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Pan American Energy mira planos de expansão no Brasil

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Pan American Energy mira planos de expansão no Brasil

A argentina Pan American Energy (PAE) está expandindo sua presença no Brasil, reforçando sua abordagem quanto à energia renovável e, ao mesmo tempo, buscando impulsionar o transporte de gás da formação não convencional de Vaca Muerta, na Argentina, para o Brasil.

Atualmente, a empresa está avaliando um investimento em um parque solar próximo a um parque eólico próprio na Bahia.

Alejandro Catalano Dupuy, diretor administrativo da PAE no Brasil, conversou com a BNamericas sobre os planos da empresa durante a conferência Energyear 2025 em São Paulo.

BNamericas: Qual a atuação atual da Pan American Energy na área de energias renováveis no Brasil?

Catalano Dupuy: Temos implantado lá na Bahia um projeto de 423 MW, com 94 aerogeradores. Esse foi um investimento de mais de R$ 3 bilhões, que nós começamos em maio de 2022 e, em pouco mais de dois anos, conseguimos implantá-lo.

Para nós, foi um marco importante esse complexo eólico, que chamamos de Novo Horizonte, pois marcou a chegada da Pan American Energy nesse setor, com um impacto grande e positivo também para as comunidades que estão perto do nosso parque.

O parque tem capacidade para abastecer quase um milhão de residências brasileiras, então estamos muito contentes com esse desenvolvimento.

BNamericas: Quais projetos estão planejados?

Catalano Dupuy: Pensando no futuro, além do parque eólico, estamos avaliando a possibilidade de implantar um parque solar ao lado. Nesse projeto, a estimativa seria de outros 400 MW a serem instalados. Inclusive, já temos quase todas as permissões regulatórias e ambientais necessárias.

Desde a primeira fase da implantação do nosso projeto eólico existente, nossa subestação foi feita já pensando no parque solar, assim como a linha de transmissão de alta tensão que tivemos que implantar, sendo uma linha de transmissão dedicada de 80 quilômetros do nosso parque até o ponto de conexão.

Ou seja, essa estrutura já tem capacidade não somente para o parque eólico, mas também para o parque solar.

BNamericas: Já há uma expectativa de um montante de investimento nos novos projetos?

Catalano Dupuy: Eu pessoalmente e toda a nossa equipe aqui no Brasil estamos trabalhando nesse momento para turbinar esse projeto e conseguir a decisão de investimento dos acionistas, mas temos ainda que finalizar alguns detalhes, como com relação à venda dessa energia gerada e também detalhes da estrutura de financiamento.

BNamericas: Quando essa decisão será tomada?

Catalano Dupuy: O mais rápido possível, mas também temos que avaliar a situação no mercado de carga geral e o melhor momento de lançar o projeto.

Talvez possamos avançar com o projeto em fases, ao invés de lançar de uma vez os 400 MW.

BNamericas: Falando sobre Vaca Muerta, na Argentina, onde vocês são um importante operador. Quais os planos da empresa?

Catalano Dupuy: Vale dizer que a Pan American Energy é o principal produtor privado de petróleo e gás da Argentina, sendo que o principal produtor é a YPF, a empresa estatal nacional.

Temos uma tradição de mais de 70 anos dentro da indústria, com produção e operações dentro de todas as bacias produtivas da Argentina, assim como também temos a presença lá na Bolívia, no maior bloco de produção de gás natural do país, e no Golfo do México, em algumas operações offshore.

Dentro da Vaca Muerta, a Pan American tem uma posição bem importante. Lá tem petróleo e gás, e a Pan American está posicionada nas duas frentes.

Nós temos investido muito nos últimos anos, gerando um crescimento bem importante de nossa produção de gás e petróleo, e temos planos para crescer e dobrar a produção de gás natural lá daqui a 4 ou 5 anos.

BNamericas: Quais os planos de trazer o gás de Vaca Muerta para o Brasil?

Catalano Dupuy: Tem um desafio na implantação de infraestrutura. Recentemente foi implantado um novo gasoduto lá na Argentina, mas algumas melhorias na infraestrutura têm que continuar, para ter um crescimento. A Pan American Energy está contribuindo com isso.

Temos um projeto de um navio flutuante de GNL, um FLNG, que assinamos no ano passado com a Golar, para trazer um navio de liquefação, que vai estar disponível a partir de 2027.

Já incorporamos outros parceiros, outras empresas de petróleo e gás da Argentina para somar-se a esse projeto, visando impulsioná-lo.

O melhor sempre é ter diferentes alternativas [para o transporte do gás]. Não ficar preso a só uma. Diferentes alternativas têm maior flexibilidade, mais possibilidades.

Então, nós já temos gasodutos existentes que chegam desde Neuquén até aqui ao Brasil. Tem um gasoduto norte que vai desde Neuquén até o norte argentino, tem a infraestrutura existente lá na Bolívia, e desde a Bolívia tem o Gasbol, que atravessa quase todo o Brasil, chegando a São Paulo e ao Rio de Janeiro, até também Porto Alegre e para cima, para o Norte.

São todas diferentes alternativas. O projeto assinado com a Golar vai dar uma possibilidade a mais de transporte.

BNamericas: O governo do Rio Grande do Sul defende um projeto de gasoduto para fazer conexões com Vaca Muerta até as regiões Sul e Sudeste. Este projeto é viável, na sua visão?

Catalano Dupuy: É uma possibilidade ter um gasoduto de 400, 600 quilômetros. Poderia ser mais uma opção.

BNamericas: Qual sua visão do mercado de energias renováveis e petróleo e gás em face às mudanças geopolíticas globais em andamento, uma nova administração nos EUA?

Catalano Dupuy: Nossa visão é de longo prazo. Então, independentemente de conjunturas do momento, as nossas ações estão orientadas nesse sentido de longo prazo.

Projetos que estão sendo pensados hoje vão começar a implantar-se daqui a dois anos e só vão estar em operação daqui talvez a oito anos.

Diante disso, é importante ter essa visão de longo prazo e progredir dentro da indústria e, ao final do dia, conseguir o objetivo da empresa, que é oferecer energia abundante, sustentável e acessível.

A Pan American Energy vem construindo uma posição que acho privilegiada para contribuir nessa integração regional. Nós somos o maior produtor privado de gás e petróleo lá na Argentina, nós já temos aqui uma posição consolidada no Brasil, com investimentos, com conhecimento do mercado, [além de] uma equipe local muito forte, muito boa.

Nós também temos presença lá na Bolívia. Somos uma empresa que sempre persegue os mais altos padrões e nós já temos aqui no Brasil implantado uma comercializadora de gás natural com permissão da Agência Nacional de Petróleo [ANP].

Agora temos permissão para exportar gás desde a Argentina ao Brasil e temos acordos já com potenciais clientes locais de gás natural.

Isto coloca a Pan American Energy em uma posição de destaque para contribuir com a integração regional e o desenvolvimento da integração entre Argentina e Brasil.

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