Argentina , Chile e Uruguai
Perguntas e Respostas

Os planos de crescimento da produtora de cal Calidra

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Os planos de crescimento da produtora de cal Calidra

Riscos no fornecimento de cal podem comprometer os planos do Chile de continuar sendo o maior produtor mundial de cobre, com a produção podendo atingir seu pico em 2027, com 6,07 Mt (milhões de toneladas). Já a Argentina pode ter de rever seus planos de retomada de sua indústria de cobre, os quais visam atingir uma produção de 1 Mt/a (milhão de toneladas por ano) até 2030.

A cal é um insumo essencial no processamento do cobre, onde é usada em processos como coagulação, flotação e recuperação, e desempenha um papel fundamental na mineração tradicional de lítio, além de melhorar a qualidade do aço e permitir o desenvolvimento da construção civil e da engenharia.

Espera-se que a demanda pelo mineral cresça em meio a planos para reduzir emissões, implementar tecnologias limpas e construir infraestrutura para cidades inteligentes. O mercado global de cal pode aumentar de US$ 47,8 bilhões em 2024 para mais de US$ 64 bilhões em 2033, segundo a empresa de consultoria Imarc.

A BNamericas conversou com Pedro Brandi, diretor para o Cone Sul da produtora cal Calidra, sobre os planos da empresa e as perspectivas de mercado.

BNamericas: Começando pela Argentina, quais são suas projeções em relação aos clientes de mineração?

Brandi: A cal que fornecemos ao setor de mineração da Argentina é uma porcentagem relativamente pequena em comparação com países como o Chile, onde empresas estatais e privadas envolvidas em cobre e lítio são consumidoras-chave. No entanto, antecipamos um crescimento de médio prazo na indústria de cobre, particularmente na província argentina de San Juan.

No setor de lítio, as projeções também são positivas. Há oito projetos em construção ou em expansão que visam aumentar a capacidade de produção de 40.000 t/a [toneladas por ano] para mais de 200.000 t/a.

Isso inclui Fenix e Olaroz, da Arcadium; a Sal de Oro, da Posco; Cauchari-Olaroz, da Ganfeng e da Lithium Americas; e Centenario Ratones, da Eramet e Tsingshan, com um investimento total de US$ 4,5 bilhões. Como fornecedores para essa indústria, estamos ansiosos para dar suporte a esse crescimento.

BNamericas: Como está o andamento da fase de ramp-up do novo forno de calcinação de cal na planta de La Laja, em San Juan?

Brandi: É um forno Maerz que comissionamos em junho para impulsionar a produção de cal premium. É o quinto forno vertical PFR [sigla em inglês para “fluxo regenerativo paralelo”] de tecnologia suíça que temos na Argentina e o maior do gênero no Cone Sul. Em julho, esse forno atingiu sua capacidade máxima e agora está operando a 550 t/d [toneladas por dia].

BNamericas: Onde a Calidra venderá a cal adicional este ano e qual sua previsão para as vendas até 2030?

Brandi: Nossos mercados-alvo no Cone Sul continuarão focados principalmente na Argentina, Chile e Uruguai.

Na Argentina, depois de um 2024 marcado por altos e baixos devido a desafios em setores como infraestrutura, obras públicas, construção e aço, começamos a ver sinais encorajadores de reativação na última parte do ano passado. Isto indica que 2025 pode ser um ano de recuperação e crescimento.

No Chile, o mercado permanece estável, com forte desempenho nos setores de cobre, lítio e celulose ao longo do ano. No Uruguai, embora o mercado seja menor, ele continua a representar um segmento estratégico para a região.

No geral, prevemos uma recuperação regional em 2025, com crescimento mais significativo esperado de 2026 a 2030, impulsionado pela recuperação econômica da Argentina e pelo desenvolvimento de projetos de mineração de cobre e lítio.

BNamericas: O Rigi [Regime de Incentivos a Grandes Investimentos] do governo argentino beneficia a Calidra?

Brandi: O Rigi é uma regulamentação muito importante para a Argentina lançar grandes projetos de cobre, lítio, ouro e prata, que podem triplicar as exportações de minerais. Esperamos que ela melhore a competitividade, implemente um plano de crescimento de longo prazo, estimule o setor desenvolvendo novos fornecedores e PMEs e crie milhares de empregos.

A cal é essencial para a mineração de cobre e lítio, bem como para outros setores estratégicos como aço e construção. Portanto, estou confiante de que o Rigi apresenta uma excelente oportunidade para a indústria e seu crescimento futuro.

BNamericas: Quais são suas previsões em relação à demanda no mercado de aço?

Brandi: Nós fornecemos aproximadamente metade do total de cal usado na produção de aço da Argentina. Na América Latina, prevemos um crescimento impulsionado pela construção de cadeias de valor mais localizadas [nearshoring], à medida que os governos se concentram na industrialização e no aumento da competitividade dos produtos manufaturados.

BNamericas: Quanto a Calidra investirá em seus negócios no Cone Sul este ano?

Brandi: Nosso plano de investimento regional continua ambicioso. O objetivo é expandir nossa capacidade de classificação, britagem e embalagem para garantir um fornecimento mais amplo e de maior qualidade para nossos clientes na Argentina, Chile e Uruguai. O investimento total é de cerca de US$ 30 milhões, alocados principalmente para a planta de La Laja na Argentina e Noviciado no Chile, com foco em melhorias nas instalações.

BNamericas: Como a Calidra responderá ao crescimento esperado da demanda do setor de lítio do Chile?

Brandi: Se a produção de lítio crescer, a demanda por cal aumentará, mas isso dependerá do uso contínuo do método tradicional de evaporação. Na Calidra, estamos preparados para responder rapidamente a esse crescimento, e é por isso que investimos em nosso novo forno de 600 t/d.

Se o crescimento do mercado continuar, impulsionado por indústrias como lítio e cobre, juntamente com a recuperação na construção e no aço, a Calidra continuará a investir. No Cone Sul, operamos cinco fornos Maerz em duas plantas industriais, permitindo uma produção eficiente, sustentável e flexível para atender às necessidades do mercado.

BNamericas: Quais são as perspectivas do mercado e quais desafios você prevê entre agora e 2030?

Brandi: As perspectivas são bastante animadoras, com crescimento esperado na Argentina e no Chile, especialmente em setores estratégicos como mineração, construção, siderurgia e agricultura, para os quais fornecemos cal, carbonatos e produtos de alta especificação.

Se o mercado continuar a crescer… a Calidra continuará investindo.

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