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Telar aposta em projetos metroviários e de saneamento para crescer

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Telar aposta em projetos metroviários e de saneamento para crescer

A empresa brasileira de infraestrutura Telar Engenharia e Comércio prevê um crescimento anual de 10% em suas receitas para os próximos três anos, à medida que busca aproveitar as oportunidades em projetos metroviários e de saneamento, áreas em que a empresa tem grande experiência.

A Telar, que atualmente registra receitas anuais de cerca de R$ 300 milhões (US$ 54 milhões) e tem um portfólio de projetos avaliado em R$ 1,5 bilhão, também busca contratos em outros países da América Latina.

O CEO da companhia, Marco Antonio Botter, conversou com a BNamericas sobre os planos da empresa para os próximos anos.

BNamericas: Qual é o posicionamento de mercado da Telar Engenharia?

Botter: A Telar é uma empresa fundada em 1969 e que sempre atuou no setor de infraestrutura. Estou na empresa há 45 anos, desde a minha formação.

Começamos a empresa do zero com meu pai, trabalhando especificamente em obras subterrâneas, sem intervenções na superfície, sem danificar a superfície. Ou seja, trabalhamos em projetos de colocação de tubulações de água, cabos de energia e projetos metroviários.

Com o crescimento da empresa, passamos a executar obras convencionais de engenharia, mas sempre muito conectadas aos segmentos de saneamento, metroferroviário e energia.

Temos contratos com o Metrô de São Paulo e também com a CPTM como grandes clientes. Em contratos com a iniciativa privada, também atuamos em projetos específicos, como a ligação subterrânea dos dois prédios do MASP, na Avenida Paulista, em São Paulo.

Nosso faturamento anual gira em torno de R$ 300 milhões e nosso backlog de projetos é de R$ 1,5 bilhão.

Temos um perfil muito técnico, nós não executamos projetos, fazemos a implantação da obra.

BNamericas: Em quais regiões vocês já trabalharam?

Botter: Atuamos em vários estados do país, como São Paulo, Espírito Santo, Ceará e no Distrito Federal.

Fora do país, temos um projeto de saneamento em andamento em Barranquilla, na Colômbia, e atuamos em projetos no Uruguai e no Equador, sempre no setor de saneamento.

BNamericas: Onde a Telar vê maior potencial para novos negócios?

Botter: O saneamento no Brasil sempre foi uma área com grande potencial, porque as necessidades de investimentos no setor são muito grandes, uma vez que nosso índice de cobertura de água e esgoto é muito baixo, se comparado ao de outros países.

Com o marco do saneamento aprovado, com o estabelecimento de metas de cobertura de água e esgoto até 2033, todo esse potencial de investimento está avançando.

Antes do marco do saneamento, eram investidos entre R$ 15 bilhões e R$ 17 bilhões em saneamento no Brasil por ano. Com o marco regulatório e as metas de cobertura universal, esses investimentos vão quintuplicar.

Claro que é um desafio ter tantos projetos e investimentos acontecendo ao mesmo tempo, mas isso significa um mercado extraordinário para as obras.

Além do saneamento, há também grande potencial para expansão de projetos metroferroviários, principalmente em São Paulo.

BNamericas: O marco do saneamento trouxe mais empresas privadas para um setor antes dominado por empresas estatais. O que muda na forma de contratação de obras por parte de empresas privadas e públicas?

Botter: Os grandes desafios do setor de saneamento sempre apresentaram um cenário em que não era realista pensar somente nos esforços das empresas estatais. A participação do setor privado era necessária, como estamos vendo agora.

O que muda, do ponto de vista dos contratos com empresas do setor privado, é a velocidade na implantação dos projetos. As empresas estatais têm processos de contratação muito rígidos, e isso atrapalha a agilidade dos processos. Com o setor privado, a tomada de decisões dos investimentos acontece em uma velocidade bem maior.

Também é importante dizer que não acho que as empresas estatais de saneamento vão desaparecer, mas veremos mudanças no mercado.

A própria Sabesp, que está em processo de privatização, já tem incluído nos seus editais mais recentes observações indicando que pontos dos contratos podem mudar devido à privatização, ou seja, já há indícios de que os procedimentos de contratação tendem a ser mais ágeis na Sabesp após a privatização.

BNamericas: E quanto à mobilidade urbana, onde estão as oportunidades?

Botter: Olhamos para o país inteiro, mas é verdade que temos uma concentração muito grande de projetos em São Paulo, na cidade de São Paulo e na região metropolitana, até pelo tamanho da população e sua relevância econômica.

Além de São Paulo, também tenho visto oportunidades no setor metroferroviário em Minas Gerais.

BNamericas: A proliferação de projetos subterrâneos de metrô em São Paulo tem sido acompanhada por um número crescente de relatos na mídia local de que áreas próximas aos projetos sofrem com problemas geológicos, rachaduras em edifícios e casas. Existem preocupações sobre isso, do ponto de vista da engenharia?

Botter: Há um aumento no número de intervenções nas cidades, com obras subterrâneas através de métodos de engenharia não destrutivos, porque, de fato, o metrô está chegando atrasado em localidades que precisam de conexão de metrô há muito tempo, e essas áreas já têm uma alta densidade de construções residenciais, entre outras.

De qualquer forma, essas intervenções causam turbulências no entorno dos projetos, mas eu diria que nenhum risco desses eventos é desconhecido pela engenharia brasileira.

É claro que projetos com essas características exigem um forte acompanhamento, porque há linhas de metrô que estão sendo construídas em meio ao tecido urbano. Isso requer projetos muito bem elaborados, com a possibilidade de medidas corretivas de tratamento do solo e acompanhamento próximo, mas não vejo riscos ligados à falta de conhecimento técnico nesses projetos. Eu, particularmente, não tenho nenhuma preocupação com esses projetos.

BNamericas: A Telar tem planos de expansão internacional?

Botter: Não temos uma experiência tão vasta no mercado internacional, fizemos poucas obras.

Nossa primeira obra no Uruguai, por exemplo, foi há pouco tempo, mas mesmo com uma visão um tanto limitada do mercado internacional, temos uma sucursal na Colômbia, onde vejo oportunidades de negócios. O Chile também é um mercado ativo, além do Panamá e da Costa Rica.

Em todos esses países, as oportunidades que vejo são na área de saneamento. A exceção é o Panamá, onde estamos participando de um consórcio para um projeto de metrô e poderemos ter novidades sobre esse contrato até o final do ano.

BNamericas: Diante das oportunidades de negócios que você mencionou, quais são as expectativas para as receitas da empresa?

Botter: Temos a expectativa de crescer 10% ao ano nos próximos três anos em termos de receita e manter um backlog dessa ordem que temos hoje.

Vale mencionar, também, que temos em nosso portfólio um contrato de PPP com a Prefeitura de São Paulo para a construção de prédios residenciais, que administraremos por 20 anos.

Essa PPP resgata uma vocação que tínhamos no passado, que era de ser também uma concessionária, então eu diria que faz sentido olhar também para algumas PPPs que estejam ligadas à nossa expertise de negócios.

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