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‘Os hidrocarbonetos continuarão tendo um papel relevante na matriz energética mundial’

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‘Os hidrocarbonetos continuarão tendo um papel relevante na matriz energética mundial’

A transição energética vem forçando as partes interessadas, principalmente as da indústria de hidrocarbonetos, a reformular os planos e expandir seu escopo de negócios para incluir energias renováveis e iniciativas sustentáveis, entre outras mudanças.

“Cada vez mais, a transição energética global está sendo impulsionada pela economia, em vez de políticas governamentais ou acordos internacionais, pois os avanços tecnológicos e as economias de escala reduzem os custos da energia renovável e dos veículos elétricos”, afirma o Relatório de Inteligência BNamericas intitulado Quanto tempo resta para os produtores de petróleo e gás da América Latina?

Para obter uma perspectiva adicional, conversamos com Danielle Valois e Gabriela Bezerra-Fischer, sócia e associada sênior, respectivamente, do escritório brasileiro Trench Rossi Watanabe.

BNamericas: A conversa sobre ativos ociosos veio à tona agora mais do que nunca devido à transição energética. Os países dependentes de hidrocarbonetos devem se preocupar com a possibilidade de tais recursos permanecerem abaixo do solo?

Valois, Bezerra-Fischer: Os hidrocarbonetos continuarão a ter um papel relevante na matriz energética mundial nos próximos anos, mas é claro que as tendências dos países industrializados têm indicado que, diferentemente do passado, hoje parece ser uma janela.

Os países dependentes de hidrocarbonetos serão obrigados a agir com rapidez e inteligência para maximizar seus ganhos com a produção de hidrocarbonetos, e também a se planejar com antecedência, em busca de uma adaptação à nova realidade da transição energética.

BNamericas: Que oportunidades existem para as empresas de petróleo e gás manterem suas operações relevantes e onde na América Latina?

Valois, Bezerra-Fischer: A estratégia de várias grandes petroleiras tem sido se reposicionar como empresas de energia em vez das tradicionais “empresas de petróleo e gás”.

Dessa forma, continuam conduzindo sua produção de hidrocarbonetos, ao mesmo tempo em que investem em fontes alternativas de energia e em pesquisa e desenvolvimento, para que novas tecnologias possam atingir preços compatíveis em um futuro previsível.

Além disso, medidas para descarbonizar a produção de petróleo e gás estão sendo estudadas e implementadas por empresas petrolíferas em todo o mundo. Na América Latina, os países tradicionais produtores de petróleo e gás com ambientes políticos estáveis provavelmente continuarão a ser de grande interesse: Brasil, México, Colômbia e Argentina.

BNamericas: Existe uma pressão legislativa, regulatória e tributária crescente sobre as empresas para intensificar a descarbonização?

Valois, Bezerra-Fischer: Sim, governos e órgãos reguladores em todo o mundo estão reconhecendo a urgência de enfrentar as mudanças climáticas e implementar políticas para impulsionar a transição para uma economia de baixo carbono, as quais incluem metas de redução de emissões, regulamentações mais rígidas sobre emissões de gases de efeito estufa, como bem como mecanismos de precificação de carbono.

Quais países da América Latina se tornaram mais rigorosos? É importante considerar que nem sempre essas regulamentações são específicas de cada país ou região, portanto as empresas devem estar atentas às legislações que podem impactar seus negócios e acesso ao mercado internacional.

Como exemplo, podemos citar o regulamento de desmatamento da União Europeia, segundo o qual as empresas devem realizar uma extensa due diligence em sua cadeia de suprimentos para garantir que os produtos sejam livres de desmatamento. Isso afetará todos os países que exportam para a Europa, especialmente os países onde o desmatamento é uma grande preocupação, como o Brasil.

BNamericas: Há apelos crescentes para um maior engajamento entre autoridades e partes interessadas para definir roteiros e políticas, visando migrar para uma matriz energética mais limpa. Que trabalho precisa ser feito nesta frente?

Valois, Bezerra-Fischer: No contexto da transição energética, o diálogo entre os múltiplos stakeholders é de fundamental importância. Temos visto interações crescentes entre os setores público e privado na formulação de políticas e roteiros para a transição energética com consultas públicas e audiências públicas.

A cooperação internacional também será fundamental, já que, no final das contas, estamos todos vivendo no mesmo planeta, então a solução deve ser ampla o suficiente para dar conta disso. Em outras palavras: reduzir as emissões em um local e aumentar em outro não resolverá o problema, portanto a cooperação e a coordenação serão essenciais.

BNamericas: Além da geopolítica e das crises energéticas, que outros fatores podem frear os esforços para chegar à neutralidade de carbono?

Valois, Bezerra-Fischer: O principal desafio é o chamado trilema da energia: como equilibrar acessibilidade, confiabilidade e sustentabilidade.

O desafio tecnológico será relevante, pois a transição para o net zero requer desenvolvimento e implantação de novas tecnologias em escala. Isto também se vincula a outro grande desafio que será o custo: como tornar as soluções descarbonizadas competitivas em relação às soluções tradicionais baseadas em combustíveis fósseis.

Na América Latina a infraestrutura também será um grande desafio, na medida em que a transição para o net zero requer uma infraestrutura energética robusta e flexível, inclusive capaz de lidar com a intermitência de energia renovável e garantindo a confiabilidade do sistema energético.

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