Epcor aposta alto no mercado de energia solar do Brasil

Especializada em projetos de energia elétrica, a brasileira Epcor pretende investir R$ 10 milhões (US$ 1,92 milhão) na construção de uma usina solar em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Com 2 MW de potência – suficiente para atender a quase mil residências –, a usina está programada para entrar em operação em 2023.

Em paralelo, a empresa trabalha no desenvolvimento de mais de 1,5 GW de projetos solares e híbridos, além de uma planta de hidrogênio verde.

A BNamericas conversou com Mario de Azambuja Jr., diretor de novos negócios da Epcor.

BNamericas: A nova planta de Porto Alegre foi projetada para atender a qual perfil de consumidor? Será uma unidade de geração compartilhada?

Azambuja Jr.: Sim, será uma usina de geração compartilhada. Temos contratos sob demanda com alguns players do mercado. Um deles solicitou 1 MW para uso próprio e o outro 1 MW disponibilizaremos para clientes por assinatura através de parceria com uma gestora de energia, via aplicativo de telefone. A ideia é deixar o negócio bem prático.

BNamericas: Em que outros locais a empresa está desenvolvendo plantas de geração de energia renovável?

Azambuja Jr.: Hoje estamos trabalhando em projetos solares fotovoltaicos de 840 MW na Bahia, 230 MW em Bagé [Rio Grande do Sul] e 320 MW em Guaraí [Rio Grande do Sul], além de um projeto híbrido [solar + eólico] em Uruguaiana, também no Rio Grande do Sul, de 128 MW. Tudo isso em termos de geração centralizada.

Sobre geração distribuída, em 15 dias anunciaremos um acordo com uma grande empresa para entregar 37 MW em três anos.

Além disso, temos 3 GW em energia eólica em desenvolvimento no Rio Grande do Sul e na Bahia.

BNamericas: Vocês também estão desenvolvendo uma planta de hidrogênio verde. Ela será alimentada por energia solar?

Azambuja Jr.: Do ano passado para cá, já investimos R$ 438 mil só em software e treinamento da equipe de engenharia para associar o hidrogênio verde às usinas fotovoltaicas como fonte de energia. Nosso objetivo é fazer esse projeto em Rio Grande, no Rio Grande do Sul.

BNamericas: Os investimentos feitos pela empresa vêm de recursos próprios? Como são financiados?

Azambuja Jr.: Financiamos os projetos com capital próprio. Já para a construção e operação das plantas de geração distribuída, o investimento é feito em conjunto com um fundo de São Paulo.

BNamericas: Vocês preveem um aumento no faturamento em 2022 e no próximo ano?

Azambuja Jr.: Esperamos um crescimento de quase 600% no faturamento de 2022 em relação ao ano passado. Para 2023, cerca de 300% em relação a 2022.

BNamericas: Como o aumento do custo das placas solares tem afetado seus negócios?

Azambuja Jr.: Os preços das placas estão se estabilizando, na verdade. Esperamos que, a partir de janeiro de 2023, com a entrada em vigor da taxação sobre a geração distribuída, o mercado se regule. No momento, o que estamos vendo é uma certa corrida para os clientes se acomodarem.