
Como a PetroTal se tornou a maior produtora de petróleo do Peru

A petroleira canadense PetroTal, que atua com foco no Peru, está buscando oportunidades de crescimento inorgânico enquanto busca expandir sua presença na América do Sul. A BNamericas conversou com Max Torres, vice-presidente de exploração da empresa, sobre os planos de curto prazo e como a PetroTal atingiu uma harmonia com as comunidades locais.
BNamericas: Vimos que a PetroTal esperava concluir a campanha de perfuração do poço 20H no campo de Bretaña no final de setembro, visando avaliar e testar a areia em Vivian 1 (VS1). Esse poço já foi concluído? Você pode compartilhar como foi a campanha?
Torres: É o primeiro poço a realmente testar o VS1. Trata-se de um poço horizontal curto que atingiu uma profundidade lateral de cerca de 200 metros. Foi um teste bem-sucedido. O poço estava produzindo algo próximo a 350 b/d [barris por dia] de óleo, o que, para um poço com penetração lateral curta, é um teste muito bom. Este não é um teste completo do VS1, mas pode abrir a janela para o desenvolvimento futuro.
Então, basicamente agora temos dois reservatórios: o tradicional VS2 e agora VS1. É um trabalho em andamento e as campanhas de perfuração são muito recentes. Basicamente, precisamos trabalhar mais para chegar a conclusões sobre como vamos desenvolver o VS1. Agora estamos perfurando outro poço, o 21H.
BNamericas: Vocês estão animados com o andamento? Há um cronograma para sua conclusão?
Torres: Vai levar cerca de 40 dias e, posteriormente, será testado. Acreditamos que será outro poço típico de Bretaña, produzindo entre 5 mil e 7 mil b/d. São poços muito prolíficos. Esperamos que este seja outro bom e que possamos adicionar mais reservas e produção ao campo. Se tudo der certo, o poço será testado até o final do ano e, então, começaremos em dois outros poços de desenvolvimento: 22H e 23H. Em fevereiro ou março, esperamos concluir a perfuração para podermos avaliar os resultados e definir o futuro do campo.
BNamericas: No primeiro semestre, a produção média foi de 18,4 mil b/d. Esse número mudou a expectativa de vocês para o ano inteiro?
Torres: A questão não é o campo em si, mas como levá-lo ao mercado. No momento, estamos usando barcaças para entregar sua produção em Iquitos e Manaus. Dependemos dos níveis dos rios e, infelizmente, este ano têm sido muito baixos, por causa da seca. Isto significa que houve várias semanas em que nossa produção foi de cerca de 10 mil b/d, mas também tivemos um pico de 21 mil b/d.
BNamericas: E quanto à possibilidade de transportar o petróleo para o Equador ou para o sul, via oleoduto Norperuano?
Torres: No momento, estamos testando diferentes rotas, uma delas é para o Equador. Se for bem-sucedida, poderá abrir outro mercado para nós. Se pudermos abrir esta rota para o norte, isso terá um impacto muito grande em nossa economia e em nosso desenvolvimento futuro. Será uma maneira prolífica de monetizar nossa produção.
A opção do gasoduto Norperuano é uma que estamos discutindo com a Petroperu. Há algumas questões sociais e técnicas que precisam ser resolvidas antes que isso aconteça, mas está no nosso radar porque é a solução simples para o problema.
BNamericas: A PetroTal estabeleceu um orçamento de US$ 150 milhões a US$ 175 milhões para 2024. A empresa está a caminho de atingir esse valor?
Torres: Sim, com certeza. Investimos perto de US$ 500 milhões durante nossos sete anos de operação e esperamos que o orçamento de 2024 seja executado conforme o planejado. A maior parte do nosso capex está relacionada à perfuração e, até agora, isso ocorreu conforme o planejado.
BNamericas: Você mencionou os três poços de desenvolvimento em Bretaña. Há alguma outra campanha de perfuração no radar da PetroTal em seu portfólio de ativos? Vocês têm algum plano de perfuração imediato para o bloco 131, no qual a PetroTal adquiriu uma participação operacional de 100% da Cepsa em maio?
Torres: Ainda estamos aguardando a aprovação do governo, mas, de um ponto de vista prático, este bloco é basicamente nosso. Estamos nos preparando para, se tudo der certo, perfurar alguns poços de preenchimento lá no próximo ano. Também estamos avaliando algum potencial adicional no campo [de Los Ángeles].
Além disso, estamos preparando uma campanha para o bloco 107, que envolve exploração de fronteira. Estamos esperando licenças ambientais e outras autorizações, o que pode demorar no Peru. Esperamos perfurar este poço no primeiro trimestre de 2026.
Estes dois blocos, além do bloco 95, são alvos de atividades de exploração em 2025 e 2026.
Além disso, estamos nos preparando para captar aproximadamente 1.200 km de sísmica 2D no bloco 95. Já assinamos um contrato com a BGP e estamos no momento mobilizando equipes. Esperamos poder começar a perfurar lá em 2026. Acreditamos ser uma área muito promissora porque há três ou quatro prospectos que seguem a tendência de Bretaña. E estamos sempre atentos a outras oportunidades no Peru e em outros países.
BNamericas: A PetroTal está buscando ativamente mais crescimento inorgânico neste momento?
Torres: Temos planos de crescimento de M&A [sigla em inglês para “fusões e aquisições”] muito agressivos. Nosso objetivo é continuar crescendo e nosso principal alvo é o Peru, especialmente o norte. E sim, estamos procurando ativamente por oportunidades na Bacia de Marañón e em outros lugares do Peru. É um país aberto para negócios e creio que a maioria das empresas que estão aqui atualmente estão subinvestindo.
Assim, acreditamos que é uma grande oportunidade para nós. Também estamos olhando para países vizinhos, como o Equador. Como mencionei, estamos tentando abrir esta rota para o Equador e espero que isso também faça parte da nossa estratégia. E temos olhado para projetos de E&P [exploração e produção] na Colômbia. É um país muito atraente, com muitas oportunidades, mas também há muita competição. Creio que a prioridade é o Peru, seguido pelo Equador e depois pela Colômbia.
BNamericas: A PetroTal conseguiu avançar seus projetos mantendo um bom relacionamento com as comunidades locais. Você poderia nos contar como a empresa alcançou esse relacionamento harmonioso?
Torres: A PetroTal tem um projeto de gestão social muito bem-sucedido. A Amazônia é uma área muito sensível social e ambientalmente, então esta é uma das nossas prioridades.
Esta é a única maneira de uma empresa ter sucesso nesse tipo de ambiente. Conseguimos chegar a algumas soluções muito criativas, incluindo a ideia de um fundo social. Este é um fundo especial no qual 2,5% dos lucros da produção são investidos, além dos pagamentos de royalties, que são separados. O fundo é administrado por um conselho especial que inclui membros da comunidade. Estes recursos vão diretamente para projetos propostos pela comunidade.
Eles incluíram iniciativas relacionadas à cobertura de internet, painéis solares, pesca, escolas e outros projetos. Isso levou a um impulso econômico significativo para essas áreas. E inclui uma cláusula que afirma que, se houver um bloqueio ou qualquer tipo de ação da comunidade que interrompa a produção, o fundo será automaticamente interrompido durante o bloqueio. Além disso, foi incorporado ao contrato, então agora é uma obrigação legal. É uma abordagem única e uma resposta eficaz aos desafios sociais enfrentados pela indústria de petróleo e gás.
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