Brasil
Perguntas e Respostas

Como a CBL, pioneira brasileira do lítio, analisa o mercado

Bnamericas
Como a CBL, pioneira brasileira do lítio, analisa o mercado

Muito antes de o lítio se tornar um grande foco para investidores e mineradores, a Companhia Brasileira de Lítio (CBL) começou a produzir e usar o metal.

A empresa está agora colhendo algumas recompensas antecipadas, mas a administração está ciente das dificuldades de criar uma indústria doméstica de lítio totalmente integrada.

O CEO Vinicius Alvarenga conversa com a BNamericas sobre a trajetória da empresa e o mercado de lítio.

BNamericas: Qual é a trajetória e a capacidade de produção da CBL?

Alvarenga: A CBL é uma empresa de lítio que opera de forma integrada e foi fundada em 1985 por um grupo de empresários locais, os quais ainda permanecem sócios da empresa.

Temos nas nossas operações a unidade de mineração, onde fazemos toda a parte de geologia e retirada do mineral do subsolo, e temos a planta química.

Nossa capacidade de produção do concentrado de espodumênio atingirá este ano 45 mil toneladas e cerca de um terço disso é usado em nossa planta química, onde produzimos compostos de alta pureza.

Nossa capacidade de carbonato de lítio equivalente está em 1,5 mil toneladas por ano.

BNamericas: Quais mercados vocês atendem?

AlvarengaAtendemos a demanda do mercado brasileiro, em aplicações do material nas indústrias de vidros, cerâmicas e metalurgia, mas a parte do lítio usada na produção de baterias é toda exportada, porque não existe no Brasil a produção de baterias.

No final das contas, somos uma empresa majoritariamente exportadora.

BNamericas: Quais são as responsabilidades da empresa como pioneira do lítio?

Alvarenga: Somos pioneiros do lítio no Brasil e estabelecemos uma infraestrutura lá no Vale do Jequitinhonha, formando mão de obra local, dando estrutura para a região. 

Sofremos as dores do pioneirismo, foram anos difíceis, mas que conseguimos educar o pessoal e hoje temos uma operação naquela região onde não ha rejeitos, com alto nível de reuso da água e também alta especialização industrial.

Além disso, durante todo nosso histórico na região, nos orgulhamos de nunca ter havido um acidente grave em nossas operações. 

BNamericas: Como você avalia o risco de uma bolha global do lítio?

AlvarengaEu diria que definitivamente não estamos vivendo uma bolha do lítio, uma vez que não vejo riscos na demanda de curto e médio prazos.

A eletrificação veicular e também o uso de grandes baterias na área de energia eólica e fotovoltaica são coisas que vieram para ficar, um caminho sem volta, onde vários países já criaram políticas e regulações próprias, apontando para uma contínua expansão. Ou seja, é um crescimento de demanda irreversível.

O ponto que eu diria que preocupa é se tivermos a manutenção dos preços do lítio muio elevados por muito tempo. Isto pode ser um problema para a competitividade do segmento, porque ficando muito tempo elevado pode fazer com que aumente a busca por outros materiais, mas acredito que essa questão de preços seja corrigida pelo mercado.

BNamericas: Você acredita em uma verticalização do segmento de lítio?

Alvarenga: Se não tivermos uma alta demanda domestica pelo lítio no Brasil, não teremos uma verticalização da indústria.

Tenho minhas dúvidas sobre se realmente essa verticalização irá acontecer, porque nós somos um dos únicos grandes países que não contam com uma política de governo favorável à eletrificação da frota veicular.

Talvez o grande movimento contrário à eletrificação veicular no Brasil é a questão de termos uma indústria forte de etanol, que também e considerado um combustível limpo. Mas acredito que faria sentido para o Brasil, talvez mesmo que não para toda a frota, pensar em apoiar sua eletrificação.

BNamericas: Qual a expectativa para as operações em 2023? Vocês têm planos de expansão? 

AlvarengaEsperamos um aumento de receitas e também do nosso Ebitda este ano, mesmo com a expectativa de ligeira queda no preço do lítio.

Para nossa planta química estamos planejando uma expansão orgânica e para nossa produção mineral estamos planejando uma expansão maior.

BNamericas: Qual o plano de investimentos para essa expansão?

Alvarenga: Não divulgamos um número, mas será uma expansão agressiva.

Nós temos um extenso número de direitos minerários e não fazíamos até recentemente uma grande campanha geológica. 

De um ano para cá, temos acelerado nossas campanhas geológicas nos perímetros onde estão nossos direitos. Sabemos que podemos ter mais recursos minerais em nossas áreas já existentes. Queremos conhecer melhor nosso potencial.

BNamericas: Vocês têm planos de IPO? Quais são as necessidades de financiamento da CBL?

Alvarenga: A listagem de ações é uma questão para nossos acionistas controladores. Da minha parte, como executivo, posso dizer que somos uma empresa auditada e com alto nível de governança. Seja qual for a decisão dos acionistas, estamos prontos para cumprir.

Com relação a financiamento dos investimentos, nos só usamos recursos próprios e geração própria de caixa. Temos zero de endividamento.

Tenha acesso à plataforma de inteligência de negócios mais confiável da América Latina com ferramentas pensadas para fornecedores, contratistas, operadores, e para os setores governo, jurídico e financeiro.

Assine a plataforma de inteligência de negócios mais confiável da América Latina.

Outros projetos em: Energia Elétrica (Brasil)

Tenha informações cruciais sobre milhares de Energia Elétrica projetos na América Latina: em que etapas estão, capex, empresas relacionadas, contatos e mais.

Outras companhias em: Energia Elétrica (Brasil)

Tenha informações cruciais sobre milhares de Energia Elétrica companhias na América Latina: seus projetos, contatos, acionistas, notícias relacionadas e muito mais.

  • Companhia: Eneva S.A.  (Eneva)
  • A Eneva do Brasil é uma empresa de geração e comercialização de energia com negócios complementares na exploração e produção de gás natural. A empresa tem capacidade instalada d...
  • Companhia: Grupo Neoenergia S.A.  (Neoenergia)
  • A Neoenergia SA é uma sub-holding brasileira, controlada pela espanhola Iberdrola Energía, que possui ativos de distribuição, geração, transmissão e comercialização de energia n...
  • Companhia: Elecnor do Brasil, Ltda.  (Elecnor do Brasil)
  • A Elecnor do Brasil é uma das três subsidiárias brasileiras da espanhola Elecnor. Oferece serviços de infraestrutura e construção para projetos como a construção de linhas de tr...
  • Companhia: BI Energia Ltda.  (BI Energia)
  • A descrição contida neste perfil foi extraída diretamente de uma fonte oficial e não foi editada ou modificada pelos pesquisadores da BNamericas, mas pode ter sido traduzida aut...
  • Companhia: Inova Energy Engenharia Ltda.  (Inova Energy)
  • A Inova Energy Engenharia Ltda. (Inova Energy) é uma empresa brasileira de consultoria e engenharia com foco nos setores de energia e infraestrutura, atuando também nas áreas de...
  • Companhia: Elétron Energy  (Eletron Energy)
  • A descrição contida neste perfil foi retirada diretamente de fonte oficial e não foi editada ou modificada pelos pesquisadores do BNamericas, mas pode ter sido traduzida automat...