Porto Central mira parcerias para projeto de R$ 16 bi

O projeto do Porto Central, no Espírito Santo, deve mobilizar em torno de R$ 16 bilhões ao longo de suas fases de desenvolvimento. 

A primeira delas, com orçamento de R$ 2,6 bilhões, contemplará obras civis e de infraestrutura, além de obras marítimas e um terminal de líquidos.

Jessica Chan, gerente comercial do projeto, conversou com a BNamericas sobre o progresso feito até agora e potenciais parceiros.

BNamericas: Qual o andamento do projeto?

Chan: O Porto Central segue avançando dentro do cronograma previsto e está na fase final da etapa da supressão vegetal. Ainda falta finalizar o processo de trituração da biomassa remanescente, que será transportada para a área de compensação florestal e reaproveitada como topsoil, enriquecendo o solo para o plantio das mudas.

Paralelamente, seguimos com ações de compensação florestal e o monitoramento da fauna terrestre. Já plantamos cerca de 15.000 mudas nativas em áreas pré-definidas junto ao Ibama e temos meta de chegar em 100.000 mudas até a conclusão da fase 1.

BNamericas: Quais são os próximos passos, em termos de cronograma?

Chan: Com a conclusão da supressão vegetal, iniciaremos a mobilização para as obras civis e de infraestrutura, incluindo a terraplanagem e a instalação do canteiro de obras, e já estamos preparando a área da pedreira para o início da exploração e transporte de rochas, bem como o pátio de armazenagem das rochas dentro do porto para a futura construção do quebra-mar.

Na sequência, daremos início às obras marítimas, com a dragagem, a construção do quebra-mar e dos berços do terminal de granéis líquidos. A Fase 1 está prevista para ser concluída em 2027.

BNamericas: Quais os investimentos previstos?

Chan: O investimento previsto da Fase 1 do Porto Central é de R$ 2,6 bilhões, aproximadamente US$ 450 milhões. Ao longo das fases futuras do complexo portuário, o empreendimento deve mobilizar cerca de R$ 16 bilhões ou cerca de US$ 2,9 bilhões, consolidando-se como um dos maiores projetos de infraestrutura portuária do Brasil.

BNamericas: Vocês buscam parceiros?

Chan: O projeto completo do Porto Central abrange uma área de 2.000 hectares, no litoral sul do estado do Espírito Santo, com profundidades de até 25 metros, e 54 berços destinados a operações que vão além do setor de energia.

O porto foi planejado para acomodar terminais e indústrias multipropósitos para movimentação e armazenagem de granéis líquidos, sólidos, grãos, fertilizantes, minerais, contêineres, cargas gerais, gás natural, apoio offshore e estaleiros.

E sim, mantemos negociações e conversas com várias potenciais empresas interessadas na infraestrutura portuária, já tendo memorandos de entendimento para desenvolvimento de outros terminais dentro os quais destacamos o estaleiro de reciclagem sustentável de navios em parceria com a empresa americana M.A.R.S, um terminal de contêiner, grãos e base de apoio offshore.

Nosso objetivo é consolidar o Porto Central como um dos principais hubs logísticos do Brasil, oferecendo soluções eficientes para diferentes setores da indústria e do comércio exterior.

BNamericas: Quais os contratos fechados até o momento?

Chan: Os contratos comerciais do Porto Central seguem compromisso de confidencialidade, o que impede a divulgação de informações sem autorização expressa dos clientes. No entanto, alguns nomes já foram divulgados publicamente como a norueguesa Equinor, a Petrobras e a China Offshore Oil (Singapore) International [CNOOC].

O porto está estrategicamente localizado no centro da costa brasileira, em frente às bacias do pré-sal, e será uma importante solução logística e estratégica no Brasil para o setor de petróleo.

O terminal de granéis líquidos que está sendo construído na fase 1 do Porto Central permitirá a atracação de navios de grande porte, como os very large crude carriers [VLCCs], o que proporcionará ganhos de escala e redução de custos logísticos.