3 projetos de infraestrutura enfrentam problemas persistentes na Guatemala

A ponte Belize II, 1,79 bilhão de quetzales (US$ 222 milhões); o início da construção da expansão da rodovia portuária Escuintla-Quetzal, de US$ 125 milhões; e a estação Flores para o Trem Maia ainda enfrentam problemas na Guatemala.

Rodovia do porto de Escuintla-Quetzal

A primeira PPP do país envolve uma concessão de 25 anos para expandir e operar a rodovia portuária Escuintla-Quetzal, de 43 km, concedida em julho de 2018 ao consórcio Convía, formado pela mexicana Marhnos e pelo guatemalteco Grupo Precon. Mas a PPP recebeu autorização do congresso local apenas em novembro de 2021.

O contrato também envolve reparos e instalação de cabines de pedágio. A rodovia está prevista para ligar os municípios de Escuintla, Masagua, Iztapa e San José.

A construção deveria começar no final de 2022, mas foi adiada três vezes, informou a mídia local.

Em entrevista à BNamericas em março, o presidente da Convía, Sandro Testelli, disse: “não foi adiada. Estamos em processo de entrega da proposta de execução das obras, que devem começar em maio, de acordo com as datas do contrato.”

No entanto, no início deste mês, o vice-diretor de operações e manutenção da Marhnos Guatemala, Armando Salas, disse ao Prensa Libre que a construção começará no terceiro trimestre. A Marhnos afirma, por sua vez, que o início da construção em agosto ainda está em conformidade com o contrato.

Ponte Belize II

O contrato de construção foi adjudicado em outubro de 2022 ao Grupo Muratori, que foi o único licitante.

O contrato de supervisão foi concedido no final daquele mês à D&D Ramírez Hernández, que ofereceu 89,6 milhões de quetzales. A ONG Transparência Acción Ciudadana entrou com uma denúncia criminal contra o governo em dezembro, alegando corrupção e alegando que a D&D não tinha experiência em supervisionar esse tipo de projeto e não apresentou a proposta mais baixa.

A outorga foi anulada em janeiro e o início das obras foi adiado por tempo indeterminado. “Este é um projeto com orçamentos anuais plurianuais e o governo do [presidente Alejandro] Giammattei terminará em 14 de janeiro de 2024. Conforme os critérios do projeto, [a construção] deve durar três anos. Isso levará muito tempo”, disse à BNamericas anteriormente o analista da Acción Ciudadana, Marvin Flores.

Nenhum outro anúncio foi feito desde então.

Estação Flores

Planos para ligar a rede ferroviária de 800 km da Guatemala ao Trem Maia mexicano, de 1.500 km, surgiram em outubro de 2021. O ministro da Economia da Guatemala, Antonio Malouf, disse à BNamericas na época que o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, ofereceu a Giammattei (foto) acesso à linha ferroviária de passageiros e carga.

Faziam parte dos planos um trecho transfronteiriço e uma estação na municipalidade de Flores.

No entanto, em fevereiro de 2023, López Obrador disse que o plano havia sido descartado devido a problemas antigos de fronteira. A Guatemala se recusou a atender a um pedido de reconhecimento de que parte da área fronteiriça pertencia ao México.

“Não vamos investir onde houver conflito”, declarou o presidente mexicano durante entrevista coletiva matinal. “Essa área gerou conflitos durante o governo do [então presidente] Porfirio Díaz. Houve um tribunal internacional que resolveu legalmente em nome do México, mas os guatemaltecos nunca aceitaram isso”.

Flores também disse à BNamericas que a recusa de Giammattei representou uma oportunidade perdida “porque [a ferrovia] era uma boa opção para desenvolver e formalizar o comércio entre os dois países e reduzir o tráfico de mercadorias e pessoas e desenvolver o turismo ao longo do corredor mesoamericano”.