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Sparkle: unidade de infraestrutura da Telecom Italia brilha na América Latina

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Sparkle: unidade de infraestrutura da Telecom Italia brilha na América Latina

A empresa italiana de infraestrutura de telecomunicações Sparkle, controlada pela Telecom Italia, possui diversos projetos e ativos em seu portfólio na América Latina.

Eles abrangem desde os sistemas submarinos Curie, Monet e Seabras-1 até, mais recentemente, o Panama Digital Gateway, considerado um dos principais datacenters a entrar em operação no país centro-americano e com localização estratégica.

Nesta entrevista, Mauricio Traverso, vice-presidente para as Américas da Sparkle, fala sobre os planos da empresa para novas alianças e sistemas em toda a região.

BNamericas: Um dos últimos grandes projetos anunciados pela Sparkle na região foi o Panama Digital Gateway. Como está a demanda e a ocupação desse datacenter?

Traverso: O projeto obteve sua licença de ocupação em dezembro. Neste momento, estamos começando a criar e fomentar o ecossistema. Hoje já temos a bordo alguns dos principais fornecedores de sistemas de última milha no Panamá. Temos alguns clientes da Guatemala chegando lá também.

A nossa ideia é construir um PoP regional. Existe cable landing station do Google que está chegando, além de outros projetos de novos cabos submarinos que devem aportar em breve ao país.

O ecossistema deve começar a crescer muito mais no final do ano, com vários clientes locais do Panamá que estão chegando lá. Também projetos governamentais da União Europeia.

BNamericas: O Digital Gateway tem 6 MW de capacidade. Esta é a capacidade total projetada ou a capacidade atual?

Traverso: Isso. 6 MW é a capacidade total projetada. Estamos, neste momento, com 2 MW.

Mas o projeto consiste em muitas áreas escaláveis e, à medida que a ocupação aumentar, adicionaremos novos módulos.

BNamericas: A estratégia é contar com um anchor-tenant ou ter vários clientes diferentes? E qual é o perfil desses clientes?

Traverso: Vários clientes. Um dos principais é o Google. Em relação ao perfil, hoje em dia vemos mais operadoras, tanto regionais quanto locais, e OTTs.

O mercado do Panamá possui um segmento financeiro muito forte. Temos um partner local, com quem construímos o datacenter, que possui uma carteira de clientes muito grande. A ideia é começar a oferecer a essas empresas serviços dentro do datacenter.

BNamericas: A integração do Google ao datacenter já foi concluída?

Traverso: Sim. O cabo que está chegando lá é o Curie, com uma landing station.

BNamericas: A Sparkle aposta forte em alianças e investimentos para 2024 e projeta muitas oportunidades para o ano. Quais, por exemplo?

Traverso: Acabamos de fechar essa aliança com a Algar, para Monet. Gostamos muito dessas alianças com parceiros locais. Começaremos a operar o cabo Monet em 1º de abril.

Estamos trocando equipamentos no cabo, instalando soluções de última geração da Infinera, iluminando as fibras e a partir de abril começaremos de fato a operar lá.

BNamericas: Eu já ia perguntar sobre a Algar. Então, esse acordo significa, basicamente, que vocês compraram o espaço da Algar no consórcio do Monet?

Traverso: Sim. A Algar saiu. Obviamente iremos prestar serviços para eles, para que possam continuar com sua estratégia internacional, ampliando o escopo da empresa.

Isso porque conseguimos levá-los não só para os Estados Unidos, mas também para a Europa, para outros lugares da América Latina. É uma sinergia muito interessante.

Em relação aos outros projetos, estamos vendo muitas modernizações. Os cabos na região do Caribe, em geral, estão chegando ao fim da sua vida útil. Já temos um novo cabo no Atlântico, o Seabras-1. No Pacífico temos o Curie. Está faltando a parte do Caribe.

Há vários projetos para essa região. Acreditamos que, se conseguirmos fechar parceria com algum desses projetos, poderemos viabilizá-los.

