
Por que o Brasil é o principal mercado para a empresa de soluções de energia eólica Vestas

A Vestas, fornecedora de soluções de energia eólica, fechou seu maior contrato eólico onshore, envolvendo a entrega de 291 turbinas, totalizando 1,3 GW de capacidade, com a brasileira Casa dos Ventos.
Enquanto aproveita o crescimento do mercado eólico convencional local e desenvolve novas tecnologias de pás, a empresa dinamarquesa também está de olho em oportunidades offshore.
A BNamericas conversou com o presidente da Vestas na América Latina, Eduardo Ricotta, sobre as perspectivas.
BNamericas: As turbinas contratadas pela Casa dos Ventos serão parcialmente fabricadas no Brasil ou apenas montadas no país?
Ricota: Ao todo serão 291 unidades do modelo V150-4.5 MW com tecnologia dinamarquesa montadas no Ceará.
O contrato envolve dois empreendimentos no Nordeste do Brasil: o complexo eólico Babilônia Centro, na Bahia, com 554 MW de capacidade instalada, que receberá 123 aerogeradores; e o complexo eólico Serra do Tigre, no Rio Grande do Norte, com 756 MW, que contará com 168 aerogeradores.
BNamericas: Qual é a duração do contrato de manutenção que envolve as turbinas?
Ricotta: O acordo inclui um contrato de serviço de manutenção de 25 anos a ser executado pela Vestas.
BNamericas: O atual cenário mundial e doméstico, associado à ruptura das cadeias produtivas devido à pandemia e aos efeitos da guerra na Ucrânia, impõe desafios para a construção e entrega dos equipamentos?
Ricotta: A Vestas possui uma cadeia de suprimentos robusta, próxima ao polo de produção e geração de energia do país e conectada aos países vizinhos onde atuamos para fazer da América Latina um verdadeiro hub de soluções capaz de atender às necessidades locais, gerando ganhos operacionais e eficiência logística.
Por estarmos presentes em áreas remotas, mais distantes da capital, buscamos desenvolver e promover talentos locais para que estejam disponíveis e próximos do nosso projeto nas fases de construção, operação e serviços, além de desenvolver a economia da região.
BNamericas: A Vestas prevê o crescimento dos negócios no Brasil, mesmo que os projetos greenfield de energia eólica estejam sob pressão de capex enquanto os preços no mercado livre estão no fundo do poço?
Ricotta: A Vestas vê com otimismo o mercado brasileiro de energia renovável e reconhece o imenso potencial do país para produção de energia renovável.
Seguimos comprometidos com a agenda de transição energética e descarbonização do país por meio de investimentos contínuos em tecnologia e geração das melhores oportunidades para a cadeia produtiva e geração de empregos.
Instalamos nosso primeiro aerogerador em 2000 e, hoje, somos líderes de mercado. Recentemente, atingimos a marca de 5 GW de potência produzida no Brasil, por meio da usina de Fortaleza. Em pouco mais de três anos, foram produzidas cerca de 1.200 naceles do modelo V150, com 4,2 MW e 4,5MW de capacidade.
BNamericas: Em que outros projetos a Vestas está trabalhando no Brasil? Como está seu portfólio no país?
Ricotta: Hoje, o Brasil está entre os três principais mercados da empresa, com cerca de 2 mil funcionários em diversas regiões.
Aumentar a presença no Brasil faz parte da estratégia da empresa de fabricar equipamentos próximos de onde serão implantados. Como a maioria dos parques eólicos está no norte e nordeste, enquanto a demanda está no sudeste e sul, é preciso fazer investimentos em linhas de transmissão. Ter uma rede robusta é um desafio em um momento de rápido crescimento.
Buscamos estabelecer parcerias com empresas que seguem a mesma direção que a nossa e que estão comprometidas com objetivos alinhados à sustentabilidade e à mitigação das mudanças climáticas.
No Brasil, nossos clientes incluem EDF, Engie, PEC Energia, Enel, EDPR, Polimix e Casa dos Ventos.
BNamericas: Quais são as tendências em termos de tecnologia e capacidade de geração de aerogeradores?
Ricota: Temos uma visão otimista, com muitas oportunidades no Brasil para 2023 e anos seguintes por conta da transição energética. Há uma aceleração nunca vista, impulsionada pelo tema da segurança de abastecimento e pela chegada de novas tecnologias de transição energética, como a eólica offshore e o hidrogênio verde, nas quais o país tem enorme potencial.
O hidrogênio verde surge como uma das possíveis soluções para a transição energética. A eletrificação indireta através do hidrogênio produzido pela energia eólica é uma alavanca fundamental para alcançar uma economia de baixo carbono. Estamos desempenhando um papel importante no desenvolvimento de tecnologias PtX [power-to-X, conversão de energia], onde Brasil e Chile se destacam como os países mais competitivos do mundo na produção de hidrogênio verde.
Além disso, entendemos o papel do profissional verde na cadeia produtiva e o rumo de sermos cada vez mais sustentáveis, por isso iniciamos há três anos o projeto CETEC, que recentemente identificou uma solução que remove quimicamente a resina epóxi presente nas lâminas de turbinas eólicas. Isso permite que esses componentes sejam desmontados em seus componentes constitutivos para poderem ser reciclados em um processo circular e, assim, dar forma a novas pás.
Os profissionais entenderam a fundo um desafio do setor em garantir a circularidade de pás com vida útil de 25 a 30 anos, em média, e foram projetadas com componentes que conferem mais leveza e durabilidade à estrutura.
Essa solução, descoberta em conjunto com pesquisadores e empresas dinamarquesas parceiras, garante pás 100% recicláveis e prontas para serem reutilizadas na fabricação de pás novas e nas que já estão em operação.
O projeto ainda estuda como o processo será aplicado no mercado e como ganhar escala dentro de nossas operações no mundo.
Isso sinaliza uma nova era para a indústria eólica e acelera nossa jornada em direção à circularidade.
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