
Grupo Aço Cearense: abrindo caminho para a produção de aço verde

O conglomerado siderúrgico brasileiro Grupo Aço Cearense está finalizando um ciclo de investimentos para dobrar sua produção de aço que provavelmente ultrapassará R$ 1 bilhão (US$ 204 milhões).
Em paralelo, por meio de sua subsidiária Siderúrgica Norte Brasil (Sinobras), o grupo se prepara para apresentar os resultados de um estudo de viabilidade para a instalação de uma siderúrgica em Marabá, no Pará, projeto que realiza em parceria com a mineradora Vale e que envolverá investimentos de cerca de US$ 300 milhões.
Essa é uma grande reviravolta depois de o grupo ter entrado com um pedido de recuperação judicial em 2017. A companhia acabou resolvendo suas dificuldades financeiras em 2022.
Ian Corrêa, vice-presidente de operações do grupo, conversou com a BNamericas sobre seus planos de expansão e discutiu detalhes a respeito do projeto com a Vale.
BNamericas: Como o Grupo Aço Cearense está posicionado atualmente?
Corrêa: Somos o maior distribuidor independente de aço nas regiões Norte e Nordeste do país, atuando em aços longos e planos.
Temos cinco divisões dentro do grupo: uma que trabalha na comercialização; outra é a nossa operação de metalurgia; a siderurgia, que é a Sinobras; temos também uma área florestal, onde plantamos eucalipto para fornecer o insumo para o nosso carvão vegetal, que atende nossas operações da siderúrgica; e nosso braço logístico.
BNamericas: Qual é a capacidade de produção atual da empresa e quais são os planos de expansão?
Corrêa: Se considerarmos todos os nossos produtos, temos uma produção anual de 1 Mt (milhão de toneladas), e tudo isso é vendido exclusivamente no Brasil.
Estamos finalizando agora um projeto de expansão da nossa subsidiária siderúrgica, a Sinobras, que tem capacidade atual de produção de 350.000 t de aços longos por ano. Com a instalação do novo laminador, essa capacidade mais que dobrará, para 850.000 t por ano. Isso inclui nossa produção de vergalhões e bobinas.
A partir de outubro, teremos essa maior produção com ramp-up ao longo do quarto trimestre.
BNamericas: Qual é o investimento nessa expansão?
Corrêa: No início dessa expansão, a estimativa era que os investimentos chegassem a R$ 920 milhões [US$ 190 milhões], mas posso afirmar que passaremos de R$ 1 bilhão. Grande parte desses investimentos, de capital próprio, já foi realizada. Ainda falta algo como 15% a 20% desse investimento para ser desembolsado. Em termos de equipamento e montagem já está tudo adquirido.
Vale ressaltar que em nossas operações, que são intensivas em uso de energia, utilizamos energia da hidrelétrica de Belo Monte. Somos sócios com 1% de Belo Monte e construímos uma linha de transmissão de energia própria, que nos conecta com o sistema nacional de energia, no nosso caso, com a Eletronorte.
BNamericas: A qual mercado se destina o aumento da produção?
Corrêa: Junto com o aumento da produção, vamos buscar novos clientes, novos mercados e, por isso, estamos fortalecendo nossa equipe comercial e de logística também.
Hoje, contamos com 16.000 clientes ativos e uma carteira bem pulverizada. Nosso maior cliente representa 3,5% da nossa receita e trabalhamos muito com pequenos e médios distribuidores.
Nosso plano de expansão agora também visa atender as grandes construtoras, que atuarão nas grandes obras de infraestrutura planejadas para o país, e as grandes indústrias, que necessitam dos produtos que produzimos.
Nosso foco é só Brasil. Não temos interesse em trabalhar com exportação. Ainda há muito mercado para nós no país.
BNamericas: Como está a parceria entre a Sinobras e a Vale para desenvolver uma nova unidade siderúrgica em Marabá, no Pará?
Corrêa: No passado, tivemos uma parceria com a Vale para desenvolver um projeto vinculado a uma siderúrgica na região, até como parte de uma demanda da sociedade e do governo, que cobrava muito a Vale para fazer uma verticalização das operações. No entanto, isso não avançou. Mesmo assim, a necessidade em Marabá continuou existindo.
Mais recentemente, fechamos um novo acordo, segundo o qual a Vale vai abastecer a aciaria da nova usina da Sinobras com ferro-gusa produzido pela Tecnored, subsidiária da Vale, em Marabá. Com essa parceria, vimos que é possível avançar nos planos para o aço verde. Eles nos convidaram para firmar essa parceria rumo à verticalização, então viramos sócios nesse projeto. A ideia é estabelecer um polo metalmecânico em Marabá
A partir do momento em que esse projeto avançar, acredito que servirá de incentivo para que uma série de empresas se instalem na região como parte dessa verticalização, como empresas de pregos, arames e outros setores.
BNamericas: Já há uma definição sobre a viabilidade desse projeto com a Vale e a Tecnored?
Corrêa: Assinamos o memorando de entendimento com a Vale em 2022, e, desde então, somos responsáveis pelo estudo de viabilidade desse projeto. Acredito que em setembro estaremos finalizando esses estudos e em outubro nos reuniremos com a Vale para discutir isso.
BNamericas: Qual é o investimento estimado para este projeto?
Corrêa: Esse ainda é um valor preliminar, mas eu diria que será próximo de US$ 300 milhões. Essa nova aciaria é 100% de propriedade da Sinobras, e a Vale seria a avalista do projeto.
Hoje temos uma equipe dedicada somente a esse projeto e estamos confiantes de que ele seguirá em frente, já com a gente fazendo a parte topográfica e civil. São fases que demoram quase um ano.
Para que esse novo projeto dê certo, primeiro a Tecnored precisa funcionar. A Tecnored começará a produzir no final de 2025 e um ano depois estará produzindo uma quantidade suficiente para atender às necessidades desse novo projeto. Então estamos falando do início da produção desse projeto de aciaria para 2027.
BNamericas: Como será financiado esse investimento de US$ 300 milhões?
Corrêa: Devido ao aporte de capital que já fizemos para a expansão que mencionei, não temos como avançar com esse projeto com capital próprio. Por isso, já estamos avaliando uma opção de financiamento através de bancos, que deve incluir bancos de fomento da região. Estamos avaliando as melhores opções.
Estamos muito entusiasmados com esse projeto, porque estamos falando do desenvolvimento de um polo metalmecânico em Marabá, onde esse projeto tende a atrair diversas outras empresas.
BNamericas: Como o grupo está abordando os esforços para reduzir as emissões?
Corrêa: A jornada ESG é uma preocupação constante nossa e faz parte da nossa trajetória há anos, avançando no aço verde.
Nosso principal insumo hoje é a sucata de aço reciclado. Do lado da fonte de energia, nossa principal fonte é Belo Monte, que é energia hidrelétrica, limpa. Parte do carvão que utilizamos também vem das nossas plantações de eucalipto. Estamos muito bem posicionados na descarbonização das nossas operações.
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