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Por que as vendas de carros elétricos devem continuar aumentando no Brasil

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Por que as vendas de carros elétricos devem continuar aumentando no Brasil

A quantidade de veículos elétricos vendidos no Brasil entre janeiro e novembro de 2021 superou 30 mil unidades, cerca de 50% a mais do que as vendas de todo o ano de 2020, segundo dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos ABVE.

Carlos Gabriel Bianchin, pesquisador do centro de ciência e tecnologia Lactec, no Paraná, acredita que as vendas de veículos elétricos no país devam continuar crescendo nos próximos anos, uma vez que as montadoras estão na corrida para reduzir os custos de produção.

A BNamericas conversou com Bianchin sobre as perspectivas do mercado de carros elétricos no Brasil e os projetos de pesquisa desenvolvidos pelo Lactec em parceria com empresas locais.

BNamericas: Você percebeu um maior interesse do mercado e da sociedade pela mobilidade elétrica no Brasil?

Bianchin: Acredito que sim, porque há uma consciência ambiental crescente, com uma busca maior pela redução das emissões de gases. Ano após ano, temos visto um crescimento da frota de carros elétricos no Brasil.

BNamericas: Quando o preço de um carro elétrico poderá se igualar ao de um carro movido a combustível fóssil normal, se é que isso será viável?

Bianchin: A bateria é o grande problema. O investimento inicial em um carro elétrico com autonomia de 300 a 350 km é próximo a R$ 200 mil [US$ 35,900], enquanto um veículo movido a combustível fóssil com o mesmo desempenho pode custar R$ 40 mil.

É fundamental desenvolver e fabricar baterias que atendam à demanda global com preços mais baixos. Isso está acontecendo gradualmente. Uma montadora indiana lançou recentemente um modelo mais acessível. A Renault anunciou que trará ao Brasil um modelo elétrico com mais de 300 km de autonomia, com um preço estimado abaixo de R$ 110 mil. É uma notícia muito boa, porque vemos que há movimento por parte dos fabricantes.

Elon Musk [CEO da Tesla Motors] acredita que 2025 será o ponto de inflexão, pois as empresas poderão produzir baterias com maior autonomia e a preços mais acessíveis.

Nota do editor: em dezembro, a Volvo anunciou que criará rotas com carregadores rápidos nas rodovias do sudeste do Brasil e que fará com que toda a sua linha de modelos XC40 seja 100% elétrica.

BNamericas: Que outros desafios o mercado de carros elétricos enfrenta no Brasil?

Bianchin: A popularização dos carros elétricos também esbarra na infraestrutura de recarga disponível. Precisamos garantir que os compradores que desejam viajar, por exemplo, possam contar com postos de recarga ao longo de todo o trajeto.

Além disso, a recarga nos postos elétricos existentes ainda não está regularizada, o que significa que não é carregada como o combustível disponível nos postos convencionais. É fundamental viabilizar esse negócio para o mercado para que as empresas se interessem, o que o tornará mais atraente para empresas e usuários.

Em princípio, os postos privados de recarga deveriam crescer mais no Brasil, mas vemos que outros países têm feito grandes esforços para expandir o mercado de postos públicos a fim de viabilizar o deslocamento entre as cidades. Governos dos EUA, Japão e países europeus estão promovendo a penetração dos veículos elétricos, desde a aquisição dos veículos até a instalação dos postos elétricos. No Brasil vemos iniciativas pontuais: no Paraná, por exemplo, os carros elétricos não pagam IPVA.

BNamericas: Quais são os principais projetos em que o Lactec está trabalhando atualmente?

Bianchin: Temos dois projetos correlacionados com a Copel Distribuição. Uma consiste no desenvolvimento de um hub para abastecimento de veículos elétricos, disponibilizando carregadores com diferentes potências. A outra é para a emissão de tickets para permitir que os usuários paguem por recargas em estações de recarga elétrica.

Com a China Three Gorges (CTG), estamos implementando uma nova ferrovia elétrica de 1.300 km que conectará várias usinas hidrelétricas operadas pela empresa. A ideia é que a frota de carros adquirida pela CTG circule entre a sede da empresa e a fábrica mais distante, Jupira, no rio Paraná.

Também estamos trabalhando em um projeto de eletrificação de um caminhão com a Neoenergia.

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