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Por que o Banco ABC Brasil está otimista com o mercado brasileiro

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Por que o Banco ABC Brasil está otimista com o mercado brasileiro

Com cerca de R$ 45 bilhões (US$ 8,8 bilhões) de ativos em carteira, o Banco ABC Brasil é a filial mais importante do Arab Banking Corporation, cuja sede fica no Bahrein.

Quase 20% de seu portfólio é composto por projetos de energia elétrica e óleo e gás, onde a demanda por operações de financiamento está cada vez mais aquecida.

Nesta entrevista à BNamericas, o diretor comercial da área de corporate banking do ABC Brasil, Rodrigo Montemor, explica por que as perspectivas de negócios são positivas.

BNamericas: Qual é o tamanho do Banco ABC no Brasil e qual a participação dos setores de petróleo, gás e energia elétrica em seu portfólio?

Montemor: Somos um banco estrangeiro de capital aberto, presente no Brasil desde 2007. Cerca de 65% do nosso capital está na mão dos árabes, no Bahrein. O Brasil responde por mais da metade dos resultados do grupo, e é sua filial mais importante.

Temos R$ 45 bilhões em ativos, sendo 25% ligados ao agronegócio. A energia elétrica representa algo em torno de 15%, e óleo e gás, 3%.

Atuamos em três segmentos: middle market, que inclui empresas com faturamento entre R$ 30 milhões e R$ 300 milhões por ano; corporate banking, com grupos com faturamento a partir de R$ 300 milhões por ano; e commercial and investment banking, que atende grandes grupos como Vale e Petrobras, com faturamento superior a R$ 4 bilhões por ano. O corporate banking responde por quase 60% dos R$ 45 bilhões em ativos.

BNamericas: Como vocês avaliam as perspectivas de negócios na área de óleo e gás?

Montemor: Hoje, em óleo e no gás, nos dividimos em dois mundos. Um deles é o de O&M [operação e manutenção], incluindo prestadores de serviços como cabotagem, apoio marítimo, mergulho, etc. Depois de anos de sofrimento, essas empresas começam a se beneficiar da alta do preço do petróleo e da retomada dos investimentos da Petrobras, e nós já enxergamos uma grande demanda por capex e capital de giro. O capital de giro vai, por exemplo, para embarcações que precisam de retrofit para atender a contratos específicos da Petrobras ou para a mobilização desses contratos, com contratação e treinamento de pessoal, aquisição de materiais, etc. Utilizamos recursos próprios, do balanço do banco, mas também levamos debêntures ao mercado.

E tem também o grupo de E&P [exploração e produção]. Depois de um período de crise, a Petrobras começou a retomar os investimentos e fazer desinvestimentos em terra e águas rasas. Foi quando empresas como 3R Petroleum, PRIO [antiga PetroRio], PetroRecôncavo, entre outras, começaram a surfar nessa onda. E fizeram abertura de mercado e follow-ons, acessando o mercado de capitais, de renda variável e fixa, além de emitir debêntures. Com preços do petróleo acima de US$ 90, fizeram hedge em patamares que remuneram muito bem, considerando custos de extração entre US$ 20 e US$ 30. E nós temos sido um player muito importante nessas operações de hedge, equity e debt capital markets.

A PetroRio, por exemplo, conseguiu acessar o mercado internacional emitindo títulos, aproveitando o petróleo em um patamar espetacular.

BNamericas: Você acredita que mais players buscarão acessar o mercado de capitais, aproveitando a atual conjuntura?

Montemor: Sim, temos sido procurados. Alguns fundos de private equity estão de olho em ativos que podem ser vendidos pela Petrobras. Eventuais novos entrantes poderão estrear neste mercado, dadas as condições extremamente favoráveis. O mercado de renda fixa está muito pujante, enquanto o mercado de renda variável é um pouco menos atrativo pela conjuntura macroeconômica e pelo nível da Selic que estamos vivenciando. Ainda assim, estudam essa possibilidade por causa do elevado preço do petróleo.

BNamericas: Quais são as perspectivas para a área de energia elétrica?

Montemor: Prestamos serviços a geradoras, sobretudo de energia solar, eólica, CGH [centrais de geração hidrelétrica], PCH [pequenas centrais hidrelétricas] e GD [geração distribuída], além de transmissoras e distribuidoras. Criamos uma área de project finance, fazemos assessoria pré e pós-leilões de energia e transmissão e estamos entre os três maiores emissores de debêntures de infraestrutura do Brasil.

Nota do Editor: A ABC já realizou operações de emissão de debêntures para empresas como Energisa, Copel e Aliança Geração de Energia.

Recentemente, fomos contratados por um cliente em Minas Gerais que trabalha com CGHs e financiamos o projeto dele trazendo investidores da nossa própria relação, que entraram com dívidas de longuíssimo prazo. Nesse caso, foram operações de CRIs [certificados de recebíveis imobiliários], em que o direito de uso da superfície da terra foi o lastro para as emissões de CRIs.

BNamericas: Vocês estão sendo mais procurados por indivíduos ou empresas com interesse no segmento de GD?

Montemor: Tivemos, em um passado recente, uma demanda muito grande por projetos eólicos e de transmissão. Agora, há um aumento na demanda por GD, inclusive pessoas físicas, assim como por projetos de geração solar centralizada e autoprodução de energia.

Em 2020, montamos uma comercializadora de energia com foco no mercado livre [não regulado]. Entre os diversos produtos oferecidos está a utilização do balanço do banco para financiar empresas que compram energia nesse ambiente. Conseguimos fazer operações financeiras utilizando como lastro os contratos de compra e venda de energia no mercado livre.

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