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Por que a Ascenty está prosperando e aumentando sua aposta no setor financeiro

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Por que a Ascenty está prosperando e aumentando sua aposta no setor financeiro

Com a nuvem agora uma realidade para a maioria das instituições financeiras, os provedores de datacenter estão aproveitando as oportunidades enquanto buscam diferentes formas de atender o mercado.

Este, certamente, é o caso da Ascenty, para a qual o setor financeiro é a terceira área que mais cresce, segundo o VP de operações Marcos Siqueira.

A empresa de datacenter já é a maior empresa da América Latina em termos de sites, com 34 já em operação, em desenvolvimento ou em construção, e continua a aumentar seu banco de terrenos e capacidade total, por meio de expansões de seus datacenters existentes e novos sites.

Siqueira conversou com a BNamericas durante o evento Febraban Tech em São Paulo, Brasil, que foi a primeira vez que a Ascenty participou do maior congresso de tecnologia de serviços financeiros da América Latina.

BNamericas: Por que você está na Febraban Tech? Qual a importância do setor bancário para a Ascenty?

Siqueira: É o nosso terceiro setor que mais cresce. Nosso maior setor em termos de clientes é o de tecnologia, o segundo é de conectividade e o terceiro é o financeiro.

A cada ano temos um crescimento de aproximadamente 50% no setor financeiro, tanto em receita quanto em clientes. Atendemos desde os grandes bancos até as fintechs.

Uma das coisas que comprovam a nossa capacidade nesse setor é o nosso portfólio de certificações, de ESG a compliance PCI [indústria de cartões de pagamento], até segurança da informação.

BNamericas: O que essas empresas estão procurando especificamente? Colocação, conectividade?

Siqueira: Elas estão procurando sua própria colocação e conexão com grandes provedores de nuvem. Eles consideram tudo isso, mais nossa conectividade, os 5 mil km de fibra proprietária que temos, por meio da qual chego a todos os provedores de nuvem.

O que eles precisam é de conectividade, chegando ao datacenter e chegando ao nosso serviço Cloud Connect.

BNamericas: Como essa mudança cresceu?

Siqueira: Por causa das fintechs. Eles precisavam se conectar rapidamente com os grandes provedores de nuvem. Além disso, tem a questão do PIX, que acelerou esse movimento no setor e nos bancos, porque o PIX não roda em um só lugar. Tem que ser distribuído em termos de arquitetura.

BNamericas: A Seaborn, por exemplo, oferece conectividade entre os polos financeiros de São Paulo e Nova York...

Siqueira: A Seaborn é um parceiro. Tem um PoP em nossos datacenters.

Minha rede a esse respeito está focada no Brasil. Tenho uma rede saindo do cable landing station [CLS] em São Paulo, Rio e Fortaleza. Isso vai para dentro do país até os datacenters. Dali para fora, faço parceria com a Seaborn, com todas essas empresas de cabos submarinos de baixa latência.

Todo esse ecossistema nos favoreceu. Os clientes perceberam que não é interessante apenas estar na nuvem, mas também migrar algumas de suas soluções para ambientes físicos em datacenters com baixa latência.

BNamericas: Vocês estão trabalhando com todos os bancos brasileiros?

Siqueira: Com pelo menos quatro das cinco maiores. Nenhum público. Não trabalhamos com o governo, essa é a nossa política desde sempre. Ousaria dizer que os grandes players do mercado financeiro estão conosco, seja para conectividade ou datacenter.

BNamericas: E as fintechs?

Siqueira: Considerando as fintechs, temos aproximadamente 50 empresas no Brasil.

No Chile e no México ainda não conseguimos entrar nesse mercado financeiro. Ainda não temos grandes instituições financeiras nesses países.

Está um pouco relacionado com a questão da maturidade nestes mercados. Além disso, também não existem muitos datacenters com o nível de certificação que oferecemos nesses países.

BNamericas: Vocês têm outros concorrentes com muitas certificações, inclusive para o setor financeiro.

Siqueira: Não temos nenhum concorrente com o mesmo nível de certificação que oferecemos. Digo isso com muita propriedade, pois estamos sempre mapeando como nossos concorrentes são certificados. Somos uma das empresas com mais certificações na América Latina.

E construímos uma rede que é principalmente subterrânea. Às vezes, podemos entregar três ou quatro rotas subterrâneas diferentes. Estamos entregando resiliência. Em nosso ecossistema, isso é uma grande vantagem competitiva. Quando comparo com nossos três grandes concorrentes no Brasil, nenhum deles tem essa rede.

BNamericas: Você terminou de conectar datacenters com os landing stations?

Siqueira: Todas as cable landing stations estão conectadas. E temos ponto de presença da nossa rede em todos os datacenters do mercado. Nossos concorrentes também são nossos fornecedores, porque queremos dar opções aos nossos clientes. Podemos fornecer pelo menos dois pontos de interconexão para todos os principais provedores de nuvem.

Vamos imaginar que um cliente precise se conectar com a Microsoft – nada a ver com a Ascenty. Podemos dizer o seguinte: ‘Microsoft, onde você tem um ponto de presença para conectividade, não de computing, mas conectividade’ ‘Ah, eu tenho esses lugares.’ Com a nossa rede podemos entregar isso ao cliente, em diferentes localidades.

