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Honeywell aposta na automação da transição energética na América Latina

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Honeywell aposta na automação da transição energética na América Latina

A empresa de tecnologia Honeywell está apostando na transição energética e na inovação sustentável como pilares para seu crescimento na América Latina.

A companhia espera que a demanda por soluções passe por uma aceleração, à medida que os investimentos nos setores de mineração, petróleo e gás aumentam na América do Sul, sobretudo na Argentina.

A BNamericas conversou com o presidente da Honeywell para a região, José Magalhães Fernandes, durante uma visita recente a Buenos Aires, sobre a transição energética e a importância da execução de programas de pesquisa e desenvolvimento (P&D).

BNamericas: Onde estariam as maiores oportunidades de crescimento na transição energética?

Fernandes: Essa questão da transição energética é muito importante para nós, porque é uma das grandes megatendências que vemos hoje.

Temos três grandes megatendências. A primeira é o futuro da aviação, onde somos um fornecedor muito importante para os setores aeroespaciais.

A segunda é toda a questão da automação das indústrias, que passa também pela digitalização dos processos, agora com a questão da inteligência artificial (IA).

A terceira é a transição energética. Na região, para nós, essa é uma megatendência muito importante na maioria dos países do sul da América Latina.

A Argentina é um país muito importante para nós dentro dessa megatendência. Estamos testemunhando um aumento nos investimentos em determinadas indústrias-chave, como mineração, petróleo e gás, precisamente em questões relacionadas à transição energética.

BNamericas: Qual é a situação da automação na região?

Fernandes: A automação será um processo natural para muitas empresas de pequeno e médio porte, porque as grandes empresas já têm um nível de automação nos seus processos.

Temos uma equipe de engenharia na Argentina especializada neste tema da automação. Ajudamos com processos de controle avançados para otimizar a produção desses ativos com machine learning ou gêmeos digitais. Estamos trabalhando para adicionar mais inteligência artificial a esses processos.

BNamericas: Quais são as suas expectativas em relação aos incentivos do governo para grandes investimentos?

Fernandes: Estamos presentes na Argentina há mais de 70 anos. Estamos aqui apoiando grandes indústrias, principalmente as indústrias de gás, materiais e minerais críticos.

Na indústria do lítio, por exemplo, que ganha cada vez mais importância dentro deste conceito de eletrificação global, temos soluções focadas na automação para melhorar o processo de extração, separação e segurança das pessoas, e um ciclo de vida mais longo dos ativos.

O que estamos vendo é que há um interesse maior agora, não só das empresas locais, mas também das empresas estrangeiras que procuram um maior controle macroeconômico, o que ajuda nos investimentos de longo prazo.

Há potencial de crescimento nas indústrias de minerais críticos e lítio nos próximos anos.

BNamericas: Você poderia falar sobre alguns cases de sucesso na Argentina?

Fernandes: Temos alguns, mas infelizmente não tenho permissão dos clientes para divulgar seus nomes, mas já vendemos a tecnologia própria da Honeywell para clientes da área de minerais críticos na Argentina, de lítio e cobre, e também para a indústria de petróleo e gás. 

Muitos dos grandes produtores de óleo e gás da Argentina são clientes da Honeywell.

BNamericas: Você acha que o ceticismo do governo argentino em relação à transição energética pode afetar os investimentos e os objetivos de descarbonização das empresas?

Fernandes: A transição energética vai existir, aconteça o que acontecer. Em algumas situações, será um pouco mais acelerada, mais rápida, e, em outros casos, mais lenta. Mas, no longo prazo, em 10, 20 ou 30 anos, é o rumo natural para todos os países e todas as empresas.

Isso não é sobre um país específico. Em nível global, observamos como as mudanças climáticas estão afetando a vida das pessoas, não é? Acredito que o movimento em direção à transição energética vai existir, não importa o que aconteça.

Agora, as empresas também têm de justificar isso economicamente. Há um investimento muito grande em combustíveis fósseis, por exemplo, ou na cadeia fóssil, que precisa ser transferido para cadeias sustentáveis.

É um processo natural que, em alguns momentos, avançará mais rápido e, em outros, avançará mais lentamente, mas acho que, no final das contas, todos concordam que devemos levar as economias a uma situação mais sustentável para resolver os grandes problemas climáticos.

BNamericas: E qual é o papel da regulamentação na transição? Você poderia comentar algum caso na América Latina?

Fernandes: A regulamentação é uma estrutura muito importante para dar tranquilidade aos investidores de longo prazo. Nós, como América Latina, estamos dando passos relativamente pequenos no que diz respeito à regulamentação.

O Congresso brasileiro aprovou recentemente a lei do combustível do futuro, que, na verdade, é um marco que começa a regular esse mercado, que é completamente novo. É uma indústria nova.

Agora, devemos ter regulamentos individuais para cada aspecto da lei. A legislação sobre o hidrogênio também já está em tramitação no Congresso.

Naturalmente, os demais países também terão que fazer isso, porque senão o Brasil pode decolar muito rápido e entrar nas cadeias globais de valor, deixando os outros países para trás.

Quando os investidores perceberem que os marcos que os protegem no longo prazo estão implementados e que os movimentos de investimentos começam a chegar ao Brasil, outros países caminharão na mesma direção, porque não vão querer perder essa onda de investimentos.

Então, para mim, é uma questão de tempo até que toda a região caminhe nessa mesma direção da regulamentação, mas é muito importante que isso aconteça, porque este será um dos fatores fundamentais que ajudarão os investidores a acelerar seus processos de investimento na região.

BNamericas: Como vocês encaram a IA? Estão usando IA tradicional ou generativa?

Fernandes: Sim, temos alianças com grandes fornecedores desta tecnologia, trabalhamos com o Copilot [IA da Microsoft ], com todos, dependendo do setor em que atuamos.

BNamericas: Qual é o plano para o centro de engenharia na Argentina? Você tem planos de abrir unidades semelhantes em outros mercados?

Fernandes: Temos o centro de engenharia na Argentina há muitas décadas, não é novidade, porque a Argentina é muito forte em STEM [acrônimo em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática].

As universidades da Argentina são muito boas. Elas formam engenheiros, matemáticos e pessoas nas áreas de ciência e tecnologia com uma qualidade extraordinária.

Então, desenvolvemos esse grupo de engenharia que trabalha aqui e apoia nossas operações não só na região latino-americana, mas, em alguns casos, até globalmente.

Também temos uma organização que desenvolve outros recursos de engenharia no México. Se olharmos para os dois grupos, temos algo em torno de 500 a 600 pessoas.

Temos também, em menor escala, um centro de engenharia no Chile, voltado para a indústria de mineração, além de um pequeno centro no Brasil.

Estamos sempre buscando oportunidades de crescimento.

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