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Dona da primeira térmica a gás do pré-sal, Arke Energia mira expansão

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Dona da primeira térmica a gás do pré-sal, Arke Energia mira expansão

Formada pelo fundo Pátria Investimentos, a Shell e a Mitsubishi Power, a joint venture Arke Energia inaugurou na última quarta-feira (22) a termelétrica Marlim Azul, em Macaé, no Rio de Janeiro.

Com 565 MW de capacidade instalada e exigindo investimento inicial de US$ 500 milhões, a planta é a primeira a gerar energia elétrica a partir do gás natural do pré-sal.

Vencedora do leilão A-6, realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2017, a usina venderá energia para 25 distribuidoras em 22 estados e, por meio de um PPA, para a Shell Energy Brasil.

Nesta entrevista, o CEO da Arke/Marlim Azul, Bruno Chevalier, afirma que o grupo já pensa em expandir o projeto e participar de novos leilões.

BNamericas: Marlim Azul está 100% operacional? O contrato já está em vigor?

Chevalier: O contrato de 2017 prevê a entrada em operação em janeiro de 2023. Fizemos um pleito à Aneel informando que fomos prejudicados pela pandemia de Covid em seis meses. Mas esse pleito foi feito em 2021, e precisamos complementá-lo, porque os efeitos [da pandemia] não haviam passado. Ou seja, o primeiro semestre foi perdoado, mas pedimos mais prazo à Aneel e isso está em análise.

Enquanto isso, compramos energia e entregamos. Estamos cumprindo a obrigação contratual, enquanto pedimos uma excludente de responsabilidade, devido a um evento de força maior.

BNamericas: Vocês estão solicitando uma compensação pela energia que estão comprando?

Chevalier: O PLD [Preço de Liquidação das Diferenças, principal preço de referência do mercado livre] está no piso, então isso não nos afetou. A questão é que estamos pagando, mensalmente, a tarifa pelo uso do sistema de transmissão [TUST], mas sem utilizá-lo. Portanto, uma decisão favorável [da Aneel] nos daria crédito na tarifa de transmissão.

Com relação à obra, 99,9% dos trabalhos estão concluídos. A usina está operando em carga máxima. Mas a operação comercial deve ser iniciada semana que vem.

BNamericas: Como a energia será vendida no mercado livre? A usina assinou PPAs?

Chevalier: Vendemos 440 MW no leilão A-6 de 2017 e vendemos para a Shell um PPA de 50 MW. Então, tenho que atender a esses dois clientes [nos mercados regulado e livre]: as 25 distribuidoras com quem assinamos contratos em 22 estados brasileiros e a Shell.

A capacidade total da planta é de 565 MW, mas há consumo interno, perdas na transmissão, entre outros fatores. Mesmo assim, ainda existe um delta [diferença entre a capacidade total da usina e a energia vendida] a nosso favor e que, por ora, será liquidado pela CCEE [Câmara de Comercialização de Energia Elétrica]. Vamos deixar a usina performar com estabilidade para entender melhor esse delta e, então, eventualmente, poderemos ser mais agressivos comercialmente e buscar outros clientes.

A EDF vai operar a usina para nós. Ela opera a [termelétrica] Norte Fluminense, também em Macaé. Queremos que repitam aqui o bom trabalho que fazem lá.

A termelétrica Marlim Azul, no estado do Rio de Janeiro

BNamericas: Todo o gás consumido pela Marlim Azul é oriundo do pré-sal? Como ele chega até a termelétrica?

Chevalier: É gás da Shell, que é sócia da Petrobras [no pré-sal]. Esse gás é transportado até o Tecab [Terminal de Cabiúnas, em Macaé], onde é tratado.

A Shell decidiu pegar parte do gás, até 2,5 milhões de m³/d, e direcioná-lo para Marlim Azul. Então construímos um gasoduto de 20 km do Tecab até a planta.

Agora, com as questões geopolíticas, o preço do GNL subiu muito, e o gás está caro. Portanto, vender para a indústria é um bom negócio. O fluxo do pré-sal é constante, e uma grande usina como Marlim Azul, com consumo constante, dá saída para o gás.

Nosso conceito é ter muito despacho e um preço de energia acessível.

A inflexibilidade [operação ininterrupta] estabelecida [no leilão da Aneel] foi de 50%, o máximo permitido na época. Isso entre novembro e abril [período úmido]. No período seco, certamente seremos chamados a operar. Então, na prática, despacharei o ano todo.

BNamericas: A usina pode ser ampliada? O grupo considera a possibilidade de construir outras plantas no país?

Chevalier: Quando idealizamos o projeto, pensamos que, como a Shell tem capacidade de fornecimento para outra usina, poderíamos construir duas usinas lado a lado, no mesmo terreno. Por isso, construímos uma linha de transmissão já prevendo a segunda planta, um gasoduto com o dobro de capacidade e uma adutora ampliada.

Nosso terreno já está todo terraplenado. Basta colocar a linha de potência e conectar tudo. A questão é a disponibilidade de gás. Gostaria de assegurar o gás e ir para um leilão. Mas isso ainda está sendo trabalhado.

Falando como Pátria Investimentos, nós gostamos de investir em infraestrutura, usinas de geração de energia, não só no Brasil, mas também no exterior. Temos interesse em termelétricas a gás, que é o combustível de transição.

[Nota do editor: Chevalier é sócio do Pátria Investimentos.]

BNamericas: Os leilões de capacidade deste ano foram adiados. Você acredita que é possível que eles aconteçam em 2024?

Chevalier: Acredito que esse adiamento visa melhorar a coordenação do planejamento do setor, o que é positivo. Não vejo que isso traga prejuízo. Acredito que eles ocorrerão no ano que vem.

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