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Hispasat aposta em serviços OTT enquanto prevê um longo caminho para a TV via satélite

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Hispasat aposta em serviços OTT enquanto prevê um longo caminho para a TV via satélite

A empresa de satélites Hispasat está apostando em sua nova plataforma OTT white-label para ajudar as pequenas e médias operadoras a oferecer serviços de vídeo aos seus clientes de banda larga.

A empresa espanhola pretende chegar à base da pirâmide com uma oferta atrativa, aproveitando as capacidades de gestão e transporte de sinal que adquiriu com a compra da Media Networks Latin America em 2021 e da plataforma do seu sócio Nagra.

Além disso, a companhia mantém sua aposta no mercado de televisão via satélite, tanto na distribuição de sinais de TV por assinatura quanto no apoio ao desenvolvimento da TV digital terrestre.

A BNamericas conversou com Javier Izquierdo, diretor da Hispasat no Peru e responsável pelos serviços de vídeo da empresa, sobre as expectativas para os negócios de satélite e OTT na América Latina.

BNamericas: Considerando a migração do consumo para plataformas digitais e OTT, o que vocês esperam dos serviços audiovisuais via satélite?

Izquierdo: O satélite ainda tem um longo caminho a percorrer como solução para transportar conteúdo audiovisual, porque, como todos sabem, devido à natureza geográfica da América Latina, as redes terrestres não chegam a muitos locais com capacidade suficiente.

A aquisição do teleporto e do negócio da Telefónica [Media Networks] tinha essa visão.

Outras empresas acreditavam que o negócio [de TV via DTH] estaria morto até 2024. Nossa visão é que, embora não seja um negócio em crescimento, o mercado de TV via satélite ainda terá uma existência relevante até 2030.

Ainda há cerca de 1 milhão de famílias cuja única forma de receber conteúdo é via satélite.

Além disso, estamos acompanhando de perto os governos que estão digitalizando a televisão. Chegar a todos os cantos com a televisão terrestre não é lucrativo, então os próprios governos estão pensando em soluções e em continuar usando satélites.

É claro que não podemos esquecer que existem outros ambientes e, para nós, o serviço OTT é um complemento aos serviços via satélite. No final, as pessoas querem uma solução não só para cobrir a parte que não têm com redes terrestres, mas que seja uma solução completa. E é por isso que lançamos o serviço OTT white-label, que é focado nisso.

BNamericas: Vocês estão trabalhando com os governos da América Latina para oferecer TV digital via satélite?

Izquierdo: Estamos colaborando com eles. É um desejo de todos os governos que a televisão possa chegar aos locais mais remotos. O Chile, por exemplo, usa nosso satélite para cobrir aquela porcentagem da população que não é coberta por redes terrestres, cerca de 8% da população.

Estamos trabalhando com Colômbia, Peru, Equador. Com alguns países mais avançados, com outros apenas começando. Mas todo mundo tem esse interesse de chegar até as regiões mais afastadas [com os serviços de televisão].

BNamericas: O que mais você pode dizer sobre o serviço OTT white-label?

Izquierdo: Identificámos que existem vários clientes que não conseguem oferecer um serviço de televisão como complemento às suas ofertas de banda larga. Já tínhamos a infraestrutura, mas, como não fazemos desenvolvimento, firmamos uma parceria com a Nagra, que é quem tem a plataforma de software OTT. E, com a nossa central de processamento, montamos um serviço com dois tipos.

O primeiro tem a ver com oferecer a plataforma como infraestrutura. Ou seja, uma plataforma para a operadora prestar o serviço e gerenciar seu próprio conteúdo. É um modelo muito parecido com o que estamos usando no segmento atacadista de DTH.

As operadoras gerenciam o conteúdo e eu forneço o serviço técnico. Isso vale para empresas que já gerenciaram conteúdo no passado.

Mas há outro grupo de ISPs [provedores de serviços de internet] que nunca trabalharam com conteúdo e precisavam de um serviço completo.

