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‘Em nenhum outro lugar do mundo se vê um retorno sobre investimento tão rápido’

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‘Em nenhum outro lugar do mundo se vê um retorno sobre investimento tão rápido’

A Solfácil captou 1 bilhão de reais para financiamento de projetos de energia solar em todos os estados do Brasil.

Com a operação, a empresa ultrapassou a marca de 5 bilhões de reais captados via mercado de capitais, mantendo-se como a maior emissora de títulos verdes do Brasil, segundo dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

A Solfácil oferece financiamento, equipamentos de distribuição solar, sistemas de monitoramento de energia solar, seguros e um programa de benefícios para integradores.

Ela é apoiada por grandes fundos de investimento, como QED Investors, SoftBank, Valor e IFC, entre outros, que investiram mais de 800 milhões de reais em três rodadas de financiamento.

Guillaume Tiret, CFO e cofundador da Solfácil, conversou com a BNamericas sobre os planos para 2025.

BNamericas: A empresa tem uma projeção aproximada de quanto buscará captar em 2025? 

Tiret: Já temos projeções de novas captações para este ano, para viabilizar o financiamento dos sistemas solares. No segundo semestre, devemos captar até 750 milhões de reais via CRI [Certificados de recebíveis imobiliários]. Estamos acessando o mercado de dívidas constantemente para garantir os financiamentos da geração distribuída.

BNamericas: O foco do financiamento é exclusivamente geração distribuída [GD] ou a empresa também financia projetos centralizados? 

Tiret: Nosso foco é exclusivamente a geração distribuída, principalmente no mercado residencial, que varia entre 4 a 8 kW, e comercial de baixa potência, isto é, projetos de até 12 kW. No entanto, também atendemos projetos maiores com inversores de até 250 kW.

BNamericas: Consideram financiar também empreendimentos envolvendo armazenamento de energia?

Tiret: Sim. Já temos soluções para esse mercado e estamos investindo forte em sistemas de baterias para a nossa frente de distribuição. O interesse por baterias tem crescido devido à Lei 14.300 [marco regulatório da geração distribuída], às quedas de energia, à inversão de fluxo e à redução dos preços dos insumos. 

[Nota da BNamericas: a inversão de fluxo ocorre quando a quantidade de energia gerada excede a demanda dos consumidores conectados.]

BNamericas: A elevada taxa Selic e problemas como redução e inversão de fluxo não afetam a busca por financiamento solar? Há receio quanto a uma redução da demanda?

Tiret: Esses desafios podem gerar uma pequena queda temporária na demanda, mas o crédito para sistemas fotovoltaicos hoje está mais acessível do que no início de 2022. 

Além disso, o preço dos painéis solares caiu significativamente nos últimos dois anos, mantendo o investimento em energia solar vantajoso no Brasil. O payback para o consumidor final ainda é muito atrativo, podendo ser inferior a três anos. Em nenhum outro lugar do mundo se vê um retorno sobre investimento tão rápido.

BNamericas: Essa redução pode também ser motivada pela gradativa taxação dos projetos de GD, conforme previsto pelo marco regulatório do setor?

Tiret: Sim, é possível que a taxação dos projetos de GD tenha impacto na redução do número de projetos. Contudo, a energia solar continua sendo um investimento altamente vantajoso no Brasil.

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