‘O mercado livre vai crescer e temos que nos preparar para isso’, diz CEO da Auren Energia
A Auren Energia concluiu nesta segunda-feira o processo de reorganização societária dos ativos de energia da Votorantim e do Canada Pension Plan Investments (CPP) e passou a negociar suas ações na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
A nova empresa, que incorporou as ações da Companhia Energética de São Paulo (CESP), tem uma matriz energética 100% renovável e uma robusta carteira de projetos que combinam fontes hídricas, eólicas e solares, além de soluções híbridas.
Auren também será uma das maiores comercializadoras de energia do país, atendendo mais de 500 clientes.
Seu CEO, Fabio Zanfelice, disse à BNamericas nesta entrevista que o foco é continuar investindo em energia renovável, incluindo hidrelétricas, com o segmento de transmissão também no radar.
BNamericas: Como e por que a Auren Energia foi criada?
Zanfelice: A Votorantim Energia nasceu em 1997, gerindo potência de ativos de autoprodução de energia para atender aos negócios da Votorantim, que atua na área de mineração.
Em 2005, deu início a uma estratégia para crescer no mercado de energia. Em 2016 entramos em um parque eólico na região Nordeste e, em 2017, fechamos parceria com a CPP.
Na sequência, adquirimos a CESP por meio de um leilão público. Tínhamos, então, três estruturas: a Votorantim Energia, comercializadora muito atuante, a CESP, com sua própria estrutura, e a VTRM [que reunia ativos de energia do grupo Votorantim e da CPP, incluindo a CESP].
Portanto, faria todo o sentido juntarmos as estruturas por sinergia de custos e competências. A VTRM tem os parques eólicos e a CESP as hidrelétricas; nós com a possibilidade de mitigar o risco hidrológico da CESP, e esta com capacidade para reduzir o riscos da intermitência eólica.
Há uma agenda de modernização do setor elétrico. O mercado livre [não regulado] vai crescer, e temos que nos preparar para isso, com capacidade de geração robusta e uma das maiores comercializadoras do país.
BNamericas: Quais são as metas de crescimento e investimento?
Zanfelice: Hoje temos capacidade financeira e técnica para fazer aquisições no mercado brasileiro, além de crescer organicamente através de projetos greenfield. O foco é continuar investindo em energias renováveis, fazendo aquisições ou parcerias.
BNamericas: Por renováveis vocês se referem a eólicas e solares? Ou usinas hidrelétricas também?
Zanfelice: Não apenas eólicas e solares, como hidrelétricas, pois é o que sabemos e gostamos de fazer, incluindo PCHs [pequenas centrais hidrelétricas]. Um cluster de PCHs na mesma região ou bacia hidrográfica faz muito sentido e pode ser uma oportunidade, pois há ganhos de escala de operação.
BNamericas: Quais são os principais ativos de seu portfólio atualmente?
Zanfelice: Porto Primavera é a maior hidrelétrica, mas temos participações minoritárias em outras usinas hidrelétricas pela Votorantim, como Barra Grande, Campos Novos e Machadinho. E temos ativos eólicos somando 1 GW, dos quais 600 MW estão operando, dentro de um raio de 40 km, no Piauí.
Estamos agora terminando de construir os parques eólicos Ventos do Piauí II e III, com mais 409 MW, enquanto desenvolvemos o projeto híbrido Sol do Piauí. É um projeto solar que será instalado no site de Ventos do Piauí I [206MW], no modelo híbrido.
É o primeiro projeto híbrido em escala comercial no Brasil. A modalidade híbrida para nós é muito importante, trabalhamos muito para esse modelo ser regulamentado no Brasil. Há, nesta região, eólicas que geram energia predominantemente à noite. E, durante o dia, o sistema de conexão e transmissão fica ocioso. Então, com a usina solar, otimizamos a geração. Vamos seguir desenvolvendo essa modalidade em outros parques eólicos. Temos um pipeline de quase 2 GW de usinas eólicas, solares e híbridas para ser instalado.
BNamericas: Transmissão é um segmento que interessa à empresa?
Zanfelice: Também olhamos para esse segmento no passado e vamos seguir avaliando, uma vez que há potencial sinergia com a estratégia da companhia.
Mas a relação risco/retorno será uma métrica para fazer o investimento, e não é nossa orientação entrar em leilões da Aneel para começar a construir do zero. Já há grandes transmissoras que seriam mais competitivas que nós. Então olhamos oportunidades de ativos já em operação.
BNamericas: E eólicas offshore, hidrogênio, baterias…?
Zanfelice: Eu, particularmente, acho que o Brasil tem muitas oportunidades no onshore, o que torna esses projetos mais competitivos.
Sobre hidrogênio, vamos observar o mercado. Na medida em que a tecnologia estiver mais madura, podemos avaliar a entrada no negócio. Não é de nosso interesse entrar em um early stage.
Quanto ao armazenamento, temos os reservatórios hidrelétricos que conseguem fazer a regularização do sistema, mesmo com adição maior de renováveis na matriz, o que faz com que o armazenamento em baterias não esteja andando tanto por aqui como em outros lugares do mundo. Mas, na medida em que a tecnologia se consolidar, fará parte dos negócios de qualquer empresa.
BNamericas: Vocês pretendem participar de leilões de geração da Aneel este ano?
Zanfelice: A maioria de nossas eólicas é vendida em leilões regulados. Gostamos desse modelo, desde que o projeto se torne competitivo. Mas os últimos leilões tiveram baixa demanda, com grande competição [isto é, fortes deságios]. Uma vez que o mercado regulado voltar a fazer sentido, também olharemos essa oportunidade.
BNamericas: A empresa estuda projetos com power purchase agreements (PPAs) indexados ao dólar?
Zanfelice: É uma modalidade que faz sentido sobretudo para projetos solares fotovoltaicos, então é um hedge natural. Não temos contrato à vista para ser assinado, mas faz sentido para empreendimentos greenfield. É uma oportunidade, e vamos explorar quando tivermos possibilidade de fazê-lo.
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