Negociamos um pacote de conteúdos atrativos, lineares e não lineares, e oferecemos com um serviço white-label. Isso é uma vantagem para eles, porque mesmo os modelos que oferecemos são quase 100% opex. Em outras palavras, eles não precisam injetar dinheiro antecipadamente, não precisam investir, não precisam correr riscos além da venda e promoção de seu produto.

Este é o serviço que chamamos de Wave OTT para o primeiro caso e Wave OTT+ para o serviço que tem conteúdo.

BNamericas: Quais são as previsões de crescimento para este serviço OTT?

Izquierdo: A verdade é que eles são relevantes. Não queremos ser agressivos, preferimos dar pequenos passos, mas temos previsões de chegarmos a 200.000 a 300.000 assinantes no próximo ano.

Se lançarmos no Brasil, teremos 1 milhão de assinantes em alguns anos, com certeza.

BNamericas: Entre os dois tipos de serviços OTT, qual teria a maior perspectiva de desenvolvimento?

Izquierdo: O segundo. Mesmo para operadoras de cabo, e é surpreendente que elas tenham áreas de conteúdo e negociação. Cada vez mais somos chamados a assumir esse papel. Eu entendo que o mundo delas seja mais baseado em ISPs, porque estão vendendo banda larga e querem simplificar suas estruturas.

Isso é o que está acontecendo, e não descartamos que, para o DTH, o serviço vá na mesma direção no futuro.

Não podemos esquecer que para essas empresas o negócio é a banda larga. OTT é um atrativo de conteúdo para a banda larga.

Uma coisa que não comentei é que o produto que configuramos não pretende competir com Movistar Play ou DGO [serviço OTT da DirecTV]. Eles têm centenas de canais e um preço de mercado elevado. Formamos uma oferta atractiva de canais a um preço ajustado para ser atrativo quando os ISPs oferecerem os serviços aos seus clientes, para que tenham um conteúdo diversificado, de boa qualidade e com um preço adequado. Para que o produto não seja uma barreira, mas um elemento de civilização.

BNamericas: As pequenas operadoras de cabo dizem que uma das barreiras para a aquisição de conteúdo tem a ver com o número mínimo de assinantes exigido pelos sinais. Como está a situação hoje?

Izquierdo: Uma das coisas que nos atrasou um pouco no lançamento do produto foi convencer as empresas detentoras de direitos do nosso papel. Nós não íamos contratar os conteúdos para oferecê-los direto ao usuário final, somos um veículo para que os ISPs possam oferecer o serviço completo.

E a segunda coisa tem a ver com o que você mencionou, que é o mínimo garantido. Quando você negocia com eles em um país, eles pedem mínimos garantidos com base em uma série de parâmetros, e muitas vezes impossibilitam você de fechar o conteúdo porque, por exemplo, você tem uma base de 10.000 e eles estão pedindo um mínimo de 50.000. O que conseguimos é que esses mínimos garantidos sejam regionais. O que isso significa? Que eu tenho um acordo em que preciso oferecer uma base de assinantes em um determinado momento, mas não em um único país, em um conjunto de países que definimos com eles.

Foi um longo processo de convencimento, mas [os provedores de conteúdo] entenderam que essa é a maneira que teriam para obter uma receita de clientes que não alcançavam. São clientes que não estavam gerando nenhuma receita.

BNamericas: Em quais mercados da região há mais oportunidades para este produto?

Izquierdo: É preciso distinguir onde estão as oportunidades, de fato, e onde elas poderiam estar. Estamos bastante ativos na Colômbia, Equador, Chile e Peru. Temos muito interesse na Argentina, mas estamos em uma situação complicada devido à instabilidade da moeda. É um mercado muito interessante, mas precisamos trabalhar um pouco mais para ver se conseguimos encontrar esse equilíbrio.

Nosso foco também está no Brasil, onde estamos no processo e esperamos que em alguns meses também lancemos a proposta OTT+.

BNamericas: Por que ainda não foi lançado no Brasil?

Izquierdo: Basicamente tem a ver com a proposta final. Os canais no Brasil são muito diferentes dos vistos no exterior. Existe um grande pacote que é a Globo, e se você o incluir no seu produto o preço flutua.

Estamos no processo de finalização da proposta.

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