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Prysmian da Itália quer atender à crescente necessidade de cabos da América Latina

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Prysmian da Itália quer atender à crescente necessidade de cabos da América Latina

À medida que expande a capacidade de sua fábrica em Durango, a fabricante italiana de cabos Prysmian está apostando nos setores de energia e telecomunicações para impulsionar a maior parte de seus negócios na América Latina, mesmo atendendo à demanda de clientes de petróleo e gás como a Petrobras.

Nesta entrevista, o CEO da Prysmian na América Latina, Alejandro Quiroz, fala sobre as perspectivas de projetos em energias renováveis, veículos elétricos, banda larga fixa e fortalecimento da rede, bem como a concorrência de cabos de fibra da China.

BNamericas: Esperava-se que a Prysmian concluísse a expansão de sua fábrica em Durango, no México, em junho passado. Como as obras estão avançando?

Quiroz: A conclusão da obra civil foi complicada porque se tratava de uma ampliação para dobrar a área sem interromper a produção atual.

Nossa fábrica, a original, que funciona há mais de sete anos, teve que continuar operando diariamente. Então tínhamos que trazer as máquinas, instalá-las, mover as máquinas da posição A para a posição B para um novo layout, e tudo isso sem parar a produção.

As obras civis foram concluídas em setembro. No final do ano, tínhamos as máquinas instaladas e começamos a incluir capacidade adicional.

A fabricação com a capacidade adicional começou no quarto trimestre. O que vem para 2023 é o ramp-up – a maximização da produção. Como qualquer nova fábrica, as máquinas adicionadas não começam a trabalhar a 100%; há uma curva de produção gradual.

BNamericas: Quanta capacidade adicional existe?

Quiroz: Devemos chegar a até 4 milhões de quilômetros de fibra [por ano]. Estamos agora em 3 milhões, enquanto antes produzíamos 2 milhões.

BNamericas: Qual foi o investimento final?

Quiroz: O investimento total foi de cerca de US$ 27 milhões. Gastamos cerca de 1% ou 2% a mais do que prevíamos com um novo transformador, melhorando a infraestrutura do entorno e os sistemas de transporte externos.

BNamericas: Quantas fábricas a Prysmian tem atualmente na América Latina?

Quiroz: O número continua o mesmo, 13 usinas.

A instalação de Durango é especial porque estamos falando de uma fábrica de telecomunicações, mas temos uma fábrica lá que também fabrica cabos automotivos e aeroespaciais, então é como ter três fábricas no mesmo local. Temos um amplo portfólio no México, ao contrário da Colômbia, onde temos apenas um site. No Brasil, onde produzimos a maior parte do nosso volume, também temos multisites.

BNamericas: Quanto a região latino-americana pesa no resultado do grupo?

Quiroz: Continuamos contribuindo com o mesmo percentual de quase 10% das vendas totais.

Aqui não temos a demanda de produtos de eletrificação, ou cabos para veículos elétricos, que temos na Europa. Mesmo com infraestrutura subterrânea. A Europa tem legislação que obriga os cabos a serem enterrados. Aqui usamos muitos cabos aéreos.

O mercado da América Latina tem um tamanho específico que podemos atender com nossa capacidade instalada. E o plano é que a América Latina cresça para cerca de 30% do faturamento da Prysmian.

Temos focado aqui em abordar as megatendências, como o mercado de energias renováveis, sejam elas eólicas ou fotovoltaicas. Novos cabos de geração solar já estão sendo entregues ao mercado este ano. Também na eletrificação, com nosso reforço de rede para distribuição e transmissão de energia elétrica. E, claro, a área de dados e toda a infraestrutura que envolve o 5G.

BNamericas: Onde você vê a demanda mais robusta por renováveis?

Quiroz: Em quase todas as geografias, exceto no México. Devido a políticas e regulamentações, o México tem muito mais demanda por projetos que o governo está promovendo. E o governo mexicano começou a se concentrar fortemente em petróleo e gás nos últimos anos.

