Alta nos preços do zinco beneficiam mineradoras que operam no México

A recuperação dos preços do zinco desde o início deste ano está beneficiando as mineradoras que operam no México, que em 2023 registraram uma produção de 583.562 t (toneladas) do metal, mas uma queda de 21,6% em relação ao ano anterior, segundo a agência de estatísticas Inegi.

Até o final de 2026, cinco novos projetos de zinco devem entrar em operação, adicionando 364 mil t/ano à produção do metal, utilizado para proteger o aço contra a corrosão, segundo o relatório anual de 2024 da Câmara de Mineração do México  (Camimex).

Depois de atingir a mínima de US$ 2.300/t em fevereiro, o preço do metal se recuperou até atingir a máxima de US$ 3.201/t no início de outubro. E, embora o zinco atualmente esteja cotado em cerca de US$ 2.944/t, ele ganhou 16,7% em um ano, segundo dados da Trading Economics.

Em abril de 2022, o metal atingiu preço recorde histórico de mais de US$ 4.430/t.

A Industrias Peñoles foi a maior produtora nacional de zinco em 2023, com uma participação de 28,4%, seguida por Newmont, Fresnillo Plc, Grupo México e Minera Frisco, conforme o relatório da Camimex. Juntas, essas cinco empresas representam 82,2% do total nacional.

A mina Peñasquito, da Newmont, foi a que mais contribuiu para a produção desse metal, com 104.326 t. Em seguida, vieram Velardeña, da Industrias Peñoles, com 81.066 t; Fresnillo, da Fresnillo Plc., com 45.386 t; Tizapa, da Industrias Peñoles, com 41.463 t; e Saucito, da Fresnillo Plc, com 32.991 t, segundo a análise. Juntas, essas minas representam 56,9% do total do país.

NOVOS PROJETOS

Entre as principais empresas produtoras de zinco, apenas o Grupo México lançou um novo projeto este ano. Trata-se de Buenavista Zinc, no estado de Sonora, que exigiu um investimento de US$ 439 milhões.

Sua subsidiária Southern Copper espera produzir 120,3 mil t de zinco em suas minas este ano, representando um aumento de 84% em relação a 2023, impulsionado por Buenavista Zinc. A expectativa é que essa operação produza 54.800 toneladas de zinco em 2024, de acordo com o relatório corporativo.

A canadense Luca Mining, por sua vez, concluiu em julho a construção da mina Tahuehueto, com um investimento de US$ 27,5 milhões. A mina está atualmente em fase de comissionamento e deve iniciar a produção comercial no final do ano, com meta de produção de 2.800 t/ano de zinco, 450 mil onças de prata e 26 mil onças de ouro. 

O relatório da Camimex indica que a GoGold Resources espera iniciar a produção em Los Ricos Norte até 2025. Este projeto, avaliado em US$ 221 milhões no estado de Jalisco, prevê a produção de 8.500 t de zinco, embora tenha apresentado alguns atrasos. 

A administração da empresa informou em setembro que está trabalhando para obter uma avaliação econômica preliminar revisada para operar como uma mina subterrânea, em vez de uma mina a céu aberto, com publicação prevista para o próximo ano.

Por fim, até o final de 2026, a Camimex prevê o início da produção do projeto Cordero da Discovery Metals em Chihuahua, com investimento de US$ 606 milhões, que acrescentaria 105.700 t/ano de zinco à produção nacional, e do projeto San Nicolás, da Agnico Eagle e Teck Resources, avaliado em US$ 1,1 bilhão, que contribuiria com 147 mil toneladas do metal básico. 

Em agosto, a Discovery anunciou que, após a divulgação do estudo de viabilidade, estava implementando um programa de trabalho para avançar no projeto e reduzir riscos. O programa abrange atividades de engenharia e design, obtenção de licenças adicionais, aquisição ou arrendamento de direitos de superfície, quando necessário, além de ações de exploração e programas de ESG. 

Jonathan Price, CEO da Teck, mencionou na conferência de resultados do terceiro trimestre de 2024 uma preocupação sobre a possível proibição de mineração a céu aberto, em discussão no Congresso, e sobre como isso poderia afetar o projeto San Nicolás. Price disse que ainda há incertezas sobre a proteção dos direitos adquiridos, por isso a empresa segue monitorando a situação no México

No entanto, Price acrescentou que, embora ainda haja um certo nível de incerteza, percebe que o tom mudou para uma posição ligeiramente mais positiva, ou uma posição ligeiramente menos negativa. “Continuamos acreditando que a mina a céu aberto oferecerá os melhores retornos associados aos nossos ativos”, afirmou.  

De acordo com estimativas da indústria, em 2027 o mercado global de zinco atingirá um valor de US$ 45 bilhões. Esse crescimento é atribuído à crescente demanda em setores como o automotivo, construção civil e bens de consumo, nos quais o zinco é amplamente utilizado devido às suas propriedades anticorrosivas e versatilidade.