Panamá , Chile , México , Peru , Paraguai , Brasil e Colômbia
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O panorama do project finance na América Latina em 2025

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O panorama do project finance na América Latina em 2025

À medida que a América Latina atravessa mais um ano dinâmico, a região deve registrar crescimento contínuo em project finance e operações estruturadas em diversos setores.

Apesar de seu histórico de volatilidade econômica, principalmente no que diz respeito às taxas de câmbio e de juros, a região apresenta inúmeras oportunidades para aqueles equipados com soluções financeiras personalizadas.

Para esclarecer o cenário em evolução, David González, diretor de project finance, infraestrutura e telecomunicações da América Latina no Sumitomo Mitsui Banking Corporation (SMBC), conversou com a BNamericas sobre os setores e países que devem ter maior atividade neste ano, bem como as estratégias financeiras inovadoras que a entidade oferece para ajudar os clientes a capitalizar essas oportunidades.

BNamericas: Você poderia falar sobre os principais destaques das operações de financiamento estruturado e project finance do SMBC na América Latina, bem como sobre algumas das operações e setores recentes nos quais o banco esteve envolvido?

Gonzalez: Você provavelmente conhece o SMBC para project finance e financiamento estruturado. Nossa Divisão das Américas é sediada em Nova York, e temos escritórios no México, Peru, Colômbia, Chile e Brasil. Estes são os principais locais como um contexto geral, e como um lembrete, no Brasil, temos um banco, então podemos emprestar [em reais brasileiros] e no México, temos uma SOFOM [Sociedade Financeira de Objeto Múltiplo], então podemos emprestar em pesos.

No Chile, Colômbia e Peru, trabalhamos com empréstimos em dólares americanos, mas em alguns casos, por meio de swaps de moeda cruzada e sintéticos [mecanismos financeiros], às vezes também conseguimos fornecer financiamento em moeda local.

Em termos operacionais, 2024 foi um ano movimentado para nós em todos os setores: [energia] renováveis, linhas de transmissão, gasodutos, datacenters, rodovias com pedágio, metrôs, trens e projetos hídricos, só para citar alguns.

Dada a nossa capacidade, não apenas emprestamos, mas também fazemos estruturação, subscrição, consultoria de dívida, mercados de capital, derivativos e fusões e aquisições. Então, agora somos obviamente um banco de investimento mais completo.

BNamericas: Qual sua percepção do ambiente de negócios, das oportunidades e dos desafios na América Latina para este ano?

Gonzalez: Para 2025, esperamos ver um aumento na atividade de project finance, não apenas em estruturação e subscrição, mas também em termos de consultoria de dívida e fusões e aquisições.

Vemos muitas atividades de fusões e aquisições nos principais setores, que para nós são energias renováveis, datacenters, fibra, água, transporte, [infraestrutura] social, gasodutos e linhas de transmissão.

Como consultores de dívidas, apoiamos nossos clientes de mãos dadas, especialmente para mitigar alguns dos principais riscos de projetos que observamos.

No Chile, temos a combinação de energia solar com baterias, então continuaremos a ver essa tendência por lá. Além disso, vemos oportunidades ligadas a projetos de água, datacenters e transporte.

No Brasil posso citar projetos de água, datacenters, transporte e [infraestrutura] social como oportunidades.

Já o México agora será um momento interessante porque, com a mudança de administração, veremos mais atividades no México, e também fortalecemos recentemente nossa presença no México com a SOFOM. Nossa SOFOM já estava aberta, mas agora estamos nos fortalecendo, e contratamos Juan Toro como novo CEO. Ele traz muita experiência em estruturação, consultoria, operação e cobertura de clientes. Então, veremos um impulso no México, não apenas em dólares americanos, que é o que normalmente fazemos, mas também em pesos.

Mencionei Brasil, México, Chile, e também vale a pena falar sobre Peru e Colômbia, onde esperamos ver alguma atividade.

