Solarprime instalará rede de eletropostos no Sudeste e Centro-Oeste

A rede de franquias de energia solar Solarprime, em parceria com a distribuidora e importadora de equipamentos fotovoltaicos BelEnergy, lançou a Moby, empresa especializada em soluções integradas de carregadores para veículos elétricos.

Com a proposta de expandir o oferecimento de pontos de recargas, o projeto-piloto da nova companhia inclui a instalação de eletropostos em duas rodovias: uma entre Brasília e Goiânia, e outra entre as cidades de Campinas e o litoral de São Paulo.

O projeto inclui outras regiões sob estudo, as quais já contam com um número expressivo de frotas de veículos elétricos. 

O CEO da Solarprime, Mário Campo Grande, conversou com a BNamericas sobre a iniciativa e o cenário de mobilidade elétrica no Brasil.

BNamericas: Ao todo, quanto a empresa pretende investir no projeto da rede de eletropostos?

Campo Grande: Os investimentos girarão em torno de 3 a 4 milhões de reais. Este montante pretendemos gastar, aplicar e investir de hoje até o final do primeiro trimestre do ano que vem.

BNamericas: Qual o cronograma previsto?

Campo Grande: Imaginamos ter alguns eletropostos, principalmente ligados à nossa rede de franquias, já implementados e funcionando até o final do primeiro trimestre do próximo ano.

Imaginamos ter um payback em um ano e meio. E o objetivo é que a gente consiga colocar em evidência a marca Moby. Não é à toa que estamos buscando algumas parcerias muito importantes e representativas, já no curto prazo.

Nós temos a segurança de que, no máximo em dois anos, além de recuperar o investimento, teremos uma presença massificada no mercado, o que vai valorizar principalmente a rede que tiver ocupação territorial – uma grande característica nossa –, já que temos uma rede presente em todas as localidades do Brasil, sobretudo nas capitais.

BNamericas: Pretendem atrair parceiros para o projeto?

Campo Grande: Sem dúvida que sim, e parceiros importantes. Estamos buscando as montadoras, os distribuidores e já temos contratos em andamento.

E estes parceiros que estão atuando no setor e no mercado automotivo serão, com certeza, importantes para que a gente mostre com quem estamos andando de mãos dadas.

A gente sempre busca que ambos os lados ganhem. Tanto nós, que teremos os equipamentos e faremos a manutenção, quanto aqueles que vão usar a nossa marca associada à marca deles para criar uma rede de abastecimento de carros elétricos.

É importante destacar que a tendência do mercado é que exista a integração entre todos estes microcosmos. Por exemplo, o nosso aplicativo vai ter que conversar com aplicativos dos próprios parceiros. É o famoso homing, na atuação de cobertura de mercado e do território onde nós estaremos atendendo aos clientes.

[Nota da BNamericas: desenvolvido em parceria com a VoltBras, o aplicativo Moby Recarga permite a integração entre distintos carregadores e aplicativos de gestão e pagamentos, com a possibilidade de ter o controle de pagamentos das estações, com preços de quanto será cobrado por kWh, a gestão da energia utilizada em tempo real e se a entrega está de acordo com as necessidades do cliente.]

BNamericas: Por que a empresa decidiu fazer o investimento neste momento?

Campo Grande: Há uma janela aberta, com várias montadoras, distribuidoras, players de mercado, inclusive instituições que querem dar aos seus clientes uma alternativa de abastecimento dos carros elétricos e que estão buscando parceiros.

E a grande vantagem da Solarprime é que temos uma rede capilarizada, com mais de 500 franqueados, e uma grande aptidão para fornecer equipamentos. A marca é nossa, o projeto é nosso. Então, hoje não dependemos de terceiros para chegar ao mercado, pois temos software e o produto. Além disso, temos um pós-venda que garante o funcionamento equilibrado e competitivo da nossa rede de equipamentos.

BNamericas: O Programa Mover, do governo federal, está entre as razões?

Campo Grande: É claro que o programa Mover, que traz incentivos para quem investe em P&D, é importante.

Mas não é apenas no Mover que nós estamos de olho. Estamos atentos a todos os movimentos que trazem prioridade à implementação de mobilidade. Na cidade de São Paulo, por exemplo, já existem regras para construção de imóveis, prédios e instalações que têm que ter prevista toda a parte de conexão a carregadores de carros elétricos.

Estamos nos preparando para ser uma empresa ESG. Queremos associar a nossa capacidade de prover produtos e soluções de energia limpa, de energia barata, que é a energia fotovoltaica, e estar com esse selo de ESG, que nos abre portas importantes nos curto e médio prazos.

O Brasil está trabalhando na transição energética. Temos uma forte tendência de expandir muito a energia fotovoltaica. Quando se associa essa variável de energia barata à possibilidade de injeção nos carros elétricos – que são uma tendência, seguramente, irreversível –, você consegue um contexto muito propício para quem estiver com os pés nas duas tecnologias. Este é o objetivo da Solar Prime, e a Moby vem para ser uma marca importante.