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Como a inovação em engenharia ajuda o Chile na dessalinização

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Como a inovação em engenharia ajuda o Chile na dessalinização

À medida que as usinas de dessalinização ganham popularidade em meio à persistente seca no Chile, surgem preocupações, principalmente sobre os sistemas de distribuição, que são os componentes mais caros.

A BNamericas conversa com Francisco Pizarro, gerente geral para Chile e Brasil da fabricante de dutos Agru, sobre as soluções e perspectivas.

BNamericas: Quais soluções estão sendo desenvolvidas para mitigar o custo de transporte e adutoras?

Pizarro: Nos últimos anos, a engenharia de materiais foi se sofisticando cada vez mais, até chegar aos materiais termoplásticos e aos fluoropolímeros, que hoje têm uma forte presença na indústria de dessalinização. Isto se deve ao seu baixo peso, flexibilidade, fácil instalação, custo competitivo e alto desempenho frente a agentes mecânicos, térmicos e químicos.

BNamericas: Que desafios específicos apresentam os dutos para usinas de dessalinização?

Pizarro: No nível submarino, as tomadas e descargas requerem diâmetros cada vez maiores e com diferentes pressões nominais.

Nas usinas de osmose reversa, estão sendo usadas peças segmentadas e especiais [spools] cada vez mais complexas, que também podem lidar com fluxos relativamente complexos em termos de abrasão e concentração.

Para filtros de pré-tratamento, a engenharia de materiais está recomendando peças de polipropileno com melhores propriedades mecânicas devido ao seu desempenho contra abrasão e pressões mais altas.

No que diz respeito a áreas mais particulares, como tanques de processos químicos, é necessário utilizar matérias-primas mais puras e capazes de resistir a altas agressões químicas, como o ácido sulfúrico e o hipoclorito de sódio. Nesse caso, tubos e conexões de PVDF [fluoreto de polivinilideno] ou ECTFE [etileno clorotrifluoretileno] são essenciais para garantir a vida útil.

BNamericas: Que potencial oferece o setor de dessalinização no Chile?

Pizarro: O potencial é enorme, pois há uma transição óbvia de matérias-primas menos eficientes, como aço ou plástico reforçado com fibra de vidro [GRP]. De fato, o polietileno de alta densidade [PEAD] é mais flexível, aproximadamente 50% mais leve, mais seguro e eficiente na soldagem e mais eficiente que o GRP na transmissão do fluxo.

A mesma dinâmica acontece com relação ao aço: o PEAD tem como vantagens resistência à corrosão, flexibilidade, peso e, consequentemente, facilidade de instalação.

Em todas as áreas em uma usina de dessalinização a Agru desempenha um papel fundamental, pois participa do projeto e também fabrica e comercializa os dutos e conexões adequados para cada um dos desafios mencionados.

De fato, a Agru é a maior fabricante de tubos extrudados de grande diâmetro de até 3.500 mm em PE 100-RC – o polietileno mais avançado da atualidade – com maior resistência a rachaduras.

A Agru também fabrica tubos e conexões em polipropileno, além do restante da linha de materiais fluorados como PVDF e ECTFE, além de materiais ultrapuros como FEP [etileno propileno fluorado] e PFA [perfluoroalcóxi]. Em todas essas matérias-primas é possível fabricar peças especiais, filtros, difusores, câmaras de ventilação, etc.

BNamericas: Que projetos de adutoras o senhor está analisando no país?

Pizarro: A verdade é que são muitos e variados.

Na mineração, por exemplo, existe um projeto de adutora entre as lavras para garantir a subsistência operacional de uma delas. Por ser um layout extenso, os leitos de areia podem ser evitados com a instalação do PE 100-RC e, assim, aproveitando suas características de resistência a rachaduras.

Na mineração, muitos dutos com certificação Factory Mutual (FM) para redes de incêndio também estão sendo implementados e, de fato, a Agru possui tal certificação.

Na agricultura, destaca-se o extenso projeto da estrada hídrica, que teoricamente permitiria o transporte do excesso de água do sul para o norte.

E na área sanitária, os projetos aqui são mais variados, mas todos têm em comum o tratamento de efluentes.

Demos atenção especial a todos eles, pois exigem infraestrutura de suporte, mas com alto nível de operacionalidade para fácil instalação, qualidade para garantir vida útil e suporte técnico em campo.

BNamericas: O que você acha da exigência das autoridades de que os aspectos ambientais sejam analisados em processos separados, como aconteceu com o projeto de dessalinização da Enapac?

Pizarro: Esta é uma área em que gostaria de me abster de responder, pois não tenho todos os detalhes para fazer um julgamento preciso e informado.

Sei apenas que a autoridade ambiental do Chile se caracterizou historicamente por realizar análises e tomar as decisões mais criteriosas possíveis.

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