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O que esperar das próximas concessões rodoviárias no Brasil

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O que esperar das próximas concessões rodoviárias no Brasil

Um total de 26,7 mil km de rodovias no Brasil são operados por empresas privadas, por meio de concessões, e este número deve aumentar em 30 mil km nos próximos cinco anos, de acordo com a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR).

Nesta entrevista, a BNamericas fala com o presidente da ABCR, Marco Aurélio Barcelos, sobre as perspectivas do setor e o interesse de empresas internacionais em investir em novas concessões rodoviárias.

BNamericas: As próximas concessões rodoviárias atrairão novas empresas para o setor ou veremos uma expansão das empresas já existentes?

Barcelos: Vamos ver ambos os movimentos. Veremos a entrada de novos players acontecendo, uma vez que isto já está ocorrendo.

Nos leilões mais recentes, já vimos uma empresa italiana, a INC, vencendo o leilão do Rodoanel de Belo Horizonte. Concorreu contra a INC uma empresa chinesa, a China Railway Construction Corporation (CRCC).

Em dezembro, vimos o grupo francês Vinci entrando no capital da Entrevias.

Isso mostra que grandes empresas internacionais estão olhando para o setor de rodovias no Brasil.

Paralelamente, empresas nacionais também têm mostrado apetite para competir nos novos contratos, sendo empresas de diferentes perfis, como o grupo financeiro Starboard, que assumiu o Rodoanel Norte, em São Paulo, e o consórcio formado por Perfin e Equipav, que também assumiu recentemente lotes de rodovias em Minas Gerais. 

Além de empresas de infraestrutura, temos visto fundos de investimento entrando no setor de rodovias, através de veículos de investimentos específicos.

BNamericas: Quais são os estados que devem oferecer o maior número de concessões rodoviárias nos próximos anos?

Barcelos: São Paulo é o estado mais relevante em termos de contratos de concessões vigentes atualmente, e vai continuar sendo um dos grandes atores na agenda de concessões de rodovias nos próximos anos, uma vez que o governo do estado já manifestou interesse de avançar com estudos para mais licitações nos próximos meses.

Além de São Paulo, vejo Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Santa Catarina também com planos de avançar nas concessões. 

Deixei por último o Paraná porque o lote de rodovias lá, em que parte será leiloado este ano, é considerado um projeto federal, e são concessões que são verdadeiras joias da coroa a serem oferecidas. 

BNamericas: Quais são as expectativas em termos de investimentos e modelos de financiamento?

Barcelos: Os investimentos projetados no setor pelas empresas privadas devem chegar a R$ 108 bilhões nos próximos 10 anos. Esse elevado volume de investimentos exigirá um mix de soluções de financiamento.

Historicamente, o BNDES é o grande financiador dos projetos do setor, mas sozinho ele não devera ser capaz de atender toda a demanda por financiamento. Por causa disso, veremos as empresas buscando soluções de financiamento que também passarão pela emissão de debêntures e também operações financeiras com bancos do setor privado e instituições multilaterais.

Por conta desse elevado investimento e elevada necessidade de financiamento, o setor terá que ser criativo na busca por soluções.

BNamericas: O governo federal anunciou planos para aumentar os investimentos em infraestrutura, incluindo rodovias. Isso poderia criar gargalos, considerando os planos das empresas do setor privado?

Barcelos: Não quero ser alarmista. Primeiro precisamos dizer que temos um cenário muito positivo para investimentos em rodovias, que será composto pelo investimento público e privado.

Porém, precisamos mapear e falar sobre os riscos, inclusive para buscarmos soluções e mitigar os riscos.

Diante de uma expectativa de expansão de investimentos, precisamos verificar se temos uma estrutura capaz de atender essa demanda, com mais insumos, mais financiamentos, mais mão de obra e mais soluções de engenharia.

Temos que lembrar que há outro setor que também tem atraído muito investimento, que é o setor de saneamento.

Precisamos avaliar se, hoje, nossa engenharia tem disponibilidade de atender tantos projetos.

Acredito que é chegada a hora de o governo pensar em uma solução para fortalecer a indústria de base, para atender esta demanda crescente que vai se apresentar por esses setores [rodovias e saneamento].

Além disso, podemos pensar em soluções do ponto de vista da programação de investimentos que existem nos contratos de concessão, para não concentrarmos muitos investimentos nos primeiros anos de contrato.

Mas é importante ressaltar que estes são riscos gerados pelo cenário positivo de aumento de investimentos.


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