Estamos negociando, analisando quais projetos são mais interessantes para o nosso perfil de tráfego e para o nosso modelo de negócio, e provavelmente anunciaremos alguma parceria em breve.

BNamericas: Que outros mercados da região, além do Panamá, seriam interessantes?

Traverso: Um mercado interessante onde já estamos presentes é a Colômbia. Um mercado com 45 milhões de habitantes, interessante para explorar. O próprio Panamá, que está se convertendo em um importante ponto de troca de tráfego regional.

E outro mercado muito interessante é o México. Em junho, julho começaremos a operar em Querétaro. A ideia é começar a fazer mais investimentos no México.

BNamericas: Está se referindo à instalação de um PoP em Querétaro, certo? Quais datacenters vocês estão avaliando para isso?

Traverso: Ainda não decidimos. Estamos pensando em talvez começar primeiro com a Kio, depois Equinix.

BNamericas: Fala-se no mercado sobre novas oportunidades para tráfego de dados e até mesmo para datacenters no Peru. A Meta disse, recentemente, que está analisando esse país com mais atenção, talvez para implementar algum tipo de estrutura de dados. Qual é a sua avaliação sobre o Peru?

Traverso: O Peru tem pouca infraestrutura submarina. Tem dois cabos antigos chegando lá, o SAC [Travessia Sul-Americana] e o SAM-1 [Sul-Americana 1], tem o cabo novo daTelefónica, que é o Mistral, e só.

Se esses dois sistemas antigos ficarem off-line, por assim dizer, restará apenas um. Então precisamos desenvolver essa estrutura para chegar ao Peru.

BNamericas: Mas fora isso, existe demanda? O Peru é um mercado que exige novos cabos submarinos?

Traverso: O mercado é interessante, está crescendo. Existem ligações terrestres com a Colômbia e o Equador, mas não são tão confiáveis quanto um cabo submarino.

Lima é uma cidade muito grande, com mais de 10 milhões de habitantes. Há muito potencial. Estamos buscando algum tipo de aliança para o país.

BNamericas: O Humboldt é interessante para vocês?

Traverso: É um projeto interessante, de Santiago à Austrália. Estamos analisando, conversando com as autoridades locais acerca das oportunidades.

Atualmente estamos trabalhando em um projeto chamado Blue-Raman, um cabo submarino que parte de Marseille, desce pelo Mediterrâneo e passa por vários pontos da Itália até Tel Aviv. Passa pela Grécia, Turquia, Líbia.

Esse projeto, a parte Blue, deveria ficar pronto agora no final do ano. É um projeto que envolve mais de US$ 1 bilhão em investimentos com o Google.

Chegando a Tel Aviv, atravessa de forma terrestre Israel, Jordânia entra no mar e segue para a Índia. É um cabo geopoliticamente muito interessante, porque é uma alternativa ao Canal de Suez e ao Egito.

O grande desafio agora é passar pelo Iémen, que está em guerra. Esperamos que esta situação melhore nos próximos meses e consigamos pasar com um navio por lá, passar o cabo e chegar à Índia.

BNamericas: Mas o que esse projeto tem a ver com o Humboldt, especificamente?

Traverso: É um dos cabos de longa distância que temos e um cabo no qual o Google está dentro. Temos muita parceria com o Google. Fizemos o Curie com eles, estamos fazendo o Blue-Raman, de forma que faria sentido nos unirmos para o Humboldt também.

BNamericas: E o Firmina do Google?

Traverso: É um cabo interessante. Estamos olhando para o Firmina, na porção São Paulo-Buenos Aires, para complementar o Monet.

Acredito que a própria demanda do Google vai acabar pegando mais a parte norte do Brasil até os Estados Unidos, deixando pouca fibra para compartilhar e vender.

BNamericas: Isso não acaba 'esvaziando' o Monet?

Traverso: O Monet já está ficando cheio [em capacidade]. O Monet tem a branching unit em Fortaleza, que é um mercado muito interessante. Firmina não tem, por exemplo.

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