Planos da Cordoba Minerals na Colômbia

A Cordoba Minerals está, há cerca de 10 semanas, em uma campanha de perfuração em seu depósito colombiano San Matías, de US$ 700 milhões, que abriga cobre, ouro e prata.

A campanha é uma das maiores que a empresa canadense já realizou.

San Matías está localizada no município de Puerto Libertador, no departamento de Córdoba, a noroeste de Bogotá e ao norte de Medellín, em uma região de rica mineralização. É um dos projetos considerados de interesse nacional pelo governo colombiano e a mineradora planeja apresentar o estudo de viabilidade e o estudo de impacto ambiental no primeiro semestre do próximo ano.

Nesta entrevista à BNamericas, sua presidente executiva Sarah Armstrong-Montoya analisa a construção da mina, o panorama geral e muito mais.

BNamericas: Como está o andamento da atividade em San Matías e quais são os objetivos para a perfuração no depósito de Alacrán?

Armstrong-Montoya: Neste momento, estamos na fase de viabilidade e, ao mesmo tempo, fazendo o estudo de impacto ambiental (EIA).

Estamos realizando uma campanha de perfuração de aproximadamente 40 mil m, que é a maior da história da empresa. As informações que obtivermos nos ajudarão a definir a mina, a planta e a produção.

Estamos indo bem, temos seis sondas trabalhando no projeto e acho que vai demorar até o final deste ano.

Geramos mais de 200 empregos para esta campanha de perfuração e esperamos apresentar o EIA no primeiro semestre do próximo ano.

BNamericas: E quando o relatório de viabilidade seria apresentado?

Armstrong-Montoya: Um pouco antes, porque ele apoia o EIA. Poucos meses antes de terminá-lo, anunciaremos o estudo de viabilidade.

Os dois estudos seriam no primeiro semestre de 2023.

BNamericas: Quais são os aspectos mais importantes, no momento, nos dois estudos?

Armstrong-Montoya: No estudo de viabilidade, precisamos de mais informações geotécnicas, hidrológicas e metalúrgicas para definir o recurso, pois agora temos reservas prováveis e, com esta campanha de perfuração, buscamos passar para reservas provadas.

O processo é longo; apenas um dos estudos que fazem parte do EIA exige um ano, pois a qualidade da água e do ar deve ser medida em todas as estações do ano, entre outros aspectos.

BNamericas: Para quando está previsto o início da construção da mina? Você mantém a meta de produção inicial?

Armstrong-Montoya: Planejamos iniciar a construção no primeiro trimestre de 2024. Com o estudo de pré-viabilidade, determinamos que começaremos com 22 mil t/d e isso será mantido.

BNamericas: Quais são as perspectivas para o restante das concessões que você tem na Colômbia?

Armstrong-Montoya: Temos outras concessões que também são de cobre e ouro, e a ideia é continuar explorando simultaneamente, enquanto estamos focados em San Matías.

Os outros projetos não estão tão avançados; estamos apenas começando a explorar. Temos quase 900 km² de títulos de concessão em processo e quase 160 km² de concessões aprovadas.

A ideia é continuar aumentando nosso portfólio e projetos e continuar explorando, simultaneamente.

BNamericas: Quando San Matías entrar em produção com seu depósito de Alacrán, poderá abrir caminho para novos projetos de outras empresas, principalmente cobre?

Armstrong-Montoya: Esperançosamente, porque ainda existem vários projetos de cobre.

Se tudo correr bem, seremos os primeiros a entrar na produção em larga escala. O único projeto de cobre que está em produção na Colômbia produz 875 t/d, então seríamos o primeiro projeto de grande escala para a Colômbia. Esperemos que San Matías abra definitivamente a porta.

Existem outros projetos de cobre que são maiores que nós, mas não tão próximos da produção.

BNamericas: Como você avalia a situação da mineração na Colômbia?

Armstrong-Montoya: Estou otimista. Temos 70% de cobre e o cobre é essencial para a transmissão de energia, que é um dos focos do governo de Gustavo Petro.

Nossa empresa está focada em atender aos mais altos padrões em questões ESG, então acho que podemos continuar trabalhando com o novo governo.

Concentramos nosso trabalho em conformidade com as regulamentações colombianas e com os mais altos padrões para colocar a mina em produção e trazer investimentos para o país.

A mineração é essencial para a economia colombiana, então acho difícil não continuar. Não há como substituir as receitas, royalties e impostos provenientes da atividade de mineração.

BNamericas: Quais são as perspectivas para a Córdoba Minerales em outros países?

Armstrong-Montoya: Temos outro projeto no Arizona agora, que também é um projeto de exploração de cobre, 13 mil acres (5.300 ha).

Estamos sempre interessados em investir em outros países, mas no momento o foco está em San Matías.

BNamericas: Estudos preliminares falavam de uma produção total de 474 mil t de cobre, 1 milhão de onças (Moz) de ouro e 9 Moz de prata. Esses números são os mesmos?

Armstrong-Montoya: Sim, até agora. Pode ser que isso aumente em grau e quantidade devido a esta campanha de perfuração, mas por enquanto continua o mesmo.