Na Colômbia, destaquei o lado do transporte, onde gostaríamos de continuar a ver mais projetos, incluindo projetos de água, metrôs e ferrovias.

Já no Peru vemos de tudo: eletricidade, transporte, gás, datacenters, fibra ótica, [infraestrutura] social.

BNamericas: Além desses países e setores, você diria que há outros que podem ganhar espaço?

Gonzalez: Dois países adicionais interessantes são Panamá e Paraguai.

O Paraguai recentemente alcançou o status de grau de investimento da Moody's e eles criaram um programa de PPPs [parcerias público-privadas]. Eles foram bem-sucedidos em lançá-lo, e agora estão no mercado com alguns projetos.

BNamericas: Há setores em que o SMBC hoje não é tão ativo, mas vê sinais de expansão no médio e longo prazo?

Gonzalez: O que vemos, por exemplo, no México – e mencionei a mudança na administração – é que agora há esse fenômeno chamado nearshoring. É algo que está realmente se materializando.

Por isso, vemos algumas empresas europeias e algumas asiáticas se aproximando dos EUA, e isto acontece em todo o México, mas tende a ocorrer mais na parte norte do México, mais perto dos EUA.

Enquanto isto está se movendo, há muito desenvolvimento imobiliário industrial, datacenters, fibra óptica, além de toda a infraestrutura auxiliar, estradas, eletricidade e água. Então, nos próximos anos, isso vai ser interessante, e definitivamente estamos acompanhando isso.

BNamericas: E o Brasil, onde atualmente vemos certas percepções diferentes entre investidores de curto e longo prazo?

Gonzalez: O Brasil, para nós, ainda é o maior mercado e é uma fonte de projetos recorrentes.

Temos uma equipe local no Brasil, então temos capacidade de emprestar em reais e também em dólares americanos, e vemos uma fonte diversificada de projetos e setores.

As renováveis continuam fortes, e sei que o Brasil tem a maior matriz de renováveis em termos de geração de fornecimento de energia. Estamos acompanhando de perto a privatização do setor de água, e isso será uma grande fonte de projetos para nós, não apenas financiamento, mas também fusões e aquisições.

Continuamos a ver projetos de gasodutos e continuamos a ver projetos de transporte.

Uma coisa em que o Brasil também é número um na América Latina são os datacenters.

BNamericas: Analistas econômicos esperam volatilidade significativa nas moedas de mercados emergentes nos próximos trimestres, incluindo moedas latino-americanas, juntamente com incertezas sobre a trajetória da taxa básica de juros na região, mais especificamente no Brasil. Quais mecanismos o SMBC oferece para estruturar operações de financiamento e project finance que podem ajudar os clientes a mitigar riscos relacionados a flutuações cambiais e taxas de juros?

Gonzalez: Temos mecanismos para emprestar em dólares, e também em países como o Brasil, usando reais, no México, com pesos, e sintéticos no resto da América Latina.

Viemos com uma mesa de derivativos muito forte que é capaz de fornecer as soluções certas para mitigar riscos de projeto, como riscos associados a taxas de juros. Podemos fazer opções, podemos fazer swaps, entre outros.

Então, nossa equipe é bastante experiente e, quando combinamos nossa equipe de project finance com a mesa de derivativos, criamos soluções muito inteligentes para mitigar alguns dos principais riscos que esses projetos enfrentam.

Gostaria também de destacar que temos uma equipe muito forte de consultoria de dívida e financiamento de aquisições, e isto é algo que continuamos a fortalecer.

Agora temos uma equipe muito boa que, quando combinada com a equipe de project finanace na América Latina, certamente fornecerá um serviço focado no cliente para ajudar nossos clientes a atingir seus objetivos.

Temos a tendência de pensar fora da caixa, e agora basicamente cobrimos tudo: estruturação, empréstimo, subscrição, mercados de capital, consultoria, fusões e aquisições… Tentamos ser uma solução completa para nossos clientes.

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