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Agora sob Galípolo, Lula promete autonomia do BC

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Agora sob Galípolo, Lula promete autonomia do BC

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, prometeu garantir a autonomia do Banco Central (BC) sob o comando do novo presidente Gabriel Galípolo e reforçou o compromisso com a austeridade fiscal.

Galípolo, de 42 anos, atual diretor de política monetária do BC, substituirá Roberto Campos Neto quando seu mandato de quatro anos terminar, no final do ano.

Campos Neto foi nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e Lula o criticou repetidamente por sua postura cautelosa em relação à redução da taxa Selic, apesar da inflação ainda alta.

“Quero te dizer que você será, certamente, o mais importante presidente do Banco Central que esse país já teve, porque você vai ser o presidente com mais autonomia que o Banco Central já teve”, disse Lula em um vídeo ao lado de Galípolo, do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, da ministra do Planejamento, Simone Tebet, e do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.

Além disso, o presidente reforçou que seu governo se concentrará no combate à inflação por meio da responsabilidade fiscal.

Nas últimas semanas, o BC e o Tesouro Nacional foram obrigados a fazer grandes intervenções no mercado após a forte desvalorização do real frente ao dólar e o aumento das taxas de juros.

A recente deterioração dos ativos ocorre em meio a temores crescentes entre investidores de que o governo pode não estar comprometido em controlar os gastos e reduzir a dívida pública no médio prazo.

O discurso marca uma mudança do tom por Lula. Em uma entrevista no início deste mês, ele afirmou que o único problema do país eram os juros altos implementados pelo BC, sem mencionar a necessidade do governo de cortar gastos.

“A relação entre Lula e os investidores atingiu um nível de desconfiança mútua. Os investidores não confiam muito nas medidas de corte de gastos prometida por Lula, nem quando ele diz que respeitará a autonomia do BC. Por outro lado, Lula não confia nas sugestões dos agentes de mercado de que cortar despesas é o caminho mais viável para a sustentabilidade do crescimento econômico”, disse à BNamericas André Pereira César, analista político da Hold Consultoria.

“Por causa desta situação de desconfiança mútua, vejo muitos sinais de tensão durante 2025 e, face a isso, o trabalho do novo presidente do BC, para garantir a credibilidade da sua gestão, será mais difícil”, acrescentou.

Atualmente, o BC brasileiro é um dos poucos no mundo envolvido em um ciclo de alta de juros. No início deste mês, a entidade elevou a Selic de 11,25% para 12,25% e indicou que a taxa poderia ser aumentada em um valor semelhante nas próximas duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) durante o primeiro trimestre de 2025.

Analistas aumentaram suas previsões para a taxa Selic de 12,25% para 14,75% no final de 2025, conforme a pesquisa semanal do BC feita com 100 economistas e publicada nesta segunda-feira (23).

Já as expectativas para a inflação de 2025 aumentaram para 4,84%, ante 4,34% um mês atrás.

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