Nossos concorrentes não fazem isso. Portanto, se esse mesmo cliente chegar ao nosso concorrente e disser: ‘Quero o Cloud Connect’, esse concorrente dirá: “Tudo bem, está no meu datacenter X’. Mas se esse cliente quiser redundância, terá que contratar a conectividade de alguém para chegar a algum outro datacenter.

Fazemos isso com todos os players: AWS, Google, IBM etc. Não importa se eles estão em nosso datacenter ou em um site de terceiros.

BNamericas: A rede de fibra está sendo expandida?

Siqueira: Onde estamos expandindo hoje? Basicamente, onde identificamos que temos uma rede aérea e existe a possibilidade de migrar para uma rede subterrânea.

Estamos investindo cerca de R$ 83 milhões este ano apenas em conectividade –, seja em aterramento de rede ou expansão de rede em São Paulo.

BNamericas: Quanto da sua rede ainda é aérea?

Siqueira: Cerca de 30-40% – principalmente lugares onde não consigo fazer uma ligação subterrânea porque o tempo de licenciamento com a prefeitura pode demorar um ano e meio para eu conseguir aprovações etc.

Mas temos planos de ter uma rede 100% subterrânea e nosso backbone já é 100% subterrâneo. Estou preparado para o 5G, que vai demandar mais dados, mais fibra, mais datacenters.

BNamericas: Você está obtendo indiretamente uma pequena fatia do mercado de fibras neutras?

Siqueira: Sim. Não é o objetivo, mas já temos vários ISPs que usam nossa fibra e que usam nossos datacenters.

BNamericas: Então, vamos falar sobre os datacenters. Vocês acabam de comprar um novo terreno em Osasco.

Siqueira: Na verdade é em São Paulo, capital. Nós comunicamos mal isso. Mas sim, estamos expandindo. Recentemente inauguramos o São Paulo 4, este em Osasco. Ainda temos outros dois datacenters em construção nesse campus em Osasco. Hoje conta com quatro datacenters e terá mais dois em operação nos próximos dois anos.

Nosso número oficial ainda são 34 datacenters. Destes, 24 estão em operação e 10 em construção. Dos 24 em operação, 20 estão no Brasil, dois no Chile e dois no México.

E compramos mais terrenos em São Paulo. Por quê? Pensando no crescimento que a cidade, e não o interior paulista, continuará demandando nos próximos anos.

Ainda não temos um projeto em negociação para esse terreno específico, mas faz parte da nossa estratégia de ter um lanbank. Será mais um campus que desenvolveremos em breve. Já temos terrenos na cidade de São Paulo, interior paulista, no México, Colômbia e Chile.

BNamericas: Quantos datacenters esse novo terreno em São Paulo vai hospedar?

Siqueira: Estamos definindo isso. Nossa equipe de engenharia está trabalhando em quantos datacenters versus quantos megawatts vamos oferecer. Estamos estudando se podemos construir um ou dois grandes datacenters ou se teremos datacenters menores com diferentes capacidades.

BNamericas: A construção, então, só acontecerá em 2024 ou 2025?

Siqueira: No segundo semestre de 2024.

BNamericas: Vocês já têm energia contratada, mesmo sem definir o tamanho dos projetos?

Siqueira: Já temos a aprovação da Enel. Consideramos o maior cenário possível. Vamos supor que vou construir 100 MW de energia. Eles vão entregar isso.

BNamericas: A Ascenty não tem contratos de longo prazo com fornecedores de energia, como outros concorrentes, certo?

Siqueira: Não, mas nossa garantia de entrega é documentada. Fazemos por projeto. Não posso falar de concorrentes, mas sempre anunciamos algo quando é concreto.

BNamericas: Como está o projeto de entrada na Colômbia?

Siqueira: Sai no final de 2024. Na Colômbia não compramos terrenos, compramos prédios para que o tempo de entrada no mercado fosse mais rápido. Agora estamos entrando na reforma do primeiro prédio. Este processo é relativamente rápido. O problema é o prazo de entrega dos equipamentos.

BNamericas: A capacidade do projeto já foi vendida?

Siqueira: Não 100%. Mas temos projetos vendidos que vamos entregar parte este ano, parte em 2024, 2025, 2026... Depende da demanda do cliente. Às vezes, entregar um projeto inteiro na Colômbia em 12 meses pode não ser vantajoso. Precisamos ser inteligentes do ponto de vista de usar o capital no momento em que o capital está mais caro e considerando o tamanho desse mercado.

O mercado colombiano é atualmente extremamente competitivo? Não é o que parece, segundo nossa avaliação, nossa experiência, ao contrário do mercado mexicano.

No México, construímos dois datacenters e compramos terrenos para novos. No começo do ano, vendemos um terceiro datacenter [a capacidade] e ainda nem tínhamos finalizado a venda dos dois primeiros.

Se virmos que o mercado da Colômbia é tão competitivo assim, também temos condições de acelerar. Temos investimento e capital para isso.

Peru, Panamá, qualquer outro país da América do Sul ou Central – se decidimos investir nesses novos mercados é porque estudamos isso há muitos anos e entendemos que é o momento certo para esse investimento.

Possíveis países estão mapeados, assim como terrenos ou prédios, mas por enquanto entendemos que ainda não é o momento, não vemos necessidade.

BNamericas: Quanta capacidade vocês têm?

Siqueira: Considerando os 34 sites e sem contar os novos projetos, as expansões mencionadas, temos 533 MW de capacidade de energia.


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