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Como o maior porto do Brasil está se preparando para o futuro

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Como o maior porto do Brasil está se preparando para o futuro

O Porto de Santos vai investir R$ 7 bilhões (US$ 1,4 bilhão) em 2024 para tornar a área ao seu redor mais atrativa para negócios e turismo.

Como parte dessa empreitada, a Autoridade Portuária de Santos (APS), administradora do porto, construirá um túnel ligando as cidades de Santos e Guarujá, além de realizar obras rodoviárias e dragagens.

A estatal também tem planos de entrar no negócio do hidrogênio verde.

Embora os detalhes ainda não tenham sido divulgados, todos os projetos envolverão oportunidades para players privados.

O presidente da APS, Anderson Pomini, conversou com a BNamericas sobre os planos e opções em discussão.

BNamericas: Qual é a importância do projeto de construção do túnel Santos-Guarujá?

Pomini: Esse projeto não é importante só para Santos e Guarujá, mas também para o Brasil, porque estamos falando de um projeto que envolve o maior polo logístico do país, que é o Porto de Santos, responsável por movimentar 30% da balança comercial brasileira.

Este projeto também vai facilitar a navegabilidade dos 30 navios que trafegam em nosso canal diariamente, evitando que eles tenham de esperar com frequência ou desviar das cerca de 80.000 pessoas atravessam o trecho em balsas todos os dias.

Passou da hora de tirar do papel um projeto que vem sendo discutido há mais de 97 anos e começar a executar essa obra o quanto antes.

BNamericas: Qual é o impacto dessa iniciativa?

Pomini: Além de gerar investimentos, o projeto tem um impacto para o turismo da região e também um impacto social, porque vamos retirar pessoas que hoje moram em áreas onde deveriam existir terminais portuários e levá-las para áreas de moradia adequadas.

Além disso, quando o túnel estiver pronto, o caminho percorrido pelos caminhões será menor e o volume de emissões será reduzido.

BNamericas: A construção será em formato de PPP? Em caso afirmativo, será uma PPP liderada pelo governo estadual ou federal? 

Pomini: Estamos desenhando uma parceria que envolve o governo do estado, a autoridade portuária e o Ministério dos Portos para decidirmos qual será a modelagem.

Neste momento, tudo caminha para uma PPP. Mas não importa se for uma PPP ou um modelo somente de investimento público, temos um cronograma estabelecido para o projeto.

BNamericas: Qual é esse cronograma?

Pomini: Queremos publicar o edital de construção no segundo semestre do ano que vem e iniciar a construção no final daquele ano.

As obras devem durar cerca de três anos e a tecnologia que vamos usar para a construção do túnel é a tecnologia de imersão.

BNamericas: Qual é o investimento previsto e como será financiado?

Pomini: Os investimentos ficam entre R$ 5-6 bilhões. Nós, da Autoridade Portuária de Santos, temos R$ 3 bilhões em caixa guardados para esse projeto. O restante deve vir do governo federal e do estado de São Paulo.

O payback desse projeto é de três anos, mas há detalhes que ainda não consigo te responder, como o pedágio que os caminhões vão pagar. Este aspecto ainda está sendo estimado.

BNamericas: Qual é a necessidade de licenciamento do projeto?

Pomini: Esse projeto atual é baseado em um antigo que tinha licença ambiental concedida pela Cetesb [Companhia Ambiental do Estado de São Paulo].

Decidimos atualizar o projeto existente em vez de fazer um novo, assim, só teríamos de renovar a licença, e não solicitar uma nova. Acredito que teremos a licença renovada até o final do primeiro semestre [de 2024].

BNamericas: Qual é o plano de investimentos da APS para 2024?

Pomini: Nosso orçamento prevê investimentos de R$ 7 bilhões em 2024.

Nossas obras prioritárias são finalizar o perímetro do lado esquerdo do porto, com 3 km de viadutos que resolverão um gargalo histórico do lado do Guarujá.

Queremos resolver também o gargalo da área [industrial] da Alemoa e queremos aprofundar o canal, de 15 m […] para 16 m e depois para 17 m.

Além destas obras de infraestrutura, estamos investindo também em zeladoria, para ajudar a fazer da região do porto uma área mais integrada à vida do cidadão.

BNamericas: Você, assim como outros portos, também tem planos relacionados a projetos hidrogênio verde?

Pomini: Sim. Somos o único porto que tem sua própria hidrelétrica, com uma potência instalada de 15 MW/h.

O principal custo da geração de hidrogênio verde vem da energia elétrica, e nós temos energia sobrando.

Nossos técnicos estão avaliando e queremos fazer uma PPP para que possamos ter uma gestão privada da nossa hidrelétrica, e a contrapartida exigida desse ente privado será a produção de hidrogênio verde, para abastecer os navios de cruzeiro que usam o Porto de Santos.

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