No México, temos projetos de refinaria que incluem cabos de energia. Começamos com um número significativo de contratos com as construtoras que estão fazendo isso para o governo. Também estamos desenvolvendo sistemas de transporte no sul do país, como o trem Maia e o trem Toluca, que utilizam cabos ferroviários especiais.

Não vimos essa demanda por projetos solares e eólicos no México, que deveriam ter um grande futuro naquele país, mas estão parados por motivos políticos.

América Central, Caribe, Colômbia, Chile e Brasil estão firmemente comprometidos com as energias renováveis, com operadoras privadas concorrendo para ganhar projetos.

Outro fator é que a grade existente na América Latina é um tanto obsoleta. E estamos fazendo esse fortalecimento da rede com cabos mais eficientes para fortalecer as fontes hidrelétricas que já temos.

Vemos esse crescimento gradual das energias renováveis e esse reforço da rede e das infraestruturas existentes com melhorias e condutores elétricos de última geração como uma oportunidade para crescer e encontrar projetos.

BNamericas: O que você acha das perspectivas da região para veículos elétricos?

Quiroz: Vemos isso no horizonte. O consumidor provavelmente optará inicialmente por uma escolha segura, que é um carro híbrido. Mas ainda não vimos a explosão de demanda por estações de carregamento e projetos para expandir as redes de VE. A taxa de VEs na América Latina não é significativa – levará de cinco a sete anos a mais do que nos países desenvolvidos.

BNamericas: Conte-nos sobre sua operação em petróleo e gás.

Quiroz: A Petrobras nos reconheceu como a empresa número um na área ESG. Eles estão solicitando muitos cabos umbilicais de nós.

No mercado mexicano, vimos demanda com as refinarias – 2022 foi um ano de sucesso por lá. Mas também vimos petróleo e gás indo bem em outras geografias porque o setor continua sendo um importante pilar regional. As perspectivas para 2023 são boas.

BNamericas: A demanda por banda larga fixa continua forte na América Latina, mas há uma desaceleração na taxa de novas casas com fibra em alguns mercados devido à concorrência, taxas de juros e inflação. Como esse segmento parece para a Prysmian?

Quiroz: Nossas três fábricas, a fábrica de fibra no Brasil, outra para cabos óticos, também no Brasil, e a instalação de cabos óticos em Durango estão todas com capacidade máxima. Poderíamos ter vendido mais? Sim, mas não havia mais capacidade disponível.

O ano passado foi um bom ano no setor de telecomunicações e estreitamos nosso relacionamento com grandes operadoras, como a Claro, e ISPs.

Não sentimos que haverá uma grande desaceleração porque a demanda por essa infraestrutura continua alta. Mas como temos capacidade limitada, continuamos seletivos sobre com quem fazemos parceria e como vendemos.

BNamericas: A empresa não vê necessidade de adicionar mais capacidade?

Quiroz: Acho que nossa fábrica em Durango foi um bom trampolim para a América Latina este ano. Vamos fazer um ramp-up completo no final de 2023 e depois avaliaremos se vale a pena fazer uma terceira expansão – talvez no Brasil ou em Durango. Mas também dependerá fortemente de como as importações podem fluir.

A grande potência na fabricação de cabos óticos é a China. Tanto os cabos de fibra quanto os óticos vêm crescendo no mercado chinês. Se eles têm uma demanda tão forte por sua própria rede, sua capacidade de produção será focada em soluções para o mercado doméstico. No entanto, se a China desacelerar um pouco, sua capacidade adicional será canalizada para a América Latina ou Europa.

Há um processo antidumping acontecendo na Europa. Os chineses não têm muita margem de manobra para entrar na Europa, então o que estão fazendo é comprar concorrentes locais e produzir por meio de operações europeias.

A América Latina, por meio de nossos governos, pode optar por uma política mais aberta ou mais restritiva. Temos que ter cuidado e olhar para a dinâmica antes de comprometer qualquer nova capacidade.

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