
A América Latina está perto do apagão do 2G e 3G?
As operadoras de telefonia móvel da América Latina estão avançando em seu próprio ritmo na decisão de desligar as redes 2G e 3G legadas para se concentrar nas tecnologias móveis mais recentes 4G e 5G.
O desligamento de redes mais antigas gera redução de custos operacionais e permite maior aproveitamento do espectro radioelétrico. Porém, fatores relacionados ao modelo de negócios, cobertura e disponibilidade dos dispositivos dificultam o desligamento total na região.
“É uma decisão que a operadora precisa tomar de acordo com sua base de clientes”, explicou José Otero, presidente da associação 5G Americas para a América Latina, à BNamericas.
As operadoras de telefonia móvel de Porto Rico encerrarão gradualmente suas redes 3G a partir deste mês, informou o regulador de telecomunicações em um comunicado recente.
A subsidiária porto-riquenha da Liberty marcou a data de 22 de fevereiro para o apagão do 3G, enquanto a T-Mobile anunciou que avançará no desligamento simultâneo de suas redes 2G e 3G, embora não tenha especificado datas.
A Claro se distanciou das concorrentes e afirmou que não encerrará a rede 3G em Porto Rico em 2022, embora avance com a migração da base de clientes, informou o jornal local El Nuevo Día.
As duas operadoras seguem a decisão das operadoras norte-americanas, que também planejam desativar as redes 3G durante o primeiro semestre do ano. Lá, já estão avançados no desligamento das redes 2G.
Mas na América Latina a situação é diferente, são poucas as operadoras que já desligaram as redes legadas.
A Telefónica México, que está se livrando do espectro para se tornar uma operadora móvel virtual, já desligou sua rede 2G. Também naquele país, a AT&T decidiu desligar a rede 2G.
No entanto, as redes legadas persistem. Segundo relatório da 5G Americas, podem passar até três anos do anúncio até o término das operações.
“A única que anunciou o desligamento das redes entre 2023 e 2024, dependendo do país, foi a América Móvil”, disse Alejandro Adamowicz, diretor de Tecnologia da GSMA Latinoamérica à BNamericas.
Enquanto isso, o que tem acontecido na maioria dos países são desligamentos parciais, refarming de espectro – ou seja, reutilização de espectro designado a 3G ou 2G para serviços 4G – ou desconexão de estações base em algumas áreas.
Um exemplo disso é o desligamento das operadoras em 1900 MHz (inicialmente usada para 3G) para uso em serviços 4G.
“O refarming de 2G e 3G pode ser puramente cosmético, porque as partes do espectro são muito pequenas para o que as atuais redes de quarta e quinta geração precisam”, comentou Otero.
Sem um novo espectro, apenas o refarming não é suficiente para atender à demanda por serviços de nova geração.
Adamowicz destacou que, atualmente, as redes 2G e 3G estão sendo usadas para tráfego de voz, enquanto os dados são canalizados por redes 4G e, em breve, 5G.
No entanto, há um resquício de tráfego de dados no 3G, devido à falta de cobertura 4G em algumas regiões ou de disponibilidade de dispositivos mais modernos.
O último relatório de mobilidade da Ericsson indica que, pelo menos até 2027, ainda existirão assinantes conectados a redes 2G e 3G na região.
DISPOSITIVOS
A substituição de dispositivos é essencial para a adoção de novas redes de telecomunicações. Sem uma boa base de clientes em redes 4G e 5G, é impossível pensar em encerrar redes antigas.
As regulamentações anteriores até dificultaram a desativação do TDMA [acesso múltiplo por divisão de tempo], impedindo que ele fosse encerrado enquanto houvesse algum usuário conectado à rede, apontou Otero.
Adamowicz indicou que, na América Latina, ainda há alguns telefones conectados a 2G e 3G.
Além disso, essas redes estão sendo usadas para serviços de voz. Para ter voz no 4G, é preciso ter telefones compatíveis com VoLTE, uma tecnologia que, além disso, nem sempre é ativada por padrão.
De qualquer forma, cerca de 60% dos smartphones vendidos na região já possuem VoLTE disponível, calcula Adamowicz.
O executivo da GSMA também alertou que muitas das conexões M2M hoje são feitas por redes móveis 2G.
O último relatório da GSMA Mobile Economy indica que, até 2020, o número de assinaturas LTE na América Latina era 55%, seguido por 3G (32%) e 2G (13%).
O Brasil tem cerca de 80% das assinaturas 4G, mas mercados como México ou Costa Rica ainda têm mais de 50% das assinaturas 3G.
Para Adamowicz, uma boa política para promover a migração para novas tecnologias é, em parte, proibir a importação de telefones que suportam apenas tecnologias antigas.
No entanto, um desafio maior está no M2M. Em países como México, Brasil e Argentina, as conexões máquina a máquina representam cerca de 7% a 8% do total. A maioria dessas conexões é 2G e 3G, embora existam algumas com tecnologia 4G de Internet das Coisas (IoT).
De fato, na Europa algumas operadoras decidiram desligar o 3G antes do 2G, devido ao fato de ainda existirem soluções M2M implantadas nessa tecnologia.
COBERTURA
A falta de cobertura 4G em algumas regiões da América Latina também dificulta o desligamento das redes. Como a infraestrutura 2G tem um alcance maior, muitas vezes é a única rede à qual a população rural da região pode se conectar.
“Em áreas remotas, há muitos casos em que, se analisarmos o tráfego de uma estação base 2G, esse tráfego ocorre muito longe da torre”, destacou. Para cobrir as mesmas áreas com 4G é preciso ter maior densificação da rede.
Por isso, as operadoras optam por desligamentos parciais, deixando bases de rádio ativas naqueles locais onde o tráfego ainda é identificado.
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