Por que o Brasil tem um grande potencial para descarbonizar a indústria

O Brasil está empenhado em descarbonizar sua indústria e se posicionar como líder global nesses esforços.

Para concretizar seu potencial e encontrar rotas alternativas para a descarbonização das cadeias industriais, o país firmou parceria com o Acelerador da Transição Industrial (ITA).

Rodrigo Rollemberg, secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), conversa com a BNamericas sobre os ganhos potenciais.

BNamericas: Qual o papel do setor de energia brasileiro para descarbonizar a atividade industrial?

Rollemberg: As atividades industriais são grandes usuárias de energia. Por isso, encontrar alternativas sustentáveis para o fornecimento de energia é fundamental.

Vale ressaltar que a matriz elétrica brasileira é uma das mais renováveis do mundo. No ano de 2023, cerca de 90% da energia elétrica produzida no país veio de fontes renováveis. 

Com isso, o Brasil tem um grande potencial para encontrar rotas alternativas para descarbonização das cadeias industriais.

BNamericas: Como a parceria com o ITA pode contribuir para isso?

Rollemberg: Com a parceria entre o MDIC e o ITA, estamos alocando esforços e investimentos para aprimoramento dos projetos industriais verdes. Conseguiremos identificar esses projetos, auxiliar na busca por investidores, execução, mapear novas tecnologias e fomentar o desenvolvimento dos projetos alinhados aos planos de transição energética do país.

É uma grande oportunidade para os desenvolvedores e para o país como um todo. O ITA agrega como um grande parceiro para o financiamento desses projetos.

BNamericas: Por que o MDIC está se movimentando para fomentar a transição energética na indústria?

Rollemberg: A transição energética é urgente. Os fenômenos climáticos extremos que estamos vendo nos mostram o quanto essa agenda é essencial e imediata. Por isso, nós do MDIC, sob a coordenação do ministro e do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e liderados pelo presidente Lula, estamos trabalhando para alavancar o setor industrial sob novas bases.

Daí a Nova Indústria Brasil (NIB), que promove uma indústria mais sustentável, com novas rotas, promovendo a circularidade dos produtos, fomentando a bioeconomia e a economia de impacto e trabalhando para a descarbonização das cadeias.

BNamericas: Quais os ganhos esperados para o país?

Rollemberg: Existe uma demanda crescente por produtos que tenham uma menor “pegada ambiental”. Essa é uma grande oportunidade para o reposicionamento da indústria brasileira no mercado mundial. 

Esperamos ter grandes ganhos na competitividade das nossas indústrias nos mercados nacional e internacional, além de uma importante contribuição da indústria na descarbonização da economia brasileira. 

A esse processo estamos chamando de ‘neoindustrialização’, uma industrialização em novos moldes, com sustentabilidade, com ações que promovam inovação, com ganhos de produtividade e competitividade para a promoção de uma economia verde, diversificada e adensada. Essa é uma oportunidade única para o desenvolvimento do país, que não pretendemos desperdiçar.