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Cúpula de CEOs da APEC em Lima traz grandes expectativas

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Cúpula de CEOs da APEC em Lima traz grandes expectativas

De 10 a 16 de novembro, o Peru sediará mais uma vez o fórum da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), e há grandes expectativas de oportunidades de negócios.

Embora o país já tenha sediado a APEC – formada por 21 países, incluindo Peru, Chile, EUA, China, Coreia do Sul, Canadá, Austrália, Rússia, Vietnã e Japão – em 2008 e 2016, esta é a primeira vez que um megaprojeto de infraestrutura é inaugurado no âmbito do evento.

O megaporto de Chancay, projeto avaliado em US$ 3,6 bilhões localizado ao norte da capital, marcará o ponto de partida do evento e reforçará a imagem do Peru como importante parceiro e aliado comercial dos países da APEC e do resto do mundo. Segundo o Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC), o andamento das obras já ultrapassa os 92%.

A cúpula de CEOs (CEO Summit) da APEC 2024, será realizada de 13 a 15 de novembro em Lima. A Sociedade de Comércio Exterior do Peru (ComexPerú) faz parte do comitê organizador e representará o setor privado.

A BNamericas conversou com Luciano Paredes, diretor de assuntos corporativos da ComexPerú, sobre suas expectativas para o evento, a evolução do país desde a última cúpula e os principais pontos da agenda.

BNamericas: O Peru sediou a APEC duas vezes. O que há de diferente nesta nova edição? Por que é mais importante?

Paredes: Creio que é uma forma de “virar a página”, quebrar a inércia e aproveitar o encontro para voltar ao caminho do crescimento econômico. Em 2016, estávamos no auge dessa economia consolidada graças às reformas introduzidas nas décadas anteriores e aos acordos de livre comércio que entraram em vigor a partir de 2009. Mas muita coisa aconteceu desde então, incluindo a crise sanitária, a instabilidade política e até uma contração econômica no ano passado.

Acredito que esta edição do CEO Summit da APEC poderá ser a mais importante e espero que seja um motivo de encontro entre agentes privados, públicos e da sociedade civil. O país é um dos principais produtores de minerais críticos, temos uma posição privilegiada e temos que desempenhar um papel relevante nesse ambiente.

BNamericas: Como as economias da APEC evoluíram nos últimos anos? Quais se apresentam como grandes parceiros?

Paredes: Atualmente, os países que compõem a APEC representam 52% do comércio global de bens e serviços e 60% do PIB global. No caso peruano, não é novidade que a China é há 10 anos o nosso principal parceiro comercial – com grandes exportações de cobre e matérias-primas – mas os EUA também são um parceiro muito importante, se considerarmos que mais de 60% das exportações os tradicionais não vão para lá.

Paralelamente a estas economias, temos o Sudeste Asiático, que é um grande foco de potencial econômico. Hoje, países como a Indonésia são considerados uma das principais economias do mundo, com mais de 300 milhões de pessoas. Aos poucos, o peso e a relevância dos países que compõem a APEC vão se diversificando.

No caso peruano, está atualmente sendo negociado um acordo de comércio livre (ACL) com a Indonésia e esperamos que seja finalizado em breve. Essa é a melhor forma de se preparar para o arranque desta relação bilateral, cujo intercâmbio comercial ascenderia a US$ 1 bilhão nos próximos três anos.

BNamericas: Há oportunidades para o Peru além das comerciais?

Paredes: Sim. Temos uma série de oportunidades em relação ao papel que temos como conector na região. O porto de Chancay será um dos grandes marcos de novembro, mas há questões pendentes relativas a infraestruturas complementares, saneamento e ordenamento territorial. Se tudo isso for feito, o Peru se tornará a grande porta de entrada dos produtos asiáticos para o resto da América Latina, e também uma porta de saída muito importante.

Por outro lado, e num contexto onde se realiza muito nearshoring, o porto de Chancay e os parques industriais circundantes são oportunidades muito importantes. Sabemos que as empresas chinesas já procuram oportunidades nesta área. Há um panorama muito interessante para aproveitar e creio que estamos no caminho certo.

BNamericas: O que deve ser evitado em Chancay para garantir seu bom funcionamento?

Paredes: É fundamental controlar a infraestrutura de entrada e saída e assim evitar o que está acontecendo atualmente em Callao, quando começou a ganhar dinamismo. Há cerca de 15 anos, um caminhão porta-contêineres podia fazer oito viagens de ida e volta até o porto. Hoje ele faz uma. Todas as receitas geradas pelo porto (arrecadação de impostos) têm que ser bem executadas. A eficiência da despesa pública continua a ser um grande problema.

BNamericas: A cúpula de CEOs da APEC acontece em um ano de vários altos e baixos na política peruana. Existe medo devido à incerteza?

Paredes: No início do ano havia muita incerteza, mas vendo os resultados das reuniões descentralizadas, há otimismo para a realização do evento. A APEC, como marca e plataforma, é bem recebida pelos cidadãos peruanos, principalmente porque é a terceira vez que o fazemos.

Em relação à segurança dos cidadãos, estamos em estreita coordenação com o governo para ter todas as medidas necessárias. Não creio que haja algo que ofusque os bons resultados da reunião.

BNamericas: 1.200 empresários compareceram à última edição da APEC no Peru. Quantos você espera nesta edição?

Paredes: Esperamos que o número se repita, entre 1.200 a 1.300 empreendedores. Haverá, sem dúvida, delegações importantes da China e dos EUA, mas também temos um número significativo de empresários chilenos já inscritos. O bom do evento é que estão vindo executivos de alto escalão, tomadores de decisões. Trazer estes empreendedores para conhecerem o país – e as suas oportunidades de negócio – irá acelerar o processo de atração de investimentos.

BNamericas: Líderes como Xi Jinping da China e Joe Biden dos EUA poderão estar presentes, mas suas presenças serão confirmadas quase próximo ao início do evento. Quem já está confirmado?

Paredes: Essas confirmações chegam à Chancelaria [do Peru] como parte do protocolo oficial. Nós, como comissão organizadora de eventos privados, tivemos reuniões promissoras com as embaixadas da China, dos EUA, da Coreia do Sul, do Japão e até da Argentina, que será convidada especial desta edição.

Creio que teremos 20 dos 21 principais líderes. A única grande incógnita é o presidente do México. Esta nação não tem tido muita participação na coordenação da APEC há alguns anos e sua política externa mudou bastante.

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