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Por que a empresa de logística alemã DB Schenker está otimista com o Brasil

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Por que a empresa de logística alemã DB Schenker está otimista com o Brasil

A empresa de soluções de logística e gestão da cadeia de suprimentos DB Schenker, que pertence à companhia ferroviária alemã Deutsche Bahn (DB), está apostando alto em oportunidades de digitalização e eficiência no Brasil.

Como parte dessa aposta, a DB Schenker oferece integração de processos de transporte e comércio global, um novo sistema de software e maior digitalização para serviços em verticais onde possui presença local.

A DB Schenker atua nos segmentos de transporte aéreo, marítimo e rodoviário, e oferece soluções para a indústria e projetos globais. As principais verticais atendidas são empresas especializadas nos setores de óleo e gás, automotivo, energia, saúde, entre outros.

Após rumores sobre planos de vender a unidade, a DB Schenker gerou um lucro operacional recorde de € 1,8 bilhão (US$ 2 bilhões) em 2022, ajudando a impulsionar o resultado operacional do Grupo DB para € 1,3 bilhão e voltar ao azul.

Nesta entrevista, o CEO da DB Schenker Brasil, Luís Marques, fala sobre gargalos logísticos, digitalização e expansão para mais estados.

BNamericas: Qual a relevância do Brasil para a DB Schenker?

Marques: É bastante relevante, eu diria. E cada vez mais. No Brasil, estamos operando há 50 anos com seis filiais, três na região Sul e três no Sudeste. Ou seja, em todos os estados do Rio de Janeiro para o sul.

Estamos avaliando a possibilidade de aumentar nossa presença geográfica. No momento são apenas projetos, não há nada para anunciar, mas a Schenker olha para Minas Gerais com algum interesse, assim como para o Nordeste. Temos clientes no Nordeste e muitos nos pedem determinadas funções a partir de lá.

Não abrimos números. Mas o Brasil, junto com a Austrália, é o maior mercado do hemisfério para a Schenker.

Somos um operador logístico global e estamos presentes em mais de 180 países, com cerca de 76.000 trabalhadores. No ano passado, completamos 150 anos, e isso demonstra bem nossa capacidade de nos ajustarmos ao longo do tempo, nos atualizarmos e nos digitalizarmos.

Nas Américas, estamos no Canadá, Estados Unidos, México, Panamá, Guatemala, Peru, Chile, Argentina e Brasil.

Na região das Américas, o Brasil fica atrás apenas do Canadá e dos Estados Unidos, e é um dos países onde oferecemos todo o nosso portfólio global de produtos.

BNamericas: Quando você se refere a expansões no Brasil, está falando da estrutura comercial ou operacional?

Marques: Nossas operações são centralizadas onde elas acontecem, onde são necessárias, como com pessoal nos aeroportos, por exemplo.

Em um primeiro momento, estamos falando da parte comercial, mas assim que houver a necessidade de ir mais longe nos locais, podemos abrir as operações.

BNamericas: Qual é o papel da digitalização? E quais ferramentas digitais seus clientes mais precisam no momento?

Marques: Hoje, a maior demanda vem de empresas querendo integrar seus sistemas aos nossos, para um controle mais fluido de suas operações. Elas demandam também plataformas digitais que permitam uma experiência 100% digital, sem qualquer intervenção humana.

Em parte por isso, desenvolvemos as plataformas Connect 4 Air e Connect 4 Ocean, que permitem essa integração 100% digital para cotação, reserva, acompanhamento do transporte e recebimento de faturas.

Outra aposta que estamos fazendo no Brasil, e esta é só para o Brasil, é o upgrade do nosso sistema de gestão do desembaraço do processo aduaneiro.

Sabemos que a Receita Federal quer simplificar esse processo, principalmente para importações. Então, até o final do ano, pretendemos trocar nosso software de gestão do desembaraço aduaneiro.

BNamericas: Quem desenvolveu este novo software?

Marques: Ele é desenvolvido no Brasil, por um parceiro local.

Ele vai permitir acompanhar a simplificação do processo aduaneiro na Receita Federal, além de gerar possibilidades adicionais de integração com os nossos clientes.

Estamos apenas começando essa implementação. Mas, em última análise, esperamos reduzir o tempo de processamento aduaneiro em alguns dias e melhorar a produtividade em cerca de 20%.

BNamericas: A DB Schenker está usando soluções de inteligência artificial avançada na cadeia logística?

Marques: Por enquanto, isso ainda não é um tema no Brasil.

Mas no Schenker Lab, laboratório de tecnologia da empresa na Alemanha, estamos avaliando que tipo de processos de IA mais avançada, como o ChatGPT, podemos incorporar aos nossos processos.

Mas isso ainda de uma forma mais incipiente. Precisamos avaliar como a IA com linguagem natural vai impactar as empresas, não só um operador logístico. Porque vai. Se a internet foi uma nova revolução industrial, acho que a verdadeira revolução ainda está para chegar, com a IA. Até que ponto, ainda não sabemos.

BNamericas: O que diferencia a empresa de seus concorrentes?

Marques: Somos globais. Somos um operador global que oferece o serviço completo através de uma única empresa, incluindo o desembaraço aduaneiro. O Brasil não é um país fácil para uma empresa estrangeira operar. Portanto, Schenker costuma trabalhar como consultoria, além de ter uma experiência de one-stop-shop para os clientes.

Eles podem fazer tudo, de forma integrada, conosco, sem a necessidade de agregar e gerenciar outros provedores na cadeia de suprimentos, embora isso também seja possível e muitos operem dessa forma.

BNamericas: Você pode citar alguns desses clientes locais?

Marques: Prefiro não citar nomes. Mas se você pensar, por exemplo, em todas as multinacionais alemãs... elas são nossos clientes.

De modo geral, nossos principais clientes no Brasil são empresas multinacionais. No país, temos vários milhares de clientes ativos, mas um dos nossos objetivos é aumentar o market share de clientes locais.

BNamericas: E isso será possível este ano? Quais são as perspectivas para 2023?

Marques: Nos últimos dois anos, com as disrupções na cadeia de suprimento provocadas pela pandemia de Covid, intensificaram muito alguns processos. Algumas necessidades que estiveram presentes nos últimos dois anos já não estão mais.

Ou seja, a tendência do setor é de normalização dos fluxos logísticos, e isso vale também para o Brasil. De qualquer forma, não temos sentido essa “normalização” no país, no sentido de arrefecimento da demanda. A demanda, pelo menos no caso de Schenker, continua bem elevada.

No geral, estamos muito satisfeitos com a performance nos primeiros meses do ano.

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