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Startup brasileira de geração distribuída quer alcançar mais clientes

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Startup brasileira de geração distribuída quer alcançar mais clientes

Focada em geração distribuída, a startup brasileira Lemon Energia utiliza tecnologia e dados para alocar energia sustentável aos consumidores.

Recentemente, a empresa captou R$ 60 milhões (US$ 11,4 milhões) para expandir seus negócios no país.

O financiamento foi liderado pelo Kaszek, fundo de venture capital latino-americano, e também marca o primeiro investimento no Brasil da Lowercarbon Capital, focada em startups com impacto ambiental.

A rodada de financiamento contou, ainda, com Kevin Efrusy, investidor da Quinto Andar, Gympass, Nuvemshop e sócio da Accel, e Sergio Furio, CEO e fundador da fintech brasileira Creditas.

A empresa opera hoje em seis estados e pretende levar seus serviços para outros quatro, disse à BNamericas Luciano Pereira, fundador e diretor de tecnologia da Lemon, ressaltando que a empresa está interessada em novas parcerias comerciais com geradores, inclusive aqueles que estão construindo usinas.

BNamericas: Quais são os principais objetivos da Lemon Energia?

Pereira: Existem três mercados de energia no Brasil, basicamente, o cativo [regulado], o livre [não regulado] e a geração distribuída. Neste último caso, a planta de geração não precisa estar no mesmo local do consumo e o hardware da placa solar fotovoltaica não precisa ser seu, pode ser alugado de terceiros.

O aluguel da placa solar pode ser estruturado de modo que a energia gerada por ela valha mais que o próprio aluguel. Em vários estados do país esse negócio está valendo a pena.

No entanto, ainda há muita dúvida e insegurança sobre este modelo. Os comerciantes não estão acostumados a pensar nisso, portanto, é um produto difícil de vender, sobretudo em escala.

Outra dificuldade é a administração do negócio no dia a dia. Os geradores geralmente têm competência na construção e operação. Então fazemos a intermediação entre os geradores remotos e os clientes. Do ponto de vista do gerador, temos um papel parecido com o de uma imobiliária. O cliente, por outro lado, nos vê como geradores, pois seu contato conosco é para tratar de vendas, pagamentos, etc.

Somos esse marketplace com geradores e consumidores, além da distribuidora de energia, já que a infraestrutura física continua a mesma. E é a distribuidora que administra os créditos gerados pela geração distribuída.

BNamericas: Como serão investidos os R$ 60 milhões captados?

Pereira: Usaremos esses recursos para aumentar nossa equipe de tecnologia, produto e inteligência de dados. Temos mais de 40 vagas para abrir ao longo do ano a fim de ampliar nossa plataforma de energia.

As próprias distribuidoras têm algumas dúvidas sobre como funciona a regulação, porque é um assunto novo. Queremos ter uma plataforma nacional que funcione em qualquer estado e em escala, com vários geradores e submercados.

BNamericas: A Lemon está presente em quais estados e quantos clientes atende?

Pereira: Hoje operamos em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Pernambuco. Temos mais de 100 geradores como clientes ou com quem negociamos, 30 usinas em operação e 3 mil consumidores atendidos.

Temos interesse em novas parcerias comerciais com geradores, inclusive aqueles que estão construindo usinas no momento, além de geradores que tentaram verticalizar suas operações, mas agora pensam em terceirizar a administração, incluindo contabilidade financeira, demonstração de resultados, cobranças e pagamentos, questões legais e jurídicas, e a parte comercial, com a prospecção de clientes. Queremos assumir a administração das usinas e nos tornarmos gestores.

BNamericas: Quais são as projeções de crescimento da empresa?

Pereira: Queremos chegar a 10 estados. Uma das possíveis vias de crescimento é uma parceria com a Ambev, que é nossa cliente e tem 1 milhão de pontos de venda no Brasil que poderiam adotar os serviços da Lemon. Estamos estudando outras parcerias desse tipo para chegar ao cliente final.

BNamericas: A regulamentação da geração distribuída contribuiu para o aquecimento do mercado?

Pereira: Existe um período de transição, que é basicamente este ano. Quem começar a construir agora ainda ficará sujeito à regra antiga [com isenção do uso das redes de distribuição e transmissão]. Então, está acontecendo uma corrida pelo ouro. E a transição [para as novas regras, com pagamento gradativo pelos serviços de rede] será bem suave.

BNamericas: A empresa está de olho na expansão do mercado livre?

Pereira: A ideia do governo de diminuir a barreira de entrada para enquadramento como consumidor livre é bem interessante. Mas levará tempo até que o mercado crie produtos e traga experiências positivas para os clientes.

A concepção do mercado de geração distribuída no Brasil, por exemplo, é de 2013, mas foi somente após uma revisão da Aneel em 2017 e 2018 que as coisas começaram a andar melhor, e foi em 2021 que começou o crescimento em maior escala, com expansão nacional.

Essa mudança para o mercado livre é bastante interessante, mas não acontecerá da noite para o dia. Uma comercializadora hoje, mesmo uma das maiores, tem algumas centenas ou milhares de clientes. Não há infraestrutura para atender milhões de clientes.

Mas é um espaço em que cabe muita tecnologia, e temos interesse em estar juntos para entrar nesse mercado.

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