Com US$ 5 bi para energias renováveis, Zelestra detalha seu foco nos Andes

A empresa global de energias renováveis Solarpack ampliou seu foco além do desenvolvimento de usinas solares fotovoltaicas e mudou seu nome para Zelestra.

A empresa espanhola, que anunciou recentemente planos para investir € 5 bi (US$ 5,39 bi) até 2026, com vistas a quadruplicar seu tamanho, é hoje uma plataforma de descarbonização, de olho não apenas em energia solar fotovoltaica, mas também em energia eólica, armazenamento via baterias e mercados de hidrogênio verde.

Com projetos no Chile, Peru, Equador e Colômbia, a América Latina constitui um pilar importante da estratégia global da Zelestra, a qual envolve a construção de um portfólio de projetos de 45 GW com acordos de compra de longo prazo. Hoje, a empresa possui 8 GW contratados e 5,5 GW em operação ou em construção.

Para saber mais sobre os planos da Zelestra para a região, a BNamericas conduziu uma entrevista por e-mail com o CEO da empresa para a América Latina, José Luis García Pérez.

BNamericas: Você poderia nos detalhar seus planos para a América Latina por país? Por exemplo, em termos de tecnologia utilizada – eólica, solar, BESS, H₂ – ou capacidade instalada.

García: Temos a meta de ter até 7,6 GW de projetos até 2026 na região andina, dos quais mais de 2 GW estarão em operação ou em construção, com presença mais forte no Chile (mais da metade), Peru e Colômbia. A maior parte do nosso portfólio é solar fotovoltaica.

No entanto, estamos expandindo para outras tecnologias para atender às necessidades de nossos clientes em diferentes geografias. Assim, já temos projetos de BESS muito avançados no Chile, que esperamos anunciar muito em breve, e estamos iniciando o desenvolvimento de projetos eólicos também no Chile e no Peru.

BNamericas: Por que esses países foram escolhidos? Há um cronograma provisório de desenvolvimento?

Garcia: Eles são a nossa casa. São países onde a Solarpack (hoje Zelestra) foi pioneira no desenvolvimento de projetos solares (construímos a primeira usina solar no Peru em 2012). Com base nesta longa e bem-sucedida experiência na região, com marcos regulatórios estáveis, a Zelestra pretende continuar a ser um parceiro fundamental na obtenção de objetivos ambiciosos de descarbonização para estes países, bem como para os nossos clientes.

BNamericas: Vocês estão focados em mercados regulamentados ou não regulamentados (clientes livres)?

García: Inicialmente, não excluímos nenhum esquema de comercialização. Porém, acreditamos que, pela nossa experiência na gestão de aspectos comerciais e de mercados, e pela versatilidade tecnológica, temos mais valor a oferecer no relacionamento direto com os clientes.

BNamericas: Como vocês planejam financiar tais projetos (project finance, corporate finance etc.)?

García: Continuaremos como temos feito até agora. Temos vasta experiência na estruturação de project finance, e um amplo grupo de instituições financeiras, tanto privadas como multilaterais, nos acompanham em nossos investimentos e confiam em nossos projetos, apoiadas pelo nosso acionista, o fundo de investimento sueco EQT.