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Como a Telefónica Hispanoamérica planeja continuar com uma estratégia frutífera de colaboração

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Como a Telefónica Hispanoamérica planeja continuar com uma estratégia frutífera de colaboração

Os modelos de compartilhamento de infraestrutura, alianças e arranjos operacionais da Telefónica Hispanoamérica tornaram a implantação e operação de suas redes mais eficientes nos últimos anos. Também têm dado bons resultados, o que leva a empresa a preparar-se para aprofundar esta estratégia e fechar o fosso digital na região.

Para as operadoras ampliarem a conectividade e acelerem a transformação e inclusão digital, a regulação e as políticas públicas devem ser desenhadas de forma que seu objetivo seja expandir as telecomunicações e atrair investimentos privados, afirma José Juan Haro, diretor de regulação e negócios de atacado da Telefónica Hispanoamérica, nesta entrevista com a BNamericas.

O executivo anunciou que a empresa está trabalhando para replicar o modelo de rede móvel atacadista Internet para Todos na Colômbia e planeja criar novas empresas de fibra ótica no Peru e na Argentina como parte de sua estratégia para os próximos anos.

BNamericas: A Telefónica vem apresentando bons resultados na América Latina graças à nova forma de operar. Qual será a estratégia daqui para frente?

Haro: Creio que nos concentramos em duas alavancas. A primeira tem a ver com a disciplina financeira. Temos sido muito disciplinados na tomada de decisões de investimento e gastos que podíamos pagar nos ambientes que enfrentamos. Devemos lembrar que depois [do anúncio da nova estratégia em 2019] tivemos que enfrentar a pandemia e as dificuldades que ela trouxe.

Talvez as decisões mais complexas tenham a ver com o espectro, já que decidimos devolver o espectro no México, decidimos não continuar licitando na Colômbia, anunciamos nossa intenção de não adquirir o restante do espectro 4G e decidimos não participar do licitação no Peru. Temos sido bastante criteriosos nas nossas decisões e não só ao nível do espectro mas também da rede.

Essa disciplina financeira possibilita a volta à geração de caixa e a retomada do crescimento.

A segunda coisa – e é um caso diferencial da Telefónica – é que nos concentramos em nos tornar aliados, em fazer com que nossa empresa aprenda a colaborar e cooperar com os outros. Já o fizemos no negócio móvel, na cobertura rural, na televisão e, claro, na fibra.

Esta combinação nos trouxe até onde estamos. E o que vem no futuro? Acredito que um aprofundamento do compromisso com as alianças, com a cooperação.

BNamericas: Vários países latino-americanos onde vocês operam estão planejando licitações de espectro 5G. O que a Telefónica espera fazer nesses processos?

Haro: Em relação à licitação do espectro 5G, participamos no Chile e estamos entre as operadoras que implantaram a tecnologia mais rapidamente. Também temos a rede operando no México graças ao acordo com a AT&T. Estamos focados em continuar desenvolvendo o restante dos territórios e interagimos com as autoridades do Uruguai e da Colômbia, que estão avançando nas consultas públicas, e o mesmo está acontecendo no caso da Argentina.

A visão que estamos transmitindo é que seja o mais transparente e claro possível. O futuro das tecnologias móveis é o 5G, mas um conjunto de requisitos deve ser atendido primeiro, como a conclusão da implantação do 4G. É fundamental haver uma boa implantação de fibra ótica que permita atender as estações-base e, claro, que o espectro seja oferecido a preços e condições razoáveis.

Se isto não acontecer, informaremos aos governos com todo o respeito e clareza. Somente garantindo negócios sustentáveis, o que significa pagar pelo espectro o que é correto e conseguir entregar rentabilidade ao mercado, podemos oferecer uma perspectiva de longo prazo.

BNamericas: É possível que a Telefónica não se apresente, caso considere o preço inadequado?

Haro: Eu não especularia sobre competições futuras, cujas condições não sabemos. O que posso dizer é que somos uma operadora responsável que devolveu espectro quando o considerou caro, que desistiu de concursos em que participava quando considerou que os preços tinham subido para além das nossas possibilidades, e que transmitiu aos governos com absoluta clareza quando não observamos um caso sólido de negócio. Este é o nosso track record.

BNamericas: Voltando ao compartilhamento, em fibra ótica vocês firmaram acordos com a KKR para joint ventures no Chile e na Colômbia. Quais os avanços em outros mercados?

Haro: Estes processos levam tempo. Nosso diretor global de finanças ,na última demonstração de resultados, mencionou explicitamente que estamos progredindo no Peru e na Argentina, ainda explorando a possibilidade de desenvolver modelos de colaboração semelhantes aos que temos no Chile e na Colômbia.

A fórmula exata não está definida, nem os sócios, mas a visão e o caminho a seguir nessa direção estão.

BNamericas: O mesmo plano de expansão está previsto para modelos como o programa Internet para Todos, no Peru?

Haro: Sim, claro. Já temos o caso de negócios montado na Colômbia e o interesse dos investidores neste país. Conversamos com o governo para compartilhar nossa visão sobre o assunto. Estamos prontos.

BNamericas: Com quais termos vocês estão lidando?

Haro: As questões do espectro estão ficando mais claras. Estamos em meio a discussões sobre a forma como as obrigações são executadas, as obrigações de cobertura associadas aos processos licitatórios. Acredito que as condições estão sendo alinhadas para que isso se torne possível. Espero que este ano façamos um progresso notável na Colômbia.

Você sabe, “é preciso duas pessoas para dançar tango”. Bem, neste caso, são três ou quatro.

BNamericas: Quais são os avanços em outros países para este tipo de modelo?

Haro: A Colômbia é o que está chegando no curto prazo. Estamos fazendo pilotos em outros países, mas eu diria que por enquanto a Colômbia é a única no curto prazo.

BNamericas: A Telefónica participou do anúncio do Open Gateway. Qual o seu impacto e quando podemos esperar sua chegada na América Latina?

Haro: A iniciativa global foi lançada com a GSMA. Temos que viabilizar um conjunto de questões de infraestrutura, nas quais estamos avançando. Não posso confirmar datas, mas de fato é algo que o Grupo Telefónica está interessado em fazer, a nível global.

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