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‘É um exagero quando algumas pessoas dizem que o lítio seria o ouro branco’

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‘É um exagero quando algumas pessoas dizem que o lítio seria o ouro branco’

A produtora nacional Companhia Brasileira de Lítio (CBL) está se preparando para investir até US$ 100 milhões para aumentar a produção.

Conhecida por ser pioneira no Brasil na extração de lítio, a CBL, que iniciou suas operações em 1991, tem uma visão conservadora do setor de lítio.

O CEO Vinícius Alvarenga conversa com a BNamericas sobre os planos de investimentos da empresa e as perspectivas para a indústria do lítio.

BNamericas: Qual é o plano de expansão da CBL?

Alvarenga: Estamos realizando um estudo de viabilidade para expandir a produção da nossa unidade de mineração e da nossa planta de industrialização química.

Esse estudo deverá ser concluído até o final deste ano, quando o apresentaremos ao conselho de administração da empresa para uma decisão final.

BNamericas: Quais são as principais pressões nos custos dos projetos atualmente?

Alvarenga: Eu diria que vivemos uma pressão geral de custos, de inflação, de mão de obra, de equipamentos, de aço, de concreto.

Tivemos uma inflação desproporcionalmente maior alta quando consideramos projetos industriais.

Vale ressaltar também que a região onde temos nosso projeto, o Vale do Jequitinhonha [em Minas Gerais], é uma região remota e bastante carente de mão de obra.

BNamericas: Você tem uma estimativa dos investimentos necessários para aumentar a produção e como eles serão financiados?

Alvarenga: Temos uma ampla gama de estimativa inicial, que ficariam entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões.

Ainda temos como fornecer um número mais preciso do que este nesse momento.

Nossos projetos se caracterizam por serem desenvolvidos com uma engenharia precisa e ainda estamos no estágio inicial dos estudos de viabilidade.

Esses investimentos, se aprovados, serão feitos com recursos próprios dos controladores.

BNamericas: Qual seria o aumento de produção com esse projeto?

Alvarenga: Este investimento pode obrar a nossa produção de concentrado, que atualmente é de 45 mil toneladas por ano, e triplicar a capacidade de produção de carbonato e hidróxido de lítio para 6 mil toneladas por ano de equivalente de carbonato de lítio.

BNamericas: Esse aumento de produção atenderia quais mercados?

Alvarenga: Seria uma expansão para atender nossos mercados existentes, já que nossa produção é muito pequena se avaliarmos os níveis de produção global.

Diante disso, queremos expandir em mercados que já atuamos, como a Ásia, e na área de compósitos químicos, queremos expandir também na Europa.

Mas de forma geral esse aumento de produção atenderá ao mercado de baterias, que para nós é 100% exportação, uma vez que no Brasil não vislumbramos um grande aumento na produção de veículos elétricos.

BNamericas: Qual o cenário para os preços do lítio, que apresentaram queda nos últimos trimestres?

Alvarenga: Diferente do que muita gente gente imagina, o lítio é bastante abundante e há projetos em vários países, alguns mais competitivos e outros menos competitivos. Com isso, vemos uma sobreoferta do lítio, uma vez que a eletrificação veicular tende a ser mais lenta do que muitas pessoas projetavam.

Alem disso, países que antes não tinham projetos de lítio tão competitivos, agora começam a ter projetos, como esta acontecendo na África e na própria China.

No nosso caso, estamos aproveitando uma expansão orgânica, até atingirmos um limite das nossas operações. Mas a minha sensação, em geral, é que muitos projetos planejados no segmento, de fato não se concretizarão.

Além da questão da eletrificação veicular não estar acontecendo na velocidade esperada, também temos que dizer que um competidor para o lítio é a própria reciclagem, por isso nossa expectativa para o lítio não é de um mercado tão pujante como algumas empresas do setor têm afirmado.

Acho até exagerado quando algumas pessoas dizem que o lítio seria o ouro branco.

BNamericas: Há países com projetos mais competitivos do que outros?

Alvarenga: É mais fácil falar de projetos do que de países.

Há projetos muito competitivos em África e outros nem tão competitivos.

Na Argentina há uma heterogeneidade muito grande entre os projetos e desconhecemos a real competitividade dos projetos na Bolívia. No próprio Chile, há uma incognita sobre como a indústria crescerá por lá, assim como na Austrália.

Mas eu diria que os pontos importantes para a avaliação de viabilidade de um projeto de lítio passa pela qualidade dos recursos, que seria de 50% em termos de importância, a capacidade do operador, que seria de 30% em termos de importância, e os restantes e os 20% restantes para garantir a viabilidade do projeto. Existe toda a questão da logística, da fiscalidade e do financiamento do projeto.

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