Quantum Participações estuda sistemas de armazenamento de energia
Operadora de linhas de transmissão em quatro estados brasileiros, a Quantum Participações está desenvolvendo um projeto de pesquisa sobre armazenamento de energia.
O objetivo é criar uma metodologia sobre como integrar baterias à rede básica de transmissão de energia.
Nesta entrevista à BNamericas, o superintendente regulatório e institucional da Quantum, Fábio Marques, explica o projeto e analisa os desafios do setor.
BNamericas: Quais são os principais projetos da Quantum em andamento?
Marques: Temos, hoje, 100% do contrato de concessão da linha de transmissão Sertaneja, nos estados da Bahia e Piauí, e 50% de outros três contratos em parceria com a Cymi: Chimarrão e Pampa, no Rio Grande do Sul, e Mantiqueira, em Minas Gerais.
Existe uma opção, dentro do modelo da parceria, de exercermos a opção de compra dos outros 50% nesses projetos.
BNamericas: A participação da empresa nos leilões de transmissão se dá exclusivamente com a Cymi? Vocês consideram outros parceiros?
Marques: Normalmente, entramos nos leilões em parceria com a Cymi. Não é um modelo de exclusividade, então é possível termos outros parceiros.
BNamericas: Vocês pretendem participar do leilão em setembro? Esse certame tem alguma particularidade?
Marques: Sempre avaliamos os leilões futuros. Esse leilão tinha um lote, o número 2, que foi retirado por conta das enchentes no Rio Grande do Sul. É um lote que teria sinergia com o nosso portfólio.
Há também um lote que envolve a relicitação de ativos cujos contratos estão em fase final. Essa é uma particularidade, não é inédito, mas não é usual. O usual é ter a licitação de [projetos] greenfield, e nesse lote, há uma mistura de greenfield e brownfield.
BNamericas: A maior frequência de fenômenos climáticos extremos afeta o setor de transmissão de energia?
Marques: Isso afeta a todos. Antes, eram eventos esporádicos. Agora, são fenômenos frequentes. Não somente as chuvas no Sul, mas as secas no Norte e Nordeste, que afetam os ativos de transmissão via queimadas.
Temos debatido planos de contingência. Pode-se ter uma visão prévia ou posterior aos eventos. A Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] tem focado na tratativa pós-eventos. O olhar prévio significa robustecer os ativos. Isso deve ficar para um futuro próximo. Será que os ativos construídos nas décadas de 1970 e 1980 estão preparados para a nova realidade? Não só a Aneel, mas a própria EPE [Empresa de Pesquisa Energética] deve avaliar que tipo de solução de engenharia será necessária.
BNamericas: A Quantum está desenvolvendo um projeto de pesquisa e desenvolvimento sobre a inserção de sistemas de armazenamento de energia na rede básica de transmissão. Você poderia falar sobre a iniciativa?
Marques: A ideia é desenvolver e entregar à EPE uma metodologia sobre como integrar sistemas de armazenamento à rede básica, considerando os benefícios e custos dessa integração.
A metodologia terá que responder se, em um determinado ponto do sistema elétrico, é vantajoso inserir baterias, precificando na fase de planejamento os benefícios gerados pela solução.
Estamos preparando um banco de preços para que seja utilizado pela EPE, e que também seja um ponto de partida para que a Aneel estabeleça seu próprio banco de preços, caso necessário.
A inserção de sistemas de armazenamento na rede básica faz com que os equipamentos fiquem sob o controle do ONS [Operador Nacional do Sistema] para auxiliá-lo na operação da rede, evitando também possíveis conflitos de interesse na sua utilização.
BNamericas: Quais seriam esses conflitos?
Marques: Conflitos de interesse entre o investidor e interesses sistêmicos. A bateria é como um canivete suíço, tem diversas aplicações. Ela pode ser utilizada para controle de tensão e frequência, que são interesses sistêmicos, ou para armazenar energia quando estiver mais barata e vendê-la quando estiver mais cara, um caso de interesses dos investidores.
BNamericas: Esse é o tipo de questão que dificulta a participação de soluções de baterias no próximo leilão de reserva de capacidade?
Marques: É preciso definir muito bem o produto a ser licitado. Os benefícios têm que ser identificados e tratados antes do leilão. Para a aplicação no setor de transmissão, o investidor vai receber uma RAP [receita anual permitida] para remunerar o ativo, sendo vedados outros tipos de uso que não aqueles previamente definidos, além de não existir conflito na sua utilização, dado que sua operação é coordenada pelo ONS.
BNamericas: Quais desafios a forte expansão das renováveis no Brasil impõe ao setor de transmissão?
Marques: A variação brusca de carga gera grandes desafios para o ONS. Os sistemas de bateria poderiam ajudar a diminuir a grande variação entre a carga baixa e a carga elevada, suavizando a chamada curva do pato.
[Nota do editor: A curva do pato expressa, basicamente, a forte variação de carga em regiões com grande uso de energia solar, onde há queda na demanda durante o dia e alto consumo à medida que o sol se põe.]
BNamericas: A rede de transmissão está preparada para a entrada de projetos de hidrogênio verde no sistema?
Marques: Isso vai gerar uma nova necessidade de estudar o sistema e avaliar uma eventual expansão.
Serão grandes blocos de carga em regiões litorâneas, em portos, demandando energia para essas regiões.
A questão dos datacenters [com uso intensivo de energia] é similar, mas eles podem estar em qualquer local do país.
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