospitais e, com isso, o investidor privado ficou mais seguro para assumir um contrato que tenha o governo federal como garantidor, por isso atraiu uma série de investidores estrangeiros.

BNamericas: Falando sobre a América Latina, em quais países o BTG prevê mais atuação este ano?

Fava: Somos bastante ativos no Chile, Colômbia, Peru e México.

No Chile existe um mercado interessante para financiamento de projetos de PPPs de hospitais.

No segmento de rodovias, há algumas relicitações e novos projetos a serem realizados.

Outros segmentos no Chile, que são robustos do nosso ponto de vista, são as energias renováveis e também os projetos de dessalinização.

A transmissão de energia também é importante lá.

BNamericas: E nos outros países que você mencionou, atualmente, quais são os segmentos mais vibrantes para a área de project finance do banco?

Fava: Na Colômbia, depois de uma paralisação na área de rodovias, vemos uma retomada. Também esperamos novas licitações para hospitais na região de Bogotá, bem como potenciais projetos na área de energia solar.

Outro segmento interessante na Colômbia são os projetos do metrô.

No Peru, os segmentos de destaque são transmissão, energia renovável e rodovias.

No México, depois de muita turbulência no setor de renováveis, vemos uma retomada de investimento neste segmento, bem como no setor de transmissão e rodovias.

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