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Metais energéticos da Argentina: uma oportunidade promissora para mineração de energias renováveis

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Metais energéticos da Argentina: uma oportunidade promissora para mineração de energias renováveis

A Argentina abriga alguns dos maiores projetos de mineração de metais energéticos em estágio inicial do mundo, muitos deles estão situados nas altas montanhas dos Andes, no norte do país.

Um desafio para os mineradores de lítio e cobre que se preocupam com o teor de carbono associado à sua produção futura é garantir o fornecimento de energia com baixas emissões. A tarefa não é simples, dada a altitude de alguns projetos e sua distância dos centros populacionais, combinada com a demanda por um fornecimento estável.

O setor elétrico local tem se destacado. A maior empresa de energias renováveis da Argentina, a Genneia, por exemplo, desenvolveu uma solução conectada à rede que forneceria eletricidade 24 horas por dia.

Para saber mais sobre o cenário geral, a BNamericas conversou com Marco Zannini, gerente-técnico da consultoria chilena de energia Anabática Renovables, que também atua no mercado argentino. A Anabática é especializada nos setores de energia eólica, solar, de hidrogênio verde e armazenamento de energia, oferecendo um portfólio de serviços de suporte e assessoria, que abrange desde a fase inicial de estudos técnicos até o licenciamento, financiamento e otimização.

BNamericas: Em termos de fornecimento para futuras operações de mineração, quais oportunidades você enxerga para o setor de energia no norte da Argentina? Por exemplo, existe alguma estimativa de demanda para essa região?

Zannini: Estamos observando muito desenvolvimento industrial no norte do país, ligado à demanda de mineração, principalmente para o lítio, a nível global.

Diante desse potencial, estão começando a ser desenvolvidas zonas industriais para extração, que necessitam de fornecimento de eletricidade.

BNamericas: Quais são alguns dos desafios?

Zannini: Estamos falando de zonas isoladas, longe dos centros de consumo [de energia], distantes dos centros populacionais, áreas no ponto final das linhas de energia ou, mesmo, longe delas.

Em alguns casos, a interligação [com a rede] é viável, mas em outros casos, é necessário explorar alternativas, como o autoabastecimento.

Os mineradores querem uma imagem mais ecologicamente correta. Hoje, está sendo analisado o fornecimento de energia por meio de uma combinação de soluções. As microrredes estão assumindo as características de um sistema de energia – há uma mistura de combustíveis fósseis, armazenamento e energia solar fotovoltaica. O vento também tem sido testado.

BNamericas: Entendemos que estão sendo discutidas alternativas para o fornecimento de energia na Argentina..

Zannini: Há muito movimento. Recentemente, projetos sólidos têm surgido em busca de financiamento. Além disso, está sendo conduzido um extenso trabalho de análise para determinar o prosseguimento dessas iniciativas.

A Argentina é uma terra fértil de oportunidades. Ela tem um modelo de fazer negócios em que, quando as oportunidades se apresentam, as decisões são tomadas rapidamente. É possível perceber há uma preparação em andamento. Pode haver, talvez, de um aumento significativo desses projetos. O mercado está se preparando e há uma mão de obra pronta para executá-los.

BNamericas: Poderia citar algumas barreiras? As regulamentações são uma delas?

Zannini: É necessário trabalhar na regulamentação; é necessário um bom quadro operacional para os investidores, para que haja estabilidade para recuperar o investimento. E que eles não enfrentem taxas [de financiamento] elevadas devido ao risco do país.

Já provamos que com um bom quadro regulatório, no qual as coisas funcionam tanto para os investidores estrangeiros quanto para os investidores locais acostumados a operar na Argentina, quando a janela se abre, eles respondem

Você vê que, quando ela se abre, grandes players locais, como a [empresa estatal de petróleo e energia] YPF e [os geradores] Genneia e Central Puerto  se movimentam prontamente.

Os players estrangeiros interessados em ingressar, podem aprender com as empresas locais.

BNamericas: Com a nova administração, que tomou posse em dezembro, mudanças regulatórias e legislativas estão em andamento ou em planejamento.

Zannini: A mudança de governo foi bastante recente. É necessário observar como o trabalho avança na área de regulamentações, quais sinais estão sendo enviados.

O que precisa ser ressaltado é que na Argentina é preciso estar preparado para quando a oportunidade surgir.

BNamericas: Voltando ao fornecimento de energia, o foco parece estar no lítio. Mas existem oportunidades em outros segmentos, como os metais?

Zannini: Sim, cobre, lítio e extração secundária, como ouro e prata. Operações de mineração existentes, há muitos anos, têm tentado alterar o seu mix de consumo de energia. Alguns procuram, ou já têm, acordos privados de compra de energia [PPAs] por meio do [mercado a termo] Mater.

BNamericas: Então, no setor de mineração em geral, tanto para projetos quanto para minas em fase operacional, as opções são claramente a conexão à rede ou fora da rede?

Zannini: Sim, é preciso analisar caso a caso. Dependendo da sua localização, existirá a possibilidade de procurar conexão à rede. Ou aqueles que estão conectados podem buscar um PPA no mercado – recentemente, diversos projetos foram apresentados no Mater – ou ainda, trabalhar com projetos insulares [fora da rede] com componentes de armazenamento.

No contexto do armazenamento de energia, desenvolvemos uma aplicação na qual é possível configurar os vários vetores participantes, que podem ser eólicos, solares fotovoltaicos, de rede, por exemplo. Com isso, é possível ver qual é a melhor opção em termos de configuração de bateria, em termos de duração da injeção, capacidade.

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