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A retomada do transporte ferroviário no Brasil: São Paulo está na liderança

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A retomada do transporte ferroviário no Brasil: São Paulo está na liderança

Alguns dos estados brasileiros mais importantes do ponto de vista econômico estão buscando avançar com projetos ferroviários, gerando grande otimismo entre os empresários do setor.

Os esforços mais significativos até agora foram realizados pelo estado de São Paulo, que acabou de anunciar cerca de 40 propostas que adicionariam 1 mil km de malha férrea à sua rede de passageiros, com investimentos totais estimados em R$ 194 bilhões (US$ 37 bilhões).

As iniciativas anunciadas pelo estado incluem contratos de concessão e parcerias público-privadas (PPPs), algumas das quais estão em estágios avançados, enquanto outras ainda estão em fase de preparação.

“O estado de São Paulo cresceu e suas grandes cidades nasceram às margens dos trilhos. Há um grande esforço do Governo do Estado de retomar o transporte ferroviário, que é urgente e importante. As rodovias estão cada vez mais congestionadas, nós precisamos de uma solução sustentável e aderente ao que o mundo faz”, afirmou o governador Tarcísio de Freitas em um comunicado.

“Se vamos começar a retomada do transporte ferroviário de passageiros no Brasil, isso tem que acontecer em São Paulo”, acrescentou.

O mandato de Freitas como governador termina em dezembro de 2026 e algumas das iniciativas anunciadas por ele provavelmente só avançarão após essa data.

“São projetos com concepções diferentes, todos importantes e integrados. Não necessariamente todos serão leiloados dentro do atual governo. Isto mostra o desprendimento do governador e de sua equipe, que não estão preocupados apenas em fazer obras, mas sim em construir uma sólida carteira que contribuirá para a melhoria da mobilidade da população”, disse à BNamericas Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer).

Entre os projetos no estado, alguns foram leiloados, enquanto outros foram qualificados pelo governo para serem oferecidos ao setor privado por meio de concessões e parcerias público-privadas (PPPs).

O projeto mais avançado é o trem intermunicipal de passageiros, conhecido como Trem Intercidades (TIC) Eixo Norte, que ligará a região metropolitana de São Paulo às cidades de Jundiaí e Campinas.

Em fevereiro, um consórcio formado pela brasileira Comporte e pela chinesa CRRC venceu a licitação para o contrato de PPP para construir e operar a linha de 101 km. A construção deve começar em 2026 e está programada para ser concluída em 2031.

Também inclui a construção de uma linha ferroviária intermetropolitana de 44 km, com conclusão prevista para 2029, atendendo cinco estações: Jundiaí, Louveira, Vinhedo, Valinhos e Campinas.

Outros projetos em estágio avançado de desenvolvimento incluem o Trem Intercidades Eixo Oeste, que conecta São Paulo a Sorocaba; o TIC Eixo Leste, ligando São Paulo a São José dos Campos; e o TIC Eixo Sul, entre São Paulo e Santos.

O governo também pretende oferecer contratos para expansão das linhas ferroviárias urbanas 10 e 14, conhecidas como ABC Leste, e das linhas 11, 12 e 13, denominadas Alto Tietê. Além disso, estão previstas novas linhas metroviárias 19 e 20, e os projetos de veículo leve sobre trilhos (VLTs) de Campinas e Sorocaba.

“O TIC Eixo Oeste, de São Paulo a Sorocaba, está adiantado e tem possibilidade de ser leiloado em 2025”, informoi a Abate.

Outros projetos em fase inicial de estudo pelo estado incluem as extensões das linhas metroviárias 2, 4, 5, 6 e 9, além dos contratos de concessão previstos para as linhas 10, 11, 12, 13 e 14. Também está prevista a ampliação da linha 15 do metrô e a construção da linha 17.

Paraná

Recentemente, o Ministério dos Transportes e o governo do Paraná firmaram Acordos de Cooperação Técnica (ACT) para o desenvolvimento de soluções voltadas ao projeto da ferroviária de carga Nova Ferroeste e à Malha Sul.

O objetivo da parceria é estabelecer diretrizes para os projetos, otimizando a implementação e garantindo a eficácia.

“Este acordo será crucial, já que permitirá a aproximação de quem está sendo impactado pelos projetos na ponta. Vamos ter uma discussão sobre a busca de soluções para os locais por onde as ferrovias passam, demandas de cargas e questões socioeconômicas”, disse o secretário Nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro, em nota.

O projeto da Nova  Ferroeste, inserido no programa federal de investimentos Novo PAC, prevê 1.567 km de trilhos, atravessando 66 municípios do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

Já a Malha Sul abrange todos os estados do sul e o estado de São Paulo, A empresa de logística Rumo está atualmente negociando com o governo federal a renovação antecipada de um contrato de concessão que permitiria à empresa investir na expansão e melhoria da rede.

Minas Gerais

O estado de Minas Gerais anunciou recentemente a compra de 24 trens de metrô da CRRC. Os veículos serão destinados à capital do estado, Belo Horizonte, cujo metrô é operado pela Metrô BH.

A Metrô BH é controlada pela empresa brasileira de ônibus Comporte Participações, que no final de 2022 venceu um processo de licitação para a privatização da empresa estatal ferroviária CBTU, de Minas Gerais. Como parte da privatização, a empresa assumiu o contrato de concessão para operar o sistema de metrô.

A empresa chinesa já iniciou a fabricação dos trens e o primeiro deverá entrar em operação no primeiro semestre de 2026. A frota atual de metrô do estado é composta por 35 trens.

Como nova proprietária da CBTU, a Comporte será responsável pela extensão da Linha 1 e pela construção da Linha 2. Com 28,1 km de extensão e 19 estações, a Linha 1 atende aos municípios de Belo Horizonte e Contagem. A Linha 2 adicionará 10,5 km e sete estações ao sistema.

A construção da Linha 2 está prevista para começar em setembro, após a Comporte obter a aprovação ambiental para o projeto.

Governo federal

O governo federal também busca avançar em seu pipeline de projetos ferroviários. Técnicos do Ministério dos Transportes estão trabalhando para preparar um portfólio de projetos, que incluirá investimentos do setor público e privado, por meio de concessões e PPPs.

Em julho, o governo planeja anunciar um plano ferroviário nacional que incluirá um pacote de projetos que custarão cerca de R$ 200 bilhões, segundo o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, em entrevista à CNN.

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