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Qual é o foco da GreenYellow no Brasil?

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Qual é o foco da GreenYellow no Brasil?

A GreenYellow está completando dez anos de atuação no Brasil e busca novas oportunidades nos segmentos de energia solar e eficiência energética.

Também no radar da empresa estão as áreas de eletromobilidade e armazenamento de energia, contou o CEO global da empresa, Otmane Hajji, que falou sobre projetos, investimentos e perspectivas de mercado nesta entrevista.

BNamericas: Quais são os principais projetos que a GY está desenvolvendo no Brasil?

Hajji: No campo da energia solar, as mudanças recentes na regulamentação da geração distribuída no Brasil nos levaram a ajustar nosso portfólio de projetos, principalmente devido ao impacto na lucratividade de projetos de autoconsumo remoto.

Agora, estamos focando principalmente na geração no local para os setores comercial e industrial, onde não há injeção na rede. Essa abordagem nos permite atender clientes no mercado livre sem impacto regulatório.

Dadas as condições favoráveis para os custos de equipamentos solares, a energia solar nos telhados se tornou altamente competitiva em comparação com os custos totais de energia no mercado livre. Isso criou oportunidades promissoras, como nosso contrato recente para um projeto de energia solar no telhado de 3 MWp com um cliente industrial do setor automobilístico.

Na área de eficiência energética, estamos desenvolvendo novos serviços relacionados a sistemas de ar comprimido, bombas de calor e instalações de água gelada. Nossos contratos recentes com empresas industriais e shopping centers refletem um forte alinhamento com nosso modelo de negócios “como serviço”, o que nos permite oferecer soluções integradas de eficiência energética totalmente financiadas pela GreenYellow.

BNamericas: Quanto a empresa planeja investir nos próximos anos?

Hajji: No GreenYellow Group, em 2024, nossas metas de assinatura visam atingir 150 GWh em economia de energia por ano e garantir 400 MW em contratos solares. Também planejamos mobilizar € 500 milhões em novos financiamentos a partir de três fontes principais: project finance, que é essencial para executar nossos projetos; parcerias financeiras locais na Ásia e na América Latina, com foco em investidores minoritários ou vendas de ativos direcionadas; e uma nova linha de financiamento para impulsionar nossa expansão pela Europa.

No Brasil, nossos investimentos totais projetados somam R$ 400 milhões para 2024. Nosso plano de investimentos para os próximos anos segue sendo confidencial no momento.

BNamericas: Quais são os principais desafios para o crescimento?

Hajji: No segmento de energia renovável, os desafios incluem barreiras financeiras elevadas, como dificuldades de acesso a capital para empresas e indústrias, flutuações nas taxas de câmbio e altas taxas de juros.

Além disso, a falta de clareza regulatória dificulta a segurança do investimento, enquanto os altos custos iniciais para a infraestrutura de produção e distribuição de energia limpa representam outro grande desafio. Modernizar a infraestrutura com redes inteligentes para melhorar a eficiência é essencial, mas requer um investimento significativo.

Há também o elemento cultural, em que setores tradicionais muitas vezes veem a energia como um custo, e não como um ativo estratégico, o que retarda a adoção.

Por fim, a ausência de políticas públicas consistentes de longo prazo limita a competitividade da energia renovável em comparação com regiões como a Europa, onde políticas favoráveis aceleraram a implantação de soluções como telhados ou garagens com painéis fotovoltaicos. Na Europa, dois terços da capacidade solar adicionada por ano vêm desse modelo.

BNamericas: O excedente de energia do Brasil devido ao forte crescimento das energias renováveis está dificultando novos investimentos em geração solar?

Hajji: O custo da energia no mercado livre do Brasil caiu muito nos últimos meses, o que pode, de fato, impactar a implementação de novas usinas, já que os custos atuais dos clientes estão em uma baixa histórica. Por outro lado, os custos dos equipamentos também diminuíram, ajudando a equilibrar a balança.

Conforme mencionei, avançamos em diversas negociações de projetos comerciais e industriais, em que encontramos um equilíbrio econômico favorável, possibilitando que o cliente obtenha uma redução em seus custos totais de energia no mercado livre com autogeração local.

Além disso, o crescimento de fontes de energia intermitentes gera uma oportunidade para projetos de armazenamento em baterias, e estimamos um crescimento significativo neste mercado no próximo ano, com mais reduções nos custos das baterias e uma estrutura regulatória mais forte para esses projetos.

BNamericas: Quais são as perspectivas para os mercados de eletromobilidade e eficiência energética?

Hajji: A eficiência energética é um dos pilares da transição energética, e o Brasil ainda tem muito a explorar nessa área. Vemos um grande potencial em vários segmentos, como indústria, varejo, edifícios comerciais e shopping centers. O que ainda precisa avançar é a cultura e a relevância desse tema dentro das empresas e como ele pode ser abordado de forma mais estratégica e estruturada. Por isso, temos uma metodologia de eficiência energética muito robusta para apoiar o cliente a identificar o que realmente trará ganhos para sua operação, além de um modelo de negócios que não exige investimento ou operação de ativos por parte do cliente.

Em relação ao mercado de mobilidade elétrica, as perspectivas parecem promissoras, mas ainda estão surgindo. O país mostra um potencial de crescimento significativo, com demanda crescente por soluções de transporte sustentáveis, mas continua prejudicado pelo alto custo dos veículos e pela infraestrutura de carregamento insuficiente. À medida que o governo implementar incentivos e os investimentos em postos de carregamento aumentarem, o mercado poderá acelerar sua transição.

Na GreenYellow do Brasil, estamos monitorando de perto esses desenvolvimentos e avaliamos oportunidades de expandir nossa oferta existente no mercado europeu como parte de uma estratégia para apoiar a descarbonização global do setor de